segunda-feira, setembro 10, 2001

Hehe, estava pensando nas conseqüências de um dos meus posts.. tem gente que se vê o que eu escrevi sobre aquela sexta vai cair pra trás: ué, mas você fuma? Você bebe? Eu NUNCA vi vc fazendo nada disso... Logo Vc! Sim, é verdade. No dia a dia vc não vai me ver por aí com um cigarro na mão ou tomando chope no bar da esquina. A mãe do Gabriel não fuma nem bebe. Não é hipocrisia; é uma questão de escolha. Quando estou com meu filho, quero me dedicar integralmente a ele, de corpo e alma. Qualquer substância que interfira na minha percepção está fora do roteiro. Meu amor por ele é maior que qualquer egoísmo, e manter um vício perto de uma criança é o extremo do egoísmo. Outro ponto importante é que eu jamais me permiti viciar em nada: tenho ojeriza a qualquer coisa que me prenda. Isso inclui substâncias químicas. Não entendo gente que precisa fumar unzinho pra escrever, cheirar pra ter coragem, pra que usar muletas pra fazer o que qualquer pessoa pode fazer com um pouco mais de determinação? Fuga da realidade também é uma coisa idiota, vira bola de neve. Já fumei muito beck na faculdade, mas nunca quando estava deprimida e nunca quando sentia que precisava. Já cheguei ao chão por causa de depressão mas nunca afoguei minhas mágoas numa garrafa. Minha realidade podre eu sempre traduzi desesperadamente em desenho, prosa, música e verso. Nunca precisei de algo de fora pra viajar nas ondas mais loucas, minha loucura eu faço a partir do que está dentro de mim. Agora: odeio moralismo barato. Fiz minha escolha, mas me recuso a viver uma vida inodora, insípida e incolor. Não fumo, mas de vez em quando acendo um cigarro. Não bebo, mas de vez em quando tomo um vinhozinho. Vivo para meu filho, mas de vez em quando tiro uma noite para mim. Porque? Para me lembrar de que há vida além da minha vida, para sentir o que está além de mim, para aprender com meus erros e para me humanizar. Andar na linha tênue entre minhas escolhas, olhar para o abismo e sorrir para ele, saber que você poderia estar do outro lado do espelho. Ou talvez seja apenas meu gosto por contradizer o que as pessoas – incluindo eu mesma – pensam a meu respeito. Como no Quereres do Caetano.

Ah sim, e eu continuo me esforçando pra tentar achar um defeito e odiar a namorada do namorado. Ou pelo menos, achar um jeito de odiar a ele, mas quanto mais tento odiá-lo mais fundo eu caio... :-)

A página de abertura das minhas fotos e do Gabriel tá prontinha. Estou formatando as seqüências de fotos no Fireworks/Dreamweaver, mas agora é pra breve. Vou uploadear para ouvir opiniões, antes de colocar os links.