quinta-feira, agosto 31, 2006

Remexo em meu passado, listas acumuladas de compras, idéias, telefonemas a dar de anos e anos passados... Sites de meus primeiros tempos na Internet, livros cujos nomes eu costumava anotar em pequenos papéis quando percorria as livrarias nos intervalos entre as aulas no SENAC e minhas primeiras aulas na faculdade... Planos de vida pós-separação, sonhos de consumo e pequenos lembretes. Esqueci muitos nomes, os telefones de lá para cá ganharam um dígito, vários sites desapareceram.

Existe uma coerência interessante no retrato que esses papéis desenham de mim mesma. Fico feliz em ver que a maioria das minhas wishlists foram preenchidas. Meus pequenos sonhos de consumo e alguns acalentados há bastante tempo, como armários novos para meu quarto, já se concretizaram. É divertido ver que há alguns anos eu já pensava em animar desenhos do Gabriel. Hoje fazemos animações em flash juntos :) Em algumas anotações, Gabriel ainda tomava mamadeira... Daqui a alguns dias, fará oito anos! E as estrelinhas no teto do quarto dele estão lá, fazendo do seu cantinho um céu estrelado onde ele pode sonhar...

Essa tristeza, a minha eterna melancolia, ah, essa também nunca me deixa. Mas rende bons momentos de poesia...

'cos there's no bitter pain than self-guilt awareness.

e no momento em que isto for publicado, estes papéis já serão cinzas na fogueira...

terça-feira, agosto 29, 2006

Fazendo da recuperação a PRIMEIRA prioridade na minha vida

Musculação. Meditação. Violão. Alemão. PHP. CSS. Lobos de Hécate. Mada. Gabriel. Meus dias e noites passam assim, na Fortaleza da Solidão.

Tenho quadrinhos, não tenho dinheiro. Só temos albatrossssssssssssssz.

Girl gamer de webcomics e MMORPG e conversas via Skype com amigos intocáveis.
Sinto falta da minha marida e do nosso apartamento. E cinema, boate, pub, cerveja, risadas, gin, Jim, capuccino, parliaments, coca-cola e queijo. E RPG, poesia, almoços filosóficos, pés sujos e cafés chic, me jogar na vida.

Mas só por hoje, só por agora. Viver e deixar viver. Aceitar, aprender. Um mês ainda até a data da tomografia. Já fiz outros exames, troquei alguns remédios. Só o tempo.

E eu tenho um filho muito amado. E três gatos pretos que dormem na minha cama. E um sobrinho fofo que pára de chorar e ri ou se aninha sempre que eu pego ele no colo.

Omnia Mutantur, Nihil Interit. Nada se perde, tudo se transforma. Assim sou eu.

quarta-feira, agosto 23, 2006

terça-feira, agosto 22, 2006

Faxina de Candlemas

Quero um template novo. E mudar o rumo desse blog. Se me der a louca, migro djá pro blog via wordpress que criei no meu site... Mas lá eu preciso aprender MESMO como fazer templates novos.

Designer defasado é uma merda rs...

Se eu não voltar pra minha cama como uma boa deprimida descontrol, de repente eu consigo fazer um template decente, he.
Yada, yada, yada.

Eu surto, tu surtas, ele surta.

A parte chata de chorar em público hoje em dia é a maldita moda dos emos. Meus melhores amigos no momento são a Venlafaxina e o Rivotril.

Passo os dias lendo quadrinhos no computador e colecionando-os compulsivamente (pela primeira vez na vida tenho mais HQs do que já consegui ler, abençoada seja a Internerd), escrevendo, jogando no computador, lendo no computador, cuidando dos gatos (parece que sempre tem um doente, affe) e dando bronca no Gabriel para fazer o dever de casa.

Preciso ficar boa. Eu VOU ficar boa. Eu quero VIVER novamente.

Há tanto o que quero fazer... Aquele curso de HQ, meu mestrado em comunicação, terminar meu site, pagar minhas dívidas, pagar meus amigos, voltar a ir ao cinema, voltar a dançar (nossa, que FALTA que me faz dançar).

Sinto falta de mim mesma. Da pessoa que cantava alegremente pela casa, desafinando Barbra Streisand enquanto regava as plantas, cantarolava Tori Amos pelas ruas do Rio de Janeiro, que cozinhava com gosto, que comia barras de chocolate na hora do almoço metodicamente quebradas ainda dentro da embalagem assistindo sessões da Anima Mundi no intervalo do trabalho. Eu tinha uma garra... Era vaidosa, pintava as unhas de jeitos diferentes antes disso virar moda, camaleoa, gata de botas, "um personagem perfeito de histórias em quadrinhos", um misto de criança feliz e mulher sexy. Era gata vira-lata sem eira nem beira, uma noite aqui outra ali, livre e descolada.

Ainda tenho sabedoria de sobra e opiniões fortes, mas algo em mim está meio que morto. Tenho revisto muitas coisas sobre mim. Tenho tanto tempo disponível e gasto quase a totalidade dele estando doente... Mas estou aprendendo. Quieta, observando o que se passa dentro e fora de mim. "O que não me mata me faz mais forte", me diz o menino gelado. Uma hora as asas vão se abrir de novo e eu vou voltar a cantar.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Dormi dias seguidos, perdi tantos poucos compromissos quanto a vida ainda me dá... Febre, e dor, e pesadelos, e um sono sem sonhos... Me forço a levantar da cama e descubro que minhas contas do banco vão de mal a pior. Mas não tenho forças para mudar esta situação, não agora.

Flashs de um passado, de outra vida, aparecem na minha cabeça e eu me lembro de nomes do passado, de gente que fez parte da minha vida e hoje em dia eu sequer me lembro direito. Vasculho pelo Orkut ao acaso, um email de um velho amigo chamando para uma comunidade da qual já fiz parte naquela outra vida, tanto tempo atrás... E eu me lembro daquela história de amor bonita e tão triste, e de como nunca tive uma chance, e dos anos e anos que passei pedindo aos deuses que me dissessem ao menos se ele estava vivo, feliz e bem.

E no meio da febre, da dor e do desespero, hoje eu descobri. É o segundo presente e o terceiro amor que o Orkut me traz de volta. Ironia do destino, não creio que o reconheceria se ele tivesse passado por mim na rua. Não é mais o garoto de belos olhos cor de mel, magro e doce que um dia me encantou. E como o destino dá muitas, muitas voltas, um dia nessa outra vida houve duas Elaines apaixonadas por ele, e hoje ele está casado com uma terceira. Há uma alegria estranha em saber que ele está vivo, feliz, bem. E uma tristeza estranha em saber que, tantos anos depois, nada parece ter restado neste homem que me lembre o menino de 17 anos por quem um dia eu fui apaixonada.

O Orkut me trouxe D. Depois me trouxe L. Agora R. E a criança romântica em mim dá um sorriso de canto de boca, ignorando a febre e a dor de cabeça que a mulher continua sentindo.