domingo, abril 10, 2005

Blé. Eu me diverti ontem mas não me diverti. Estou pensando em não ir à próxima DDK. Se pudesse não iria a lugar algum nos próximos dias, trabalho, nada. É domingo e minha sogra veio visitar o Gabriel e eu dei graças aos deuses que eles foram dar uma volta e eu amo o meu filho. Mas eu preciso de um tempo. Eu meio que não quero ver ninguém neste momento. Vontade de jogar relacionamentos pela janela, de baciada. Quero ficar aqui, conseguir talvez arrumar um pouco a bagunça e ter a ilusão de que irei ter tempo para desenhar. Me devo terminar uns freelancers e arrumar grana pra pagar o aluguel, já me auto-sabotei demais. Mas estou apática. Eu sei, em parte, o que está me envenenando, a raiz dessa desesperança toda. Adoraria arrancar esse buraco negro do peito e trocá-lo por um coração que bombeasse sangue fresco pras minhas veias. Adoraria que inventassem um antidepressivo de última geração que funcionasse pro meu caso.

O fato é que eu estou com um humor terrível e tenho sido cruel e sarcástica além da conta com as pessoas que cruzaram o meu caminho nos últimos dois dias. Estou sem paciência nenhuma nenhuma nenhuma com níveis nem tão baixos assim de idiotice humana. Ficar quieta no meu canto é melhor do que ter de me controlar a cada segundo e suspirar em silêncio por educação diante da estupidez a que me encontro normalmente exposta...

Eu tive um pesadelo esquisito hoje. Eu até sei porque. Uma matéria no jornal da Globo (qual deles nem sei) no dia do aniversário da minha mãe sobre pressão alta, mostrando o coração de uma pessoa normal e o de uma hipertensa, e as fotos que eu e Gabriel tiramos sábado. Bom, o pesadelo. Nele eu não lembro porque motivo eu estava num local parecido com o da tal reportagem e de alguma forma conseguia abrir meu peito e retirar dele meu coração (acho que a idéia veio do fato de que se eu quase não como devido à depressão, à anemia e à pressão baixa o meu coração apesar de tudo deve ser bem mais saudável que o de uma pessoa "normal"). Meu coração era normal e tal, mas por algum motivo a idiota aqui "soltou" uma espécie de junção de uma artéria coronária e começou a sair sangue pra tudo quanto é lado e entrou em desespero, mas conseguiu encaixar a parada de volta no lugar. Fiquei apavorada pensando no tamanho da merda que havia feito por curiosidade e que não tinha certeza nenhuma se aquilo que eu fiz estava certo, se havia encaixado a parada direito, precisava correr para o hospital e verificar com um médico se estava tudo ok. Tentei avisar para alguém o que havia acontecido, mas notei que sim, havia algo errado. Me deu uma fraqueza súbita e eu comecei a sentir que ia desmaiar e comecei a me desesperar pensando que dessa vez eu havia conseguido me superar em matéria de merda e tinha conseguido finalmente me matar... Eu apaguei e acordei gelada com meus lábios dormentes. O sonho foi extremamente realista, com direito até ao cheiro de enxofre de quando você desmaia de verdade e à dor no peito... Brrrr...