quinta-feira, maio 31, 2001

Sobre pessoas limitadas 2 – O que eu sempre falei para o Edinho é que eu costumo primeiro ficar irritada com pessoas limitadas mas depois tendo a ser complacente, uma vez que ainda creio em “ama teu próximo como a ti mesmo”. Nessas horas baixa a Grande Mãe e tendo a ver pessoas limitadas como crianças que ainda não tiveram oportunidade de amadurecer espiritualmente ou mesmo mentalmente. Pode verificar: quanto mais limitada é uma pessoa, mais infantil ela se mostra. Agora acho importante frisar que existem duas formas de ser infantil, uma boa e uma ruim. A diferença entre childish e childlike. Bom é quando vc conserva da sua infância sua curiosidade, sua capacidade de brincar com a realidade e consigo mesmo, assim como a criatividade, imaginação et vontade de experimentar o novo. Ruim é a parte imatura, o medo de crescer, de ir além, a estagnação. Enfim, tendo a perdoar e acreditar que essa pessoa um dia possa crescer na vida o suficiente para ver as coisas com outros olhos. CONVIVER com outras pessoas é dar uma prova diária da sua capacidade de compreensão com relação a outro ser humano. Agora simplesmente deixar para lá sem apreender nada dessa experiência também é um erro, você sempre tem que APRENDER algo ou então tudo que se passa perde o sentido, foi em vão.
Existem três formas de se adquirir conhecimento: aprendendo com os erros e acertos dos outros; aprendendo com suas próprias experiências; absorvendo conhecimento de fontes externas, como livros, web, tv e outros meios que transmitem informação e FILTRANDO esse conhecimento dessas três fontes para formular suas próprias teorias. Nenhuma realidade ou premissa está errada desde que alguém acredite nela, porque, como dizemos em publicidade, se não te serve é porque você não é o público-alvo daquela propaganda. Mas o que para minhas premissas é absurdo é plain cold facts para outra pessoa.
Sobre pessoas limitadas: você deve estar pensando: mas VOCÊ também é uma delas!!! Sim, sou. Se vc parar pra lembrar, os alfas de Huxley tb eram limitados. Uma vez eu tive um longo debate com Edinho, um saxofonista amigo meu (ou colega, ou conhecido, sei lá) sobre isso. Sempre que nos vemos acabamos discutindo religião e filosofias de vida. Gosto disso. Sobre limitações, uma das coisas que sempre me incomodou no texto de Huxley foi o fato das pessoas se limitarem à sua condição e serem CONDICIONADAS a isso. Tudo bem que deltas e gamas, as “castas” mais baixas, tenham um Q.I. tão limitado que aceitem sempre esse condicionamento sem questionar, mas um beta ou mesmo um alfa? Ok, no fim do livro é revelado que existe um ilha para as pessoas que não se adequam ao condicionamento, que parece um paraíso mas no fundo é apenas outra forma de condicionar... Bom, talvez o que me irrite na limitação das pessoas é que elas não só são limitadas, mas GOSTAM de ser assim. Eu admiro profundamente uma pessoa que não se conforma, que tenta de todas as maneiras escapar desse condicionamento. É frustrante e ingrato, sim, mas é humano também. Não suporto pensar que só há UM JEITO CERTO de viver, ou você faz aquilo daquele jeito ou você vai ver só. E se levantarmos a ponta do véu de Maya? Alguns caminhos levam à destruição, outros são boas alternativas. Infelizmente só há um jeito de saber: tentando e se fodendo, tentando e vendo que funciona. Ficar estagnado num PARADIGMA é a pior coisa que um ser humano pode fazer consigo mesmo. A incapacidade de entender como as coisas funcionam e ficar lá, parado, ao invés de fuçar e tentar descobrir o que acontece se vivar essa chave aqui me irrita. Levi diz que se enumerarmos todas as coisas que não gostamos acharemos nosso diabo pessoal. Pois é exatamente isso que não quero ser. Não quero me cristalizar em um PARADIGMA só porque é mais cômodo assim. Às vezes minha rebeldia é burra, porque sou limitada. Mas tendo a acreditar que não só há luz no fim do túnel como há outras coisas além do túnel e há vários tipos de túneis e coisas que não se assemelham à realidade dos túneis de forma geral.
Uma vez falei a um amigo que não era com todas as pessoas que eu acertava fazer massagem, porque isso dependia mais da sintonia entre as pessoas do que da vontade de fazer a coisa. Ele riu. Mas existem coisas que independem da cabeça, são puro corpo. Eu quando gosto de alguém gosto logo com os cinco sentidos. Gosto do cheiro da pele, da cor, gosto do tato, das partes ásperas e das macias, do contraste dos pêlos contra minha pele, do cheiro do cabelo, do brilho dos olhos e da cor e da forma da boca, do gosto da língua na minha, do gosto da pele e de todas as partes do corpo onde minha língua toca. Gosto do som da respiração, do som até mesmo dos passos, das pequenas modulações de voz (sou só eu ou o som da voz de um homem pode ter tantas texturas quanto a superfície de seu corpo? Voz rouca e mãos fortes, voz suave e aquela pequena dobra suave que divide a nuca, onde a pelugem mal se adivinha...) Sou capaz de sentir a presença de alguém no ambiente pelo perfume característico de seu corpo, por um suspiro numa sala fechada ou pelo som de seus passos. E às vezes, nem preciso disso. Muito poucos me surpreeendem de costas, sempre SEI quem está atrás de mim, graças àquela assinatura energética que falei acima. Uma colega de trabalho não pode compreender como posso gostar de uma pessoa pelo cheiro ou pelo som da voz. Pessoas assim me lembram Huxley em seu Admirável Mundo Novo. Pessoas limitadas sempre me lembram Admirável Mundo Novo.
Estava pensando sobre como nosso relacionamento com as pessoas altera nossa capacidade de percepção e que isso muda de acordo com as pessoas e situações envolvidas. Tipow: quando estou pensando, meu cérebro age de uma forma e sinto meu corpo e percebo as coisas de certa maneira. Quando alguém fala comigo, algo nesta forma de percepção se altera, sinto isso energeticamente, como se a comunicação com as pessoas alterasse a química cerebral de uma forma que, admito, algumas vezes acho ruim. Sendo assim, a forma como nos comunicamos com as pessoas não parte somente desse pressuposto que ambos conheçam linguagens verbais e não-verbais, mas da interação de toda sua unidade física com a do outro. Talvez por isso, por essa espécie de “assinatura enérgética” eu me sinta bem ao lado de certas pessoas e não consiga me relacionar com outras. Há pessoas que “exalam” uma espécie de energia escura (que defino como negativa mas que nesse caso é mera convenção). Algumas pessoas me passam isso apenas quando em determinadas situações, outras são assim ad infinitum. Sendo assim, há pessoas com quem não suporto conviver e me fazem “intuir” que irão me fazer mal, em algum plano. É como se comunicassem isso ao meu cérebro sutilmente. Mas voltando ao ponto sobre comunicação, essa alteração na minha percepção REALMENTE me incomoda, porque isso quer dizer que estou dando poder à pessoa que conversa comigo, pelo menos em algum nível, sobre mim. E a pior coisa que podemos fazer é dar poder aos outros. Mas nesse caso seria a escolha entre Não se comunicar ou aprender como controlar o “controle” que damos aos outros quando nos comunicamos com eles. Existem outras situações que alteram a minha percepção, mas de forma controlada, como quando vc se abre para meditação ou para “sentir” a presença da Deusa num jardim ou em ambientes especiais.
A Boa e Velha Solidão

Se preparem porque esse é um post atípico. E vem mais por aí. Estou a fim de teorizar e botar no papel as coisas que penso e acredito, talvez seja uma boa forma de descobrir o fio da meada.

Tenho um texto que vcs em breve vão ver na minha HP em que digo que a Solidão é uma dama infeliz... Mas é verdade. Seu toque até pode ser desejado, mas normalmente fugimos dela como ingratos, não agüentamos ficar muito tempo sozinhos. É verdade, eu detesto ficar sozinha. Só que tem um problema: no nível em que todos nós vivemos, nascemos e morremos sozinhos. Nunca você vai saber exatamente como sinto, como penso e como sou, citando o tio Renato. Mesmo que vc consiga desenvolver suas capacidades telepáticas, vc nunca vai ter o panorama completo do caos da minha mente e entender exatamente como formulei aqueles padrões que me regem. Somos únicos em nossos amores, dores, filosofias e identidades. E por isso mesmo, nascemos e vivemos sós, mas nos recusamos teimosamente a viver assim. No fundo, no fundo, somos um bando de solitários agrupados tentando se comunicar através de códigos rústicos e imperfeitos. A linguagem mais perfeita ainda é tão pouco estudada... Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, me basta um gesto. E mesmo gestos não são universais. Pegue um japonês. Um membro do islã, um americano e um brasileiro, coloque todos na mesma sala e tente fazê-los se entender por gestos sem ofender ninguém. Rá!

quarta-feira, maio 30, 2001

Sem saco pra nada hoje, mas pelo menos as coisas aqui acalmaram... :PPP
Esse computador do trb vai travar rapidin.

terça-feira, maio 29, 2001

Ok, parem o mundo que eu quero descer! Parem as máquinas! Eu não quero mais brincar... Eu achei que já tinha visto de tudo na minha vida, que já tinha passado por muita coisa, mas vou dizer uma coisa: acho sinceramente que não há limites pra maldade humana. Menos ainda pra capacidade que as pessoas doentes têm de deturpar as coisas pra destruir a vida de alguém. Tentaram FODER com a minha vida com F maiúsculo essa última sexta. E se vocês querem saber, quase conseguiram foder com a minha cabeça. Pirei, pirei mesmo. Pensei até em me matar. Só não foderam mais comigo porque deu tempo de eu começar a me armar.
Eu só queria saber quem foi que deu férias pro meu escritor e colocou como temporário no lugar dele o Kafka! Eu me sinto numa mistura d'O Julgamento com alguma coisa que o Chris Carter escreveu quando estava inspirado... Pior é ter que viver no climinha "trust no one". Preciso cair fora daqui rapidinho... e de grana, numa base urgente. Ah, e meninos e meninas, podem ficar preocupados sim, porque a coisa é séria. Tão séria que eu não posso nem sequer confiar de falar qual é numa página web. Terror, terror. Sabem comoo é que eu relaxei? Assistindo Lendas Urbanas e lendo nos intervalos Noite na Taverna do Álvares de Azevedo. É pra entrar numa de terror? Então vamos mergulhar de cabeça, ne c'est pas? (Vergonha... faltei aula de francês depois da prova só pra não ver minha nota...)

sexta-feira, maio 25, 2001

teste
Estou me preparando pra passar alguns dos meus contos pra web, na minha página do HPG. Provavelmente Amor Debaixo Dágua parte 1, Agnus Dei e Solidão. Talvez algumas short tales que escrevi quando era teen. A princípio, só em português. Translations a seguir. Nas próximas semanas.

I gonna put some tales I wrote when I was a teen soon on my home-page at HPG (www.lanika.hpg.com.br). First in Portuguese only, but I gonna work on translations soon. On the next few weeks. Wish me luck to have the time I need :-)
Visitem www.nonlinear.art.br, página do meu amigo Nicholas. Muito boa!

Finalmente tio Neil atualizou seu blog e falou sobre o Brasil. Leiam em www.americangods.com/journal

Go to www.nonlinear.art.br from my dear friend Nicholas. Cool page!
Finally unca Neil updated his blog talking about the south-american tour. On www.americangods/journal

quarta-feira, maio 23, 2001

No Samhain deste ano eu realmente senti a roda girar, sabe... A chegada do outono costuma ser uma coisa sutil por aqui. Às vezes me espanto como a natureza consegue ficar ainda mais linda... As primeiras frentes frias finalmente chegaram e as primeiras chuvas pouco depois que eu fiz como as folhas, me descolei da minha velha árvore e fui voar para longe carregada por Eos, meu velho amigo. E como a essência do próprio outono, me sinto mais livre mas um pouco triste, como se o frio do inverno aos poucos abrisse caminho dentro da alma da gente. As manhãs começam mais preguiçosas quando a luz do sol aos poucos entra pela janela do meu quarto e aquece o ambiente, me fazendo ter coragem de sair debaixo do edredom. O outono chegou, o Samhain veio e eu fui com ele. Mas uma folha nunca deixa de ser folha e se eu tiver que ser uma, quero ser como as folhas da Fortuna, que basta você deixar juntinho do solo que em poucos dias fazem brotar novas mudas de cada pequena dobra de suas bordas. Este vai ser um inverno longo e frio, além de solitário. Mas me sinto feliz e aquecida por dentro, porque estou aprendendo tantas coisas e estou crescendo ao longo do caminho. É como hibernar. Vou passar um tempo quietinha só aprendendo o que posso ser e fazer e quem sabe quando o calor voltar eu não floresça e me torne algo realmente novo? Só o tempo dirá. Até lá, existem muitas luas pra passar.
Fiquei deprimida, mas já perdi um bocado de coisas desde novembro do ano passado. Ano passado, eu fiquei deprimida, estressada e ansiosa até o limite da minha sanidade. Houve dias em que eu fiquei MUITO perto de perder o controle. Mas enfim.
Esse ano finalmente tomei coragem de assumir que queria me separar depois de sete anos onde muita água rolou embaixo da ponte. Casei muito nova e cometi um bocado de erros, inclusive o de achar que a vida só podia ser vivida daquele jeito. No último mês, tenho aprendido muito sobre isso. E sim, PODE e DEVE ser diferente. Graças ao fato de ter sido roubada, troquei meu celular antigo que eu no fundo no fundo detestava (na época comprei um tijolão da Ericsson só pra TER um celular) por um que eu sempre quis ter mas tinha receio e adiava comprar porque era caro e afinal, eu já tinha um. O cartão o RealVISA trocou em menos de 15 dias. Como roubaram meus óculos, passei a usar lentes em tempo integral (mas ainda preciso comprar óculos pra quando tirar as lentes). O que perdi dentro daquele zip não tem volta, mas tento aprender a me desapegar um pouco das coisas que criei, normalmente sou muito apegada a elas e isso bem ou mal me ensina a desligar.
Estou adiando escrever isso por um tempo, por pura preguiça. Mas depois do prato do dia sendo Surpresa à Leonardo nada melhor pra relaxar. É que notei que minha vida começou realmente a mudar depois do Samhain desse ano (30/4-1/5). Foi quando as coisas que estavam realmente engasgadas começaram a acontecer. Uma coisa que senti no início deste ano, tão forte que não tenho dúvidas, é que este é um ano de decisão, um mediador entre o que aconteceu nos últimos tempos e o que vai acontecer. É mais ou menos assim: imagine todas as coisas que você sabe que TEM de fazer mas fica postergando, as coisas realmente importantes na sua vida. Antes, isso era uma questão de escolha. Agora, deixou de ser: ou você AGE, ou você corre o risco de ver a vida agir por você. De um jeito ou de outro, algo tem de ser feito. Nem que seja você perder algumas coisas no meio do caminho pra aprender a dar valor a elas. Desde que esse ano começou, eu já perdi um bocado de coisas. Até ser roubada fui, quando assistia o show do Capital Inicial no Rock na Praia, lá em Botafogo. Levaram TU-DO, celular, cartão de crédito e – o mais valioso pra mim – um zip disk contendo arquivos particulares, desde fotos que eu odiaria ver divulgadas na Internet até arquivos de diário e dois anos de trabalho de freela pra um ex-cliente. Poesias, o escambau. Não tinha backup, eram coisas MUITO pessoais e nunca nem imaginei que um dia fosse perder aquele zip. Foi como se eu tivesse que passar uma borracha em tudo que criei e fiz em todo o ano de 2000. Assim: plec! Num estalar de dedos.
E hoje na hora do almoço o cara aqui do trabalho vem me dizer que meu chefe quer marcar uma reunião pra discutir o meu comportamento dentro da empresa mas se recusa a dizer o que foi que eu fiz. Uh-oh... Aí vem merda! O pior é que eu só lembro de ter feito uma ou outra coisa que se enquadram no critério que ele está falando. Só UMA é realmente preocupante. Não vou esperar até sexta-feira pra saber o que foi que eu fiz. Agora sou EU que quero falar com meu chefe. Afinal, sempre joguei aberto com ele. E tenho a sincera desconfiança de que não tem nada a ver com coisas que eu fiz com meus colegas de trabalho, mas o que a visão do CARA em questão aqui do trabalho considera certo ou errado na minha postura. Se for isso, foda-se. Sou sincera, sempre falei o que penso, todas as brincadeiras com meus colegas - e eu perguntei a eles - sempre foram consideradas brincadeiras e meu jeito É e sempre vai ser esse. Sou diferente, sim, meio maluquinha, sim, sempre fui e sempre vou ser. Se for alguma coisa que valha a pena ser corrigida, ok, me falem que eu não faço mais. Agora se for algo que todos na empresa fazem e só eu estiver sendo julgada, vou ficar muito p***. Perdi a fome na hora. Odeio esse climinha!

terça-feira, maio 22, 2001

Uma coisa que eu adoro no blog é que vc tem que ler tudo MANGÁ style... Será que é porque eu sou canhota?

Something I love about blog is the fact you have to read all the post manga style... Would it be because I write with my left? (I hate that word u use in english, so no way I gonna call myself this way).
Tem dias que eu acho que falo demais... LOL
And finally Henrique comes, with his particular style, and says to not bother about paying him for the book because he spoke with Cristina, his wife (she’s PERFECT for him, they’re really a lucky couple) and they decided to give it to me as a gift for the late Mother’s Day! I swear, it made tears come to my eyes. It was the sweetest thing someone did to me on the last months. He has this rare capacity to comove me and leave me without reaction. He said I deserved this and I said “don’t but YOU make me feel special as if I deserved so I only have to thank you for this”. No one in the world can even try to imagine how it was important to me. Deep inside, Henrique is always remembering me that it is on the simpler things that the essence of life truly inhabits. I’ll be always gratefull for this. All the thanks I could give wouldn’t be sufficient.
E aí me vem o Henrique e chega com aquele jeitinho dele e diz que conversou com a Cris (Cristina, a esposa dele, eu acho que ele encontrou a melhor mulher possível pra se casar, ela é maravilhosa!) e diz que é pra mim não esquentar em pagar o Livro dos Sonhos pra ele, que ele não tinha me dado nada de Dia das Mães e que eu merecia. Juro, eu fiquei com vontade de chorar pro resto da noite. Ele tem essa rara capacidade de me comover e me deixar sem reação. Eu fiquei sem saber o que dizer. E disse “não mereço não, mas você me faz ser especial. Eu só posso te agradecer por isso!” E ningúem no mundo tem idéia do que isso significa pra mim. Uma noite que estava até meio aborrecida, afinal eu acabei fazendo algo que não queria (acompanhando o Alexandre e não vendo nem metade dos stands que queria, mas isso não foi culpa dele) ficou perfeita com um gesto tão simples... No fundo, Henrique vive me lembrando que é nos gestos simples que se esconde a essência da vida. Ou seja, nesse final de semana eu passei de uma depressão leve a uma paz doce e terminei me estressando um pouco porque acabei dormindo na casa da minha ex-sogra (será que isso realmente existe?). Embora eu queira ser amiga dele, sim, não quero mais fazer programas na companhia dele. Ainda é muito cedo. Eu tenho muito que aprender sozinha. Tenho um novo mundo pra criar e muita coisa pra fazer. Nossa ligação é muito forte, mas uma hora vai ter que ser rompida. E tenho medo de como vai ser.
O resto da Bienal se resumiu em correr atrás do Gabriel e ficar horas no stand da Devir vendo todos aqueles TPB caríssimos que eu não ia poder comprar mesmo... E atrapalhar a sessão de autógrafos do lançamento da Front ali no stand. O pobre coitado do OTA foi nocauteado no rosto pelo Gabriel, que não gostou muito do fato daquele cara não saber quem era a mamãe. Até aí, eu disse a ele que eu realmente não era ninguém. Só a mãe do Gabriel. Pra que mais?

So I passed the rest of the evening running after Gabriel and spending hours on Devir’s stand (comics book store) reading and admiring all those TPBs I don’t have the money to buy anyway :-) and spoiling the signing launch from Front, a comics book from some friends. My son knocked out the face of one of them. Oh, the shame :-) Maybe it’s because he said he didn’t knew me after all those years? :P

So. I’m there waiting with Alex and his copy of Dreamhunters stoled from one of his “disciples” (ask him, not me) and Henrique that had buyed a copy of the Book of Dreams on the stand and me... with BARE HANDS!! So I asked Henrique to put a copy of the Book of Dreams on his card for me (Gods, sometimes I feel myself SO STUPID...) and he did it, with pleasure. So gentle! I was SO HAPPY!!! So line went on and unca Neil went on too, signing the books like an automatic signing-line of production mechanically and patiently (poor Unca Neil, but I understand him, I swear). I took mom’s camera to do that one a Kodak moment, even feeling a little idiot. I shoot Henrique and Alexandre so I asked him to sign for me and Gabriel. Boy, I felt idiot but I didn’t want to go away :-) I found it sweet that he learned to write “good dreams” in portuguese for the signing. After two days of pratice he almost knew how to spell this :-)) I had pity on him but hey, he was there on business, don’t? And hell, I know what he thinks of signings anyway. Alex asked unca’s blog adress with his “writer’s matter” blasé excuse but I visited it before him :P It’s www.americangods.com/journal. Kind of obvious. It’s the name of his next book.
Então tá. Lá estou eu na fila com Henrique e Alexandre. Alexandre com um exemplar roubado de um de seus discípulos (ele vai me odiar por isso ;P) do Dreamhunters. Henrique havia comprado o Livro dos Sonhos ali mesmo no stand. E eu... eu SEM NADA NAS MÃOS!!! AAAAarrrrrgghhhh!!! Aí eu pedi ao Henrique pra por favor, por favor comprar um exemplar pra mim que eu pagava a ele quando viesse a fatura do cartão (às vezes eu me sinto TÃO estúpida...). Ele fez isso com o maior prazer do mundo. Sei não, mas acho que ele achou isso meio engraçado. Senão, já devia estar com segundas intenções... :-). Eu estava TÃO FELIZ!!!!!! Enquanto isso a fila seguia e tio Neil autografava pacientemente todos os livros como numa linha de produção (pobre tio Neil... mas eu entendo ele...). Peguei emprestada a câmera da minha mãe pra fazer daquele momento um momento Kodak e tentava convencer o meu lado blasé de que eu podia fazer isso sem ser muito farofa enquanto meu lado farofa só pensava uau! e minha parte mãe ficava neurótica pensando se Gabriel ia sair correndo por baixo das cadeiras e me fazer morrer de vergonha. Finalmente chegou o momento. Primeiro Henrique, devidamente “otografado”, depois Alexandre que além de blasé foi chato e depois eu, que pedi pra ele autografar pra mim e pra Gabriel. E claro, todo mundo devidamente fotografado pela câmera automática de mamãe. Admito que me senti meio idiota, agradeci pra caramba e fiquei meio “no ar”, sabe, eu não queria sair de lá... Achei doce o fato dele ter aprendido a escrever “bons sonhos”. Depois da prática de dois dias na linha de montagem, ele quase conseguiu não esquecer como se escreve :-)! Fiquei com pena dele, mas até aí ele estava lá pela grana e era o trabalho dele. Mas não consigo pensar assim, embora saiba bem o que ele pensa sobre o assunto. Alexandre ainda voltou lá depois pra pentelhar o pobre e deu uma de blasé dizendo que era “papo de escritor” e perguntando o endereço do blog dele. Tio Neil deu o endereço de sua página (com o nome de seu próximo livro) e disse pra ele procurar lá. Eu fiz isso antes dele :-) É www.americangods.com/journal . oh! Mas não era óbvio?
So we went and I met Alex on the way. We lost the time of the travel on a surrealistic discussion about ways to be yourself . While I’m learning day after day more about me and discovering who am I and making myself to take a look on the outside of the closet, he denies his identity to form a new one, with a look “Renato Russo” style. Finaly we were there. Man, it doesn’t matter how much money all the public of the fair was supposed to have, the chaotic disorganization was the same as ever. We runt to the Canrad’s stand where unca Neil resignated to his mission and tried to look simpatic and a litle less tired. Guess WHO we found there? My son’s godfather and the best friend I ever had, Henrique. He simply didn’t had IDEA of what was going on untill he came to the stand and saw Neil Gaiman there! Isn’t sweet? That time I still didn’t knew he was going to make my afternoon special. You know, when I stop to think about the fact I don’t have a person I can really say that is my friend on this world, I remember I have Henrique. Life made us a lot apart and sometimes I don’t know how he cares this much about me being the way I am. Our realities changed a lot on the years past. I DO remember as if it were yesterday, when I met him. He had the costum to ask me how I was feeling, instead of how I was doing as we usually ask... That was a hell of a question. I NEVER knew how to answer. I was always feeling so many things all the time... It confused and scared me, because it showed me that EVEN I didn’t knew truly what I felt. So I said this to him. All the times. And he was SO patient with me! He still does. Even if the distance now is this far between us, I still tremble when I discover he really seems to care about me. I think that I feel this way because today this is so rare... Maybe it’s me that didn’t met the right kind of person over the years, dunno.
Eu lembro quando o conheci, ele sempre tinha o hábito de me perguntar como eu estava me sentindo. Sabe, aquela pergunta dele sempre me incomodava pra caramba. Ele não perguntava como eu estava indo, mas como eu estava me SENTINDO. E eu NUNCA sabia o que responder, porque sempre havia tanta coisa dentro de mim... Isso me deixava um bocado confusa na época e assustada também, porque nem eu mesma sabia o que eu estava sentindo. E eu dizia isso pra ele. E ele tinha toda a paciência do mundo comigo! Até hoje ele faz isso. Por mais afastados que estejamos, às vezes eu ainda me assusto em descobrir que ele realmente parece se importar comigo. Acho que é porque isso é tão raro hoje em dia... Ou eu é que não conheci as pessoas certas, sei lá.
Acabei encontrando com Alexandre e já começou a ser frustrante e surreal ali. Discutimos longamente durante a viagem, em inglês “pra praticar”, o que só tornava a discussão mais surreal ainda. Enquanto eu estou aprendendo quem sou eu e me assumindo e me forçando a espiar fora do armário, ele está fazendo o caminho oposto e se negando para formar uma nova identidade... Até aí eu não sei o que é mais unsetling... A atitude blasé ou o look “crente” de terno e óculos Renato-Russo. Finalmente chegamos na Bienal e depois daquela rotina desorganizada de todo santo biênio (incrível, somos todos chiques, classe AA, A e outras pilhas menos cotadas mas mesmo assim parecemos animais nos espremendo pra comprar ingressos ou descolar credenciais e nos atropelamos na direção das roletas, tentando não borrar a maquiagem...) corremos pra procurar o stand da Conrad onde tio Neil se resignava à missão que lhe fora imposta pelas circunstâncias. Simpático, um docinho, mas TÃO cansado... Corremos e... demos de cara com Henrique na fila, o padrinho do meu filho, que simplesmente NÃO TINHA IDÉIA de que Neil Gaiman estava na Bienal e caiu ali por ACIDENTE. Mal sabia eu, no meio da minha empolgação, que ele ia acabar fazendo por mim a coisa mais legal que alguém fez nos últimos tempos. Sabe, quando paro pra pensar e acho que não tenho realmente ninguém no mundo que posso chamar de amigo, eu lembro do Henrique (que acabou virando padrinho do meu filho). Nós estamos um bocado afastados e às vezes eu acho que encho o saco dele mais do que deveria. Eu sei bem que ele já deve ter pensado em torcer meu pescoço mais de uma vez. Aliás, uma vez ou outra ele até já me confessou isso. Nossas realidades se tornaram diametralmente opostas com o passar dos anos.
Okay, So “unca” Neil in Rio, only Saturday and Sunday on Riocentro. Sunday morning I kept myself too busy to mind my own depression buying groceries and working on the web. As I never surf linear when i’m online I did some research for some “improovements” to my new cell phone, if you understand what I mean :-) on the right kind of sites. Didn’t find anything for my Talkabout but lots of stuff for another mobiles. I don’t have a conventional line, but I guess I’ll have to buy someone else’s line because the company here in SG just WON’T install my line anyway and they just SAY (pretend you believe) they’ll do it untill december. So I was surfing on my father’s PC an’my brother had this boring RealPlayer download installed instead of Getright and it started with the fucking pop-ups as ever. This time I clicked on ths radio, 365 I guess and finished hearing a station with Asian Alternative Music with all kind of cool stuff... Loved it! But still hate this RaalPlayer Download. It’s so... inutile! On the meantime I was trying to convince myself that going to the Bienal (it’s a kind of book fair) with my ex-husband wasn’t the end of the world. So I went, and Gabriel slept leaving me with his “dead weight” in my hands to carry .
Como estou sem Internet em casa (já decidi que não agüento mais esperar a TELEMERDA, vou comprar uma linha. Aqui em SG tá por volta de R$300 as mais baratas, não valem isso mas quem acredita que a TELEMERDA vai instalar algum telefone e eles sempre dizem pra esperar até dezembro...). Ookay, então no micro do meu pai meu irmão instalou o downloader do RealPlayer que é uma das coisinhas mais inúteis que já vi (sou mais o Getright) e de vez em quando pipocam uns pop-ups na sua frente. Só que dessa vez eu resolvi conferir a tal rádio 365.com e... gostei! Escolhi uma rádio de música asiática alternativa underground e ADOREI!!! Música indiana, paquistanesa, uma mistura de batidas eletrônicas com vocais tipo mantras e other stuff. Até o Gabriel dançou, enquanto se divertia me impedindo de trabalhar :-)) Passei boa parte da manhã pensando se deveria ir na bendita Bienal acompanhada do meu... ex. Aí que a coisa fica mais estranha, quantas pessoas eu conheço que gostam da mesma coisa que eu? Aqui em SG, nenhuma. São todos tapados demais pra isso. Vc acha que eu estou exagerando? Um colega de trabalho bateu no peito orgulhosamente dizendo que jamais iria se despencar pro Riocentro num Domingo “pra ver livros”!!! Não sei se ele é só burro, alienado ou o quê, mas ele realmente me deixou chocada! O nível que a ignorância de uma pessoa pode chegar, a ponto dela se orgulhar de ser ignorante... Sei lá, é demais pra mim. Então depois daquela rotina que todo mundo que tem filho sabe bem como é que é passa pra conseguir sair de casa, pegamos o Castelo e tocamos pro Rio. Gabriel, que é fanático por navios e adora passar pela Ponte só por causa disso, dormiu antes disso e assumiu seu aspecto de “pesinho morto complicado de carregar”. Não posso falar dele, não só dormia em ônibus quando era criança como faço isso até hoje!
Ok, vamos ao Domingo. Tio Neil no Rio, lembram? Só no Sábado e no Domingo, na Bienal lá no RioCentro. Então toca pra Bienal. Fiquei ocupada demais fazendo compras de manhã e pesquisando câmeras digitais pra um cliente na Internet pra pensar na minha própria solidão e me sentir miserável :-)... Como eu NUNCA me conecto à Internet pra fazer uma coisa só, aproveitei pra dar uma xeretada na rede pra ver se descobria alguns jeitos de dar um “improovement” (se é que vcs me entendem) no meu celular novo. Pro Talkabout não tinha nada, mas pra outros motorolas (e outras marcas) tinha meia dúzia de coisas. No site de sempre, todo mundo sabe qual é a página... Vou continuar catando. Basicamente quero as “features” técnicas, como descolar chamada em espera, essas coisas que a ATL NÃO fornece pra pré-pago (e eu ainda estou sem meus créditos, ligação só a cobrar...) Anyway.
So I’m coming back from a rollercoaster-style weekend... Much to tell, much to think about. First thing, that terrible french test I did (oh yeah, I study frech, isn’t bliss?). Sure I didn’t had time to study so I went to that teste without having a clue about what to do and EVEN had to do a bloody writing about a travel and I was supposed to tell about the place and so. Fucking boring... I didn’t had the patience to do anything good, I don’t think this kind of test proofs anything about what I had learn at my classes. It’s like, you have to loose your time trying to remember every grammatical rule and verbal mode you know and use it on your text, independent on how strange it looks like. Stupid. So I finished it Frankestein style and went home with my soul on my feet... I guess maybe it’s the moon, I’m always a little more sad this time of the month... But the true is that I’m feeling a bit... lonely. Not a lon time ago, I just had time to be stressed and worry about how I was going to be more stressed after. Now that I’m learning to live without this, there’s days I just don’t know what to do with ALL this time! The matter is that I’m missing a friend to chat a little or even to go with me to cool places. I was intending to go anyway to Guilherme Arante’s show (a Brazilian musician that I loved when I was a teen – now we’re both a lot older :-) Onde day maybe I’ll translate some of his lyrics. I didn’t find the tickets anyway, but I hadn’t company too. I couldn’t think about NO ONE to go with me... Sad. But I’m learning to live alone. Step by step, slowly. And there’s always fun stuff to do when you’re alone and in the right mood :-)

Oooookay, então eu acabei de voltar de um final de semana estilo rollercoaster. Muita coisa pra contar, muita coisa pra pensar. Primeiro veio aquela prova de francês deprimente. Primeiro que eu não tinha estudado NADA, depois que a prova foi dissertativa, era pra escrever uma redação contando sobre uma viagem que vc tivesse feito, como era o lugar, monumentos etc e tal. Na tal redação você tem que usar um pouco das coisas que você aprendeu ao longo das aulas, tempos verbais, gramática, expressões etc. Eu ODEIO isso!!! Primeiro que você tem sempre que ficar pensando numa maneira menos idiota de encaixar aquela palavra em uma frase ao longo do texto SÓ PRA CONSTAR. Não dá pra escrever nada direito assim! Sai sempre um texto podre, feito de encomenda e muito frankestein. Depois, não prova nada. Eu posso ter apreendido o conteúdo das aulas perfectement e não achar um meio de encaixar tudo ali naquela redação idiota. Sem um pingo de inspiração, escrevi sobre uma viagem que fiz pra Brasília pro casamento do meu primo... ficou uma coisinha pegajosa e fedorenta. Espero tirar um seis :-)... Vim pra casa tão triste que nem reparei no mundo ao meu redor. Essa última virada de lua e as mudanças na minha vida nos últimos dias me deixaram meio... vazia. (Claro, pode ser apenas culpa da LUA...) É estranho começar do zero. Mas tem dias que eu me sinto muito SOZINHA. É que antigamente eu preenchia meu tempo me estressando e me aborrecendo imaginando como ia me estressar em seguida. Agora que estou livre pra voar, tem dias que não sei o que fazer com tanto TEMPO! O problema é que quando estou sozinha sinto muita falta de um amigo pra poder conversar ou que esteja livre pra poder curtir alguma coisa comigo. Eu ia ao show do Guilherme Arantes sozinha. Não consegui companhia, mas até aí também não consegui comprar ingresso... Às vezes solidão é chato e deprimente. Mas a gente aprende aos pouquinhos a se virar, tanta coisa legal pra fazer!

sexta-feira, maio 18, 2001

Dane-se meu jeito blasé com relação a essas coisas! NEIL GAIMAN NO BRASIIIIIIIIIIIIIIIILLLLLLLLLLLL!!!!!!!!! UAU!!!! OBA!!! WOW!!!
Eu sei que eu vou parecer um dos crentes malas que trabalham comigo, cara, mas esse cara MUDOU A MINHA VIDA!!! Houve época em que nada fazia sentido e que apenas as coisas que ele dizia traziam alguma luz... Neil Gaiman é um dos poucos ÍDOLOS que eu tenho e eu QUERO QUERO QUERO QUERO QUERO IR NA BIENAL PRA VER ELE DE PERTO!!!! (Não que eu não tenha feito isso da primeira vez que ele veio no Brasil, mas eu TÔ COM SAUDADES!!!!) Can’t get enough of Neil.

Se você não sabe quem é Neil Gaiman, você é um alienígena da oitava dimensão ou um dos crentes malas que trabalham comigo :-)

NEIL GAIMAN IN RIO!!! HE’S COMING!!! (Me too :-))))!!!!!!!) I LOVE HIM, LOVE HIM, LOVE HIM!!! I WANNA HAVE HIS KIDS!!! (Dream on, hon... and Desire, Death, Despair, Destruction, Destiny too...)

If you don’t have IDEA of WHO THE HECK IS NEIL GAIMAN YOU MUSTA BE AN ALIEN OR ONE OF THE STUPID GUYS FROM SG THAT WORKS WITH ME... (This city is called SG, short for Saint Goncalo, BTW)

quarta-feira, maio 16, 2001

Gods, my new cell is so fucking hype!!!!
Meninos e meninas, meu celular está de volta à ativa com o mesmo bom e velho número de sempre. Quem estiver com saudades, pode me ligar! Quem não tiver o número, entre em contato comigo pelo ICQ (UIN 4915573). Troquei o número segunda na ATL, mas as bestas esqueceram de transferir meus créditos... doh!!!

AS I buyed a new cell phone and converted it to my old number, feel free to call me! Brand-new Motorola Talkabout at my hands :-)) Don't have the number? ICQ-me! UIN 4915573

terça-feira, maio 15, 2001

As my english-speaking friends (that means Anders) asked me, I’ll start writing my blog in both languages. I hope all my french friends can read english or portuguese or this blog will be really a crazy stuff!

Meus amigos anglo-parlantes (quer dizer Anders) andaram pedindo para que eu escrevesse em inglês porque eles – doh! – não estavam entendendo nada. Logo este blog a partir de agora se declara bilíngue e será escrito em português e inglês. Espero que nenhum dos meus amigos franceses reclame, senão esse blog vai virar uma zona!

Anders: I’ll translate the old posts in private :-)

Antonio, como vai a vida em Sampa? Saudades!

Nicholas me diz que ele não usa mais telefone pra se comunicar com os amigos. O pessoal que quer saber como ele vai lê no blog. Quem quer falar com ele acessa o ICQ. Idéia interessante, mas eu ainda sinto falta de abraçar apertadin e beijocar meus amigos :-)))

My friend Nicholas says he doesn’t use phone anymore to get in contact with his friends. If someone wants news about him, go and read his blog. If wants to talk with him, go through ICQ. Interesting, but I still miss hugs and kissing my friends a lotta. It’s warmer, you know ;-)
E hoje me atrasei pro trabalho, só pra variar...
Visite www.osumpasabe.blogspot.com. Vc vai gostar :-))
Dia das mães com chuva, não quis nem saber de sair de casa... já acordei tendo que conter uma inundação :-)) Cozinhar também, esquece, viu! Fiz um sopão mesmo, daqueles PRONTOS em cinco minutos. Em compensação, tem brinquedo do Gabriel espalhado pela casa toda até agora. Aliás, foi um dia ótimo, porque simplesmente esqueci até que tinha problemas (com exceção da inundação que não me deixou esquecer dela :-))). Minha mãe que não esqueceu de mim. Ela fez lasanha e trouxe pra mim, antes de meu pai seqüestrar ela pra um evento lá nos cafundós da Ilha do Governador!!! Eu AMO a minha mãe! Falar nisso, chuva é bom não só pras minhas plantinhas (ganhei uma mudinha de manjericão e outra de alecrim, ti lindu! Mais bebêzinhos pro meu jardim) mas é bom rezar pra chover até inundar de juízo a alma desse governo (acho que não vai funcionar, FFHH e cia já devem ter vendido a deles há muito tempo!) . Eles não dizem que é culpa da falta de chuva esse racionamento? Claro que enquanto a gente reaprende a namorar com jantar à luz de velas os órgãos públicos vão continuar jogando nosso dinheiro fora como sempre fizeram.
Se cortarem a luz à noite pelo menos vai ter uma vantagem: forçosamente o povo vai ver menos novela e Ratinho. Já posso imaginar os efeitos colaterais do apagão: primeiro a taxa de crescimento demográfico vai explodir. Vem aí os “filhos do apagão”!!! Vai ser um verdadeiro baby-boom... Depois que o povo cansar de coelhar (eu também quero!!!) e coelhar até não agüentar mais, uma hora vai enjoar. E quem sabe ali, à luz de velas, eles comecem até mesmo a... conversar! Já imaginou? Pior: o povo pode querer começar a... ler!!! Já imaginou? Pessoas se juntando em grupos para conversar e debater coisas que leram na noite anterior? Meu Deus, é melhor o governo tomar cuidado, senão o próximo filho do apagão pode ser uma revolução!!! Claro, além do aumento no número de saques, roubos e estupros... Sei lá, ler talvez já seja demais. Afinal, o funk e o forró só dependem de um par de pilhas. Mas rádio que eu me lembre não deixa ninguém anestesiado parado na frente dele por horas a fio... Até porque passar horas olhando pra um rádio deve ser um troço muito chato :-) Chato vai ser não poder passar as madrugadas conectada na Internet. Acho que vou vender meu computador e abrir uma barraquinha de artesanato. É mais futuro...

OK, Dia das Mães pra mãe solteira é uma coisa! Eu só ganho presente se eu mesma me der :-) Ano passado eu paguei pra creche me dar uma cesta de café da manhã (e ganhei um cartão comprado às pressas pelo meu ex porque meu PAI – que não é chegado em datas!!! – lembrou ele do mico!!!). Esse ano eu não paguei pra creche me dar um buquê de rosas de papel crepom. Mas o melhor não foi isso: o que me derreteu toda, mesmo sabendo que foi a coisa mais forçada do mundo – e é mesmo mas nessa fase a gente acha tudo TÃO LINDINHO!!!!! – foi receber uns versinhos de dia das mães com uma letrinha toda garranchada escrevendo “para a mamãe” e assinando “Gabriel”. TODO MUNDO e a torcida do Flamengo sabe que foi a “tia” que segurou a mão do meu gatinho pros rabiscos ficarem inteligíveis mas que importa? Foi a MÃOZINHA dele ali e o sorriso gostoso dele de orelha a orelha exibindo o trabalhinho que fez pra mamãe que me deixou completamente e babacamente derretida.
Aliás, não tem coisa melhor on mundo, gente! Chegar em casa todo dia (quando não busco ele na creche), tocar a campainha e já ouvir lá de dentro “é a mamãe! É a mamãe!” abrir a porta e os braços e gritar “Ooooooooooooooooooooooooooooiiiiiiiiiiiiiii meu amooooooooooooooooooooooooorrrrrrrrr!!!” (é assim mesmo, beem comprido) e ver ele correndo pros meus braços falando “oi mamãe!!!!”. Aí eu pego ele nos meus braços e abraço ele beem apertado e digo que estava morrendo de saudades, peço um beijo e pergunto se ele estava com saudades também. A cena invariavelmente termina comigo jogando ele na cama dele, fazendo cosquinha e beijocando sua barriga além de abraçá-lo MUITO mesmo, até amenizar a saudade um pouquinho. Agora ele está com, a mania de pular na cama igualzinho ao Tigrão (do desenho do ursinho Puff, não o funkeiro). É muito FOFO!!!! Aí eu pergunto como foi o dia dele na creche e conto como foi o meu no trabalho. É muito bom!
Olá, vampirinhos e vampirinhas (já leram Anne Rice?). Depois de um Dia das Mães inteiro curtindo o meu filhotinho (o melhor presente que qualquer mãe do mundo poderia ganhar!) estou aqui marcando ponto de novo! Fiz uma extravaganzza e me dei de presente um novo celular. O número vai ser o mesmo de sempre. Ele até hoje só me deu sorte! Tenho que dar a mão à palmatória sobre pelo menos uma coisa ao meu amigo Nicholas: tem certas coisas que a gente compra pelo fato de ser hype! Eu não re-sis-to! Dá vontade de sair desfilando pra cima e pra baixo com meu brinquedinho novo e ficar exibindo ele pra todos os meus coleguinhas... É quase uma compulsão ficar abrindo o bichinho e lembrando de incluir mais uma entrada na agenda telefônica bem naquela hora em que tá passando alguém pra quem você QUER se exibir :-))) E um Motorola Talkabout que troca capinhas é o máximo!! (melhor ainda se fosse um Timeporter) Recebe msgs também. Alguém aí se habilita? Fora o hype, a verdade é que ficar sem um telefone é altamente prejudicial pro meu trabalho como freelancer. Pois que venham os trabalhos! Como vocês acham que eu vou pagar pelo brinquedinho?

quinta-feira, maio 10, 2001

Estou num dia tipicamente sagitariano... Flutuo entre o êxtase e agonia, todos dois dançando ao meu redor e tocando uma das minhas mãos... Umas horas me sinto livre, leve e solta no ar como me convém, outras horas o peso de ser quem eu sou e das coisas que não me deixam me afunda em águas escuras. Eu nado, mas a corrente ainda me leva. Um dia talvez haja uma forma de resolver esta história velha. Ela é, que eu me lembre, mais velha do que eu. Estava cá pensando em amores passados... Um deles se foi há tanto tempo que nem sei mais dizer se ele foi ou não foi tudo aquilo que me lembro. Acho que depois de algum tempo histórias vividas e contadas se misturam e pessoas e situações que se foram, tudo se torna mitologia, lenda. Quem pode dizer que foi assim que aconteceu? Eu lembro que as coisas mais importantes da minha vida simplesmente foram tão sensoriais que eu não sou capaz de descrever em palavras. Quem pode traduzir aquelas indizíveis misturas de cheiros, sons e cores, sabores e texturas? A tensão no ar e o cheiro e as cores e o gosto na boca que existe apenas naquele segundo que antecede a certeza absoluta que aqueles lábios vão tocar a sua boca? Quando cinco sentidos são poucos pra tudo que você está sentindo? Então quem vai poder dizer que foi assim ou assado que aconteceu no fim da história? A cada vez que se conta, ela pode ter um sabor diferente. Daqui a vinte anos certamente ela vai ser bem mais rica em detalhes do que era quando nasceu.

Esse poema tem um ano. Desde 94 Ricardo não está mais aqui. Mas as lembranças e as histórias continuam aqui. Fomos muita coisa. Fomos felizes, inclusive, coisa rara hoje em dia. Vou parar agora pra me perder naquelas lembranças de momentos que palavras nunca poderão descrever.

De repente me veio
Uma saudade imensa
De você

Fecho meus olhos e vejo
Você inteiro
Na minha imaginação

De repente na boca
Um gosto de beijo
Um cheiro seu

Meus olhos perseguem
Em todos os olhos
Os teus

Me sinto em teus braços
Tão sua me sinto
Que faço presente
Você em mim

De repente me veio
Uma paz imensa
Você está aqui
Novamente aqui
Dentro de mim

Para sempre, Ricardo
Serei sempre,
Sempre sua
Eternamente

quarta-feira, maio 09, 2001

dois dias sem me atrasar pro trabalho :P
Vou me perder novamente
No perfume do teu cabelo
No calor da tua pele
Me diga para parar

Minhas mãos procuram as tuas
Meus olhos só vivem pros teus
Já tinha esquecido teu gosto
Vou cair uma vez mais

Me diga para não continuar
Me salve desta vontade sem fim
Arranque o desejo de dentro de mim
Antes que seja tarde demais

Quando o dia amanhecer
Não quero acordar do teu lado
Perdida no teu abraço
Sabendo que é a última vez

4/4

terça-feira, maio 08, 2001

I’m into the road for nowhere
There’s no beginning nor end
Tired of walkin’ into another’s shoes
That doesn’t even fit my feet well

My heart is broken, I have no peace of mind
Everybody has stepped over my shadow
The words I speak no one can translate
So I walk alone in the road again

Outside is raining and so it is inside
My tears now I keep to myself to dry
So many times I’ve been this way
That I don’t argue the why or where

I’m into the road for nowhere
There’s no beginning nor end
I’m walking again this spoiled shoes
On this old path again and again

Jan 2001

~#~#~##~ 1 dia sem me atrasar pro trabalho ~##~#~#~
Hoje fiz uma lista de coisas pra comprar pra minha futura casa. Meus deuses, preciso de grana! Aceito doações, por favor ligue para o meu telefone se você sentir uma estranha compulsão de me ajudar a sair do buraco. É sempre estranho recomeçar, mas eu vou parar de ficar repetindo isso a cada post :-) Enche o saco! OK, como na virada de 30/4 para 1/5 foi Samhain no Hemisfério Sul e eu não fiz nada porque estava atolada (como um raio não caiu na minha cabeça acho que a Deusa entendeu minha situação ;-) ) resolvi aproveitar a época para fazer minhas resoluções de “vida nova”. Como defeitos são como um vício, resolvi tratá-los como se eu fosse dependente de alguma droga. Eles SÃO uma DROGA, tão sempre ferrando a minha vida! Nada de grandes defeitos por enquanto, vamos cuidar primeiro das coisas pequenas mas que acabam crescendo pra atropelar tudo no final. Primeiro defeito: chegar atrasada nos lugares, principalmente no trabalho. Às vezes é por dispersão, outras por que não sei dizer não e tenho medo de machucar alguém. Anyway, a partir de hoje vou deixar um marcador do meu progresso no rodapé dos posts. Comecei essa semana mal, mas hoje consegui cumprir minha meta.

~#~#~##~ 1 dia sem me atrasar pro trabalho ~##~#~#~
Para sempre
Nunca mais
Quando “para sempre”
Se torna “nunca mais”?

Só sobrou o medo
Os meses passam
E não voltamos atrás

Coisas demais
Nos ligam e nos separam
Para sempre
E nunca mais

Fev 2001

segunda-feira, maio 07, 2001

Cortei o cabelo curtinho hoje. A última vez que cortei foi na virada do Ano Novo e estou meio que renovando os votos de mudança que fiz naquela época e que foram atropelados pelas circunstâncias logo depois. Estou começando do zero e acho que um visual diferente me ajuda a afirmar pra mim mesma que as coisas mudam pra melhor. É uma vida totalmente nova que tenho pela frente agora. Muitas feridas pra lamber e cabeça erguida pra jogar a bola para o alto e avante. Pelo menos pra começar está sendo divertido. Aí eu me lembrei de um trecho de Metal contra as Nuvens, do tio Renato: “... Nossa história/não estará /pelo avesso assim/ sem final feliz/ teremos coisas bonitas pra contar/ E até lá/ vamos viver/temos muito ainda por fazer/não olhe pra trás/ apenas começamos/ O mundo começa agora/ Apenas começamos”.

JUST BECAUSE YESTERDAY I TAKED ABOUT THE SUBJECT aí vai uma suposta poesia que cometi na Segunda-feira:

O amor é como bolhas de sabão
Vazio por dentro, pura inspiração
Sua superfície reflete a imagem do objeto amado
Em cores mais vivas do que o real
E é tão frágil que o mesmo ar que inspira termina
Por dissolver tudo no final...

Estou me sentindo estranhamente quase em paz hoje... E olha que isso é uma loucura, porque estou no meio de um monte de mudanças! Mas se me sinto bem, deve ser ao menos porque as mudanças que estou fazendo são positivas. Difícil é recomeçar a vida sem apelar pros velhos vícios. Ah, sei lá, depois de Ter virado a noite direto eu jurava que iria estar pregada de sono a esta hora e estou mais é contando os minutos pra estar lá outra vez. Vai ser legal? Sei lá, mas tá bom assim também.

JUST BECAUSE YESTERDAY I TAKED ABOUT THE SUBJECT aí vai uma suposta poesia que cometi na Segunda-feira:

O amor é como bolhas de sabão
Vazio por dentro, pura inspiração
Sua superfície reflete a imagem do objeto amado
Em cores mais vivas do que o real
E é tão frágil que o mesmo ar que inspira termina
Por dissolver tudo no final...

Estou me sentindo estranhamente quase em paz hoje... E olha que isso é uma loucura, porque estou no meio de um monte de mudanças! Mas se me sinto bem, deve ser ao menos porque as mudanças que estou fazendo são positivas. Difícil é recomeçar a vida sem apelar pros velhos vícios. Ah, sei lá, depois de Ter virado a noite direto eu jurava que iria estar pregada de sono a esta hora e estou mais é contando os minutos pra estar lá outra vez. Vai ser legal? Sei lá, mas tá bom assim também.

Tava cá pensando sobre os blogs que vi ontem que são usados pelo pessoal pra se manter em contato com a família... Isso seria ótimo, morro de saudades dos meus primos. Todo mundo foi pra Brasília, uma parte ficou em Minas e aqui no Rio só sobrou a parte com quem quase não falo... É estranho pensar que os primos com quem fui criada praticamente junto a infância toda agora moram a “n” quilômetros de distância, já casaram, tiveram filhos e eu continuo aqui. A última vez que eu soube de alguma notícia, em Brasília tava todo mundo grávido: desde a prima que engravidou solteira até o primo que engravidou a namorada até o irmão mais velho dele recém-casado... A cegonha baixou legal na família e eu nem sei os nomes ou o sexo de nenhum desses bebês, que já devem ter quase um ano... É triste. O pessoal de Minas tem e-mail, mas prefere o telefone e só liga pra minha mãe. O pessoal de Brasília eu não tenho a menor idéia. Meu primo que foi pra São Paulo trabalha com informática e eu nunca mais ouvi falar dele! Estranho isso. Eu, que vivo conectada e chateio pelos ICQs e Mircs da vida com estranhos não consigo me conectar com minha própria família. Acho que vou tentar mudar isso, sei lá. Resolução de final de semana: Ligar pra Brasília e pra Minas e descobrir a quantas anda esse pessoal, quem tá on e quem ainda tá offline. Receber fotos por e-mail da nova turma que veio ao mundo no ano passado não ia ser nada mau :-)

quarta-feira, maio 02, 2001

ENGRAÇADO... Como é que pode, né? Quando olho pra trás e penso na minha vida amorosa noto que todos os homens com quem já me envolvi ao longo da minha vida foram uns grandes BABACAS. TODOS, sem exceção. E aí eu me lembro daqueles momentos em que tudo era perfeito, sabe, as cores eram mais vivas, havia música tocando no ar e você se perguntando se você merecia se sentir assim, daquele jeito porque era tão maravilhoso que parecia um sonho? Houve dias em que meus pés nem sequer tocavam o chão, em que não precisava nada, um toque, um gesto, apenas um olhar pra que eu fosse mais feliz do que eu achava que a felicidade pudesse ser. E cada um deles de alguma forma foi MUITO especial. Alguém sabe me dizer quando é que aquele cara que fez estrelas nascerem nos seus olhos se transforma no grandessíssimo babaca que você nem sequer acredita que ficou com ele um dia? Ando cortando um dobrado com meu ex. Toda vez que ele me vê enche meu saco perguntando se arranjei outro cara. Eu digo a ele que não estou procurando, mas ele não acredita. Mas é assim que me sinto. Não que eu queira realmente ficar sozinha, mas atualmente parece que ficar ou não com alguém novo é apenas escolher entre duas dores: a de ficar sozinha ou a de ficar com alguém morrendo de medo dessa pessoa te machucar. Eu AMEI esse homem além da alma do amor. Os franceses têm uma expressão pra isso, sabe, pro chamado “amor verdadeiro”: “aimer d’amour”. Eu o amei de uma maneira tão intensa que até tivemos um filho. Nunca me entreguei a ninguém como me entreguei a ele. E aí você vai me perguntar como pode alguém ter amado tanto outra pessoa como eu digo que amei e se separar dele. Ele mesmo foi detonando o amor que senti por ele, aos pouquinhos. Mas eu não deixei de amar ele, não. Apenas o amor que senti foi transformado num tipo de amor diferente. Eu ainda quero que ele cresça, consiga realizar os sonhos e planos dele, ainda quero que ele chegue lá. Mas embora eu queira ver quando isso acontecer, não quero mais estar ao lado dele. Espero que aconteça, nem que seja pra dizer “tá vendo como eu sempre disse que você ia conseguir”? Mas agora eu quero amar muito outra pessoa que eu deixei esquecida ao longo de todos esses anos. Eu agora quero gostar mais de MIM. Não posso dizer que o próximo cara com quem vou me envolver não vai ser um BABACA. Tem dias que me sinto uma ilha, cercada por eles por todos os lados :-) Se envolver com o cara errado é uma droga, sabia? Vicia. Teve época que eu achei que eu tinha uma espécie de vara de condão invertida: toda vez que eu tocava num cara legal, ele se tornava num BABACA. Mas aí depois fui percebendo que os defeitos todos estavam lá antes, eu é que nunca tinha parado pra ver. Outra coisa que eu falei pra uma amiga minha há pouco tempo: é muito complicado julgar as pessoas, porque isso depende muito de qual aspecto a gente puxa delas. Um cara que foi completamente babaca comigo pode ser maravilhoso com outra menina, principalmente se gostar dela. Meu ex fez coisas com outras meninas que ele mesmo me confessou que jamais faria comigo. Em algum lugar por aí nesse mundão afora tem um cara que vai puxar o melhor de mim e ser correspondido. E quer saber de uma coisa? Enquanto ele não chega eu vou ficar aqui no meu cantinho, só curtindo um pouco minha vida e me divertindo.
Acabei de voltar de um feriado esquizofrênico onde li muito Stanislaw Ponte Preta e me esforcei para não tentar fazer nada o dia inteiro, prioritariamente brigar mais uma vez com meu ex... Sei lá, é o tipo de coisa que deixa meu humor meio ácido de manhã, principalmente porque hoje já que cheguei cedo (vai chover) no trabalho parei em frente de uma banca de jornal só pra ler estampado nas manchetes em letras garrafais e fundo colorido mais um retrato da violência que já se tornou cotidiana em nossos “noticiários sanguinários”. Me desculpem, mas não consigo achar normal um jornal anunciar com todas as letras como uma mãe violentada e esfaqueada morreu na frente da filha igualmente brutalizada sem sentir nojo. Do jornal, da notícia e de nós mesmos, que perpetuamos o círculo vicioso tentando nos anestesiar até o dia em que a maldita violência bate na nossa porta. Aí eu me lembrei de Tori Amos. Até semana passada eu não sabia da história de vida dela. Eu estava conversando com uma colega de trabalho sobre Tori e ela disse que parecia conhecer a voz dela e perguntou se ela não estava na trilha de um seriado que eu não costumo assistir. Fui conferir. Caí na Web e dei de cara com uma página de vítimas de violência sexual inspirada numa música dela que já ouvi vezes suficientes sem jamais me perguntar porque diabos ela doía tanto em mim. (http://www.welcometobarbados.org/main.html) Stupid me, SO OBVIOUS. Tori havia sido vítima também da mesma violência sem sentido. Doeu. Doeu muito. Me desculpem, mas não acho normal alguém ler isso no jornal com a mesma avidez que alguém procura saber quantos gols o Flamengo fez no último Domingo. Sabe, tem muitos anos que eu não comemoro o Natal. Eu também tenho minha historinha de assombração. Acho que cada pessoa tem a sua mas a vida seria bem melhor se a violência pudesse ficar só na página do jornal. Na verdade eu preferia que não estivesse lá, também, incentivando outros filhos da puta a querer virar manchete e partindo o coração de gente que já passou por isso e tem que ficar lembrando de uma coisa que todo dia a gente luta pra esquecer.