Duas personagens novas para Decadência:
A primeira é uma espécie de "vidente". Eu estava pensando em pessoas que se cortam, Clarice do tio Renato, "E Clarice está trancada no banheiro / E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete...E a dor é menor do que parece / Quando ela se corta ela esquece" e Redeyes, daquele one shot de Druid (escanear a história) "look what I have done. Pretty." e no conceito de "expurgar a dor ou aquilo que te incomoda". No caso desta personagem, a dor insuportável viria de dentro dela para a superfície da pele... E deve ser liberada através dos cortes, que formariam marcas, hieróglifos, símbolos ou whatever, com alguma espécie de aviso para algum outro personagem ou como chave para a resolução de algum impasse em alguma trama principal. A garota poderia tentar avisar algum dos personagens da trama principal de alguma reviravolta na história, sei lá. Mas a premissa é interessante. É quase como se fosse uma stigmata, mas que é forçada pelos presságios a se auto-flagelar. Troublesome background à vista. Hmmmm...
A outra personagem é mais indefinida ainda. Uma imagem de pesadelo, ontem à noite. Talvez baseada naqueles pesadelos criados por Morpheus na praia em Sandman? Ah, pesadelos... Mas ao invés de ser uma mulher sem rosto, é uma mulher sem olhos. Seus olhos são uma espécie de buraco negro. Me lembrei agora do Manto e da Adaga. Ela poderia ser um tipo de healer, absorvendo a dor dos outros? Uma espécie de vampiro de dor? Dor é energeia. Energia é alimento. Lembrei do Man-thing e sua sidekick naquela tentativa fristrada de relaunch, Sorrow. Man-thing, o monstro do pântano da Marvel. Pffff...
A questão é: já que elas vieram à tona, vamos tratar de usá-las. Toca analisar a storyline de Decadência e ver onde elas podem ser úteis. Ou deixá-las amadurecer, ganhar nome, tomar corpo e provavelmente soprar no meu ouvido suas próprias histórias? Possibilidades, possibilidades...
Tem um tempo que eu não saio criando personagens assim. Que bom. O processo continua tão caótico e cheio de referências como sempre. E é sempre melhor fazer algo com essa energia negativa acumulada do que deixá-la continuar me devorando por dentro. Dar à luz pequenos monstros. A culpa é de Sync. Estou quase fechando a diagramação inicial do roteiro de nove páginas e depois de passar uma tarde no Google fazendo pesquisas sobre cadáveres com queimaduras de terceiro grau, eu deveria saber que meu subconsciente daria tratos à bola... E tem também o fato de ter estourado as cabeças de uns zumbis no shopping segunda com Gabriel. A mãe dele é boa de tiro mas a jogabilidade de The House of The Dead é irritante. Bom, a gente se diverte com o que tem em mãos, eu acho.