sábado, maio 23, 2009

Falando em MSN a última foi assim...

Eu, trabalhando, pipoca mensagem de uma pessoa que parecia ligada ao mercado de quadrinhos.

- Oi, td blz?
- Tudo, trabalhando aqui num lance, ajudando meu filho a estudar pra prova.
- Você tem filho?
- Sim, ele tem 10 anos, porque?

Silêncio, som de grilos, etc.

Eu permiti contato à pessoa porque ela parecia ligada a quadrinhos pelo endereço do hotmail. O que o fato de eu ser uma mulher casada de mais de 30 anos com um filho de dez anos tem a ver com ele imediatamente parar de falar comigo? Adivinha.

Mais um punheteiro. Pelo menos não chamou meu filho pra assistir.

Bloqueando o MSN para novos contatos

Passei a bloquear pessoas novas que me adicionam no MSN, os chamados random users. Antigamente eu não adicionava na minha lista, mas permitia que me adicionassem e entrassem em contato comigo. A idéia era não bloquear pessoas que tivessem interesses legítimos para entrar em contato comigo, como clientes em potencial ou outros desenhistas.

Na prática eu acho que, desde 1997, 99% das pessoas que me adicionaram no MSN eram homens querendo bater punheta com platéia, vulgo "oi gata quer tc?", isso QUANDO esses filhos da puta simplesmente não clicavam na sua câmera pra invadir a sua privacidade sem nem dizer oi. Pior do que homens que tratam mulheres como um naco de carne quente, esses se contentam com um par de olhos femininos.

A internet permitiu aos exibicionistas sem noção ao invés de ir pra pracinha de sobretudo e ficar exibindo o pau pras mulheres na rua ou tocar punheta no metrô, passar a ligar a webcam com uma mão, o pau na outra, e ficar exibindo o pau pras mulheres da privacidade do lar deles, sem correr o risco de serem presos por atentado (público) ao pudor. E ainda achar tudo isso muito normal, natural e corriqueiro.

São DOZE ANOS ATURANDO ISSO. E tem piorado, pois com a inclusão digital aumenta o número de pessoas que usam a internet, e, dentro desse número, os punheteiros que não sabem escrever direito mas querem forçar você a satisfazer o ego DELES têm aumentado também.

Alguns ficaram putinhos comigo e começaram a entrar em CHATS GAYS DO UOL e a fingir que são a minha pessoa, dando o meu email para garotas incautas adicionar no MSN. Só que eu NUNCA entrei em chats de sites na vida, sempre achei eles o lixo do lixo dos chats, mesmo na época em que eu vivia no mIRC. Já teve gente que me adicionou dizendo que uma garota deu o meu endereço de email pra ele dentro de um ônibus na BAHIA. Me pergunto se algum idiota já escreveu o meu MSN num banheiro público também. É só o que falta.

Enfim, hoje em dia eu nem uso MSN, só entro quando algum cliente precisa falar comigo. Daí tá lá você resolvendo detalhes de um serviço e vem um imbecil "oi prinçeza tem orkut mi add?" ou então o mais comum é a pessoa nem saber porque te adicionou e querer saber porque você está na lista DELA. Daí eu digo que quem adicionou foi ela e quem tem de saber porque adicionou foi ELA e eu sou xingada ou chamada de grossa só por constatar o óbvio.

Daí eu digo que a pessoa está me atrapalhando porque estou trabalhando e sou chamada de "sapatão mal amada maluca e escrota" porque eu quis dar uma chance à pessoa e simplesmente não bloqueá-la de uma vez. Cara, CANSEI de ser boazinha. Doze anos é MUITO TEMPO para ser boazinha com pessoas estranhas querendo me encher o saco por querer dar o benefício da dúvida.

Sim, eu já criei grandes amizades a partir do ICQ, do Friendster, etc. Nenhuma delas começou com "oi gata quer tc".

Então a nova regra do jogo é: miadd no MSN? Block. Sem perdão. Quer falar comigo, me manda um email antes. SE você for uma pessoa legal e interessante vamos conversar e aí sim trocar IM (e de preferência, não o MSN).

Peço desculpas aos 1% com motivos legítimos que serão bloqueados. Os outros 99% venceram.

domingo, maio 17, 2009

Balanço de férias

É interessante quando eu paro para pensar que essa é a primeira vez na minha vida em que tive férias. Férias, mesmo, não alguns dias que tirei para fazer mudança de apartamento ou ficar em casa porque estou doente. E uma quinzena, não um mês inteiro, eu realmente não consigo me imaginar um mês inteiro sem trabalhar. Sério, fiquei fora 18 dias e estou ansiosa para voltar.

Eu sempre vendi minhas férias, as empresas em que trabalhei sempre roubaram nas horas extras e o banco de horas sempre serviu para pagar de volta os meus "atrasos" (eu assumo, nunca gostei de trabalhar em esquema 9-18, mas também se cada empresa fosse me pagar o quanto eu já trabalhei fora do horário dava três vezes o que eu cheguei mais tarde), até porque na minha vida parece que todos os problemas possíveis e imagináveis gostam de se concentrar no período da manhã.

Esse período foi uma experiência interessante. Não foi o que eu queria, porque só para variar eu estava sem dinheiro, então passei férias em casa. Eu queria, MUITO, ter ido pro Rio rever os amigos e tô com saudades dos meus pais. Queria ter visto o Fê e a Marcela e conhecer meu "sobrinho" que já deve estar quase andando e eu não vi nascer, fora a Annika que nem lembra mais de mim. Queria ver a Ana (e saber que ela tá bem e feliz e ter uma desculpa para abraçar muito ela), a Flau, os padrinhos do Gabriel e o filhão deles... O 'Rique veio da Inglaterra pro Rio e eu não vi, nem senti o cheiro do resto dos Lobos. Um final de semana não basta, eu ia precisar de pelo menos uma semana bem corrida pra matar a saudade deles e de tanta gente e quem sabe armar um "aniversário fora de época" como o Santi gosta rs...

Mesmo sem dinheiro havia várias coisas que eu planejava ter feito e não fiz. Eu queria ter procurado um psicólogo pro Gabriel, especializado em hiperatividade. E um terapeuta pra mim.
Eu queria ter estudado Flash e criado protótipos de jogos que seriam úteis no trabalho. Eu queria ter desenhado mais, pintado o cabelo, feito "N" coisas. Mesmo assim foi bom, porque eu notei algumas coisas interessantes sobre mim mesma.

1 - Eu precisava MESMO descansar. Passei os primeiros dias dormindo bem mais do que o normal. Eu estava fisicamente e mentalmente cansada. Passei um bocado de tempo envolvida com um jogo pro Ota, aproveitei pra ver uns filmes e tal. MAS eu precisava de um tempo para descansar, e realmente, depois de alguns dias fui voltando ao meu "eu" normal. Daí comecei a ficar mais produtiva, e consegui tirar uns 3 dias para organizar coisas que eu nunca organizava por pura falta de tempo: fiz uma faxina à parte só nos papéis e documentos, joguei muuuuuuito papel mesmo no lixo de reciclagem.

E finalmente tive tempo de organizar uma pasta que tenho onde guardo lembranças de momentos legais. Dentre eles, coisas guardadas da maioria das Anima Mundi e coisas que eu nem sabia que tinha guardadas, como uma carteirinha do Clube de Vídeo da escola em que eu estudei no segundo grau. Eu devo estar querendo parar para organizar meu "scrapbook" há anos. O namorado reclama que eu tenho mania de guardar ingressos de cinema etc, mas eu sei EXATAMENTE para que serve a minha pasta: é uma terapia poderosa quando eu estou deprimida, lembrar que vivi, sim, coisas legais.

2 - Acho que, por mais que eu goste de estudar por conta própria e leia ebooks e mais ebooks, eu aprendo melhor e me sinto melhor quando faço um curso presencial.

3 - Eu ando precisando REALMENTE de um tempo só para mim. Era nas horas em que o namorido estava no trabalho e o Gabriel estava na escola que eu conseguia focar nas coisas que eu realmente preciso fazer, me organizar, e produzir coisas. Estou sendo sempre levada pela força das circunstâncias, do que é preciso fazer, e quando estou com Gabriel do lado e ele quer atenção, não consigo fazer nada direito. Preciso de um espaço fora do apartamento para levar uma mochila com o notebook, meus papéis e minhas lapiseiras. Mas como e onde achar esse espaço não sei.

4 - Eu faço melhor faxina e outras coisas físicas com luz do dia, e eu me concentro melhor e sou mais criativa de noite.

5 - Acho que preciso de segurança para vencer certas barreiras. Sinto falta de alguém para me acompanhar na busca pelo médico pro Gabriel em SP, por exemplo. Eu me sinto muuuito sozinha e travo, reflexo talvez da síndrome de pânico atacando, e já me peguei hiperventilando só de pensar em sair de casa para encarar uma ida ao hospital sozinha. Dá uma puta vergonha saber que tenho de ser levada pela mão, mas é o que tenho percebido. E um nó na garganta sabendo que não tem quem me leve pela mão.

6 - Não sirvo pra serviço de casa, o tempo que isso me toma poderia ser gasto estudando ou produzindo outras coisas. Mas daí eu tenho dois problemas: encontrar uma faxineira de confiança e arrumar dinheiro para pagar a faxineira.

7 - Se de alguma forma eu conseguir guardar dinheiro, quero criar um pequeno fundo para viagens. Ficar presa em casa quando você quer sair é MUITO frustrante. E com Gabriel aqui, todas as despesas com viagem são em dobro.

De resto, eu consegui organizar melhor minha casinha, vi Star Trek no dia das mães, desenhei, mexi no Flash, vi muita televisão e consegui finalmente ver o meu filho fazendo três gols seguidos no treino de futebol da escola dele! Ainda colaborei com a Wikipedia, fiz traduções pro Quarto Mundo e colaborei com o jogo para o Ota, que deve entrar no ar em breve.

Não foi tão produtivo quando eu queria, mas consegui cumprir meu objetivo principal: descansar.

Agora é conseguir pintar o cabelo antes do domingo terminar :P

segunda-feira, maio 11, 2009

Mini-bio em inglês

Tava fazendo uma mini-bio em inglês pro site do Quarto Mundo, já que andei colaborando com umas traduções pro coletivo, e foi uma experiência interessante. Eu não levo jeito pra isso e falar na terceira pessoa sobre você mesmo é muito bizarro, mas parando para fazer uma reflexão sobre a minha vida rapidinho de repente eu me manquei de que ela foi muito mais legal do que parecia enquanto eu estava vivendo rs...

Lanika is a designer and illustrator that makes flash games at her spare time. She started meddling with comics fanzines at the 1993's brazilian II International Comics Biennial of Rio de Janeiro and never stopped. She graduated in Social Communications with a project about the process of transition of comics from printed media to virtual media. Past experience includes work in advertising, graphic design, movie industry and educational television. She plans to publish her own webcomic soon.

sábado, maio 09, 2009

É impressão minha ou a Turma da Mônica mudou para a Alemanha?

Então eu estava lendo a Turma da Mônica Jovem n.9 e notei uma coisa interessante: qual é a da quantidade absurda de figurantes LOIROS no colégio do Limoeiro? Maurício de Sousa deve ter um personagem politicamente correto para tudo (mudo, cego, cadeirante, autista...) mas misteriosamente a revista falha em representar o que uma criança e adolescente brasileiros vêem quando olham ao seu redor. Nós somos um povo prioritariamente de morenos e brancos de cabelos negros ou castanho-escuros e ondulados, seguidos de vários graus de miscigenação com negros, negros puros e só aí loiros. Não é a realidade do Limoeiro.

A história já começa com o Xaveco, um loiro, contracenando com outro loiro na página 5. Abre para uma página dupla onde tem uma figurante loira e o diretor da peça também é loiro. Daí aparece a Magali gamada no professor de Ciências, que é loiro. Página seguinte? Carmem (uma personagem loira) e sua amiga Denise, ruiva. Página 22, revista de mulépelada na mão do Cebolinha, garota da capa? Loira. Toni, ex-tonhão, um caso bizarro de guri moreno que ficou loiro depois, é o personagem apresentado na história.

Página 45, turma onde os personagens estudam: 8 loiros, 3 morenos, um personagem com cabelo bem curto estilo cebolinha que pode ser moreno, um negro pra cumprir a cota, fora a turma, todos os 4 morenos.

Página 49, onde as garotas do colégio cercam Toni: 15 garotas, 9 loiras, 4 morenas (contando Mônica e Magali), 1 ruiva (Denise) e uma silhueta de garota de cabelo liso.

Página 51: Mais 3 figurantes, todos loiros. Página 51? Figurante loiro no futebol. Página 59, Mônica passando por um grupo de alunos para ver o quadro de avisos? 7 figurantes, todos loiros.

Página 92, platéia de pais da peça: 7 loiros, 3 morenos (contando com os pais da Mônica) e uma mulher que pode ser ruiva ou morena clara.

Tipo, no colégio inteiro do Limoeiro tem um único negro, que parece colocado ali de propósito para não dizerem que não desenharam um negro na revista. E tem um cameo do Do Contra, que parece ser oriental. Mas morenos sendo minoria num mundo misteriosamente ariano????? Acho que nem na Alemanha ou na Rússia tem tanta gente de cabelo claro assim!

No futuro onde a turma da Mônica vira adolescente eles fazem parte de uma minoria que conseguiu escapar de ter caído numa tina de Blondor, é isso????