sexta-feira, junho 10, 2005

Surpresa.

E eu pensei que nada mais poderia me machucar. Estirada numa cama durante um dia inteiro pensando que nada pode ser pior do que estar viva vivendo desse jeito. Agora acho que o pior que posso fazer é dar razão à forma como eu estava pensando ontem. Não, não há um maldito motivo para viver uma porra de dia atrás do outro, além de covardia e excesso de responsabilidade. E uma esperança vaga, tão concreta como qualquer outra fantasia, de que em algum dia em algum lugar eu possa me sentir diferente.

Eu pensei que pessoas mortas não poderiam mais se ferir. Exceto talvez pelo cadáver que arrasto comigo. É, eu senti esse golpe. Eu sempre soube que este dia viria. Eu quero beber dessa taça amarga até o fim. Vou esmiuçar cada faceta dessa tristeza, ela é minha, só minha essa dor. Não sei se é melhor continuar anestesiada pelos dias que passam, o tempo cura tudo, o tempo criou crostas nas minhas feridas mas o sangue estagnado ainda flui fresco se você puxar com suas unhas... e eu não gosto de pensar que tanto tempo se passou e que merda, que bosta, não cicatrizou ainda? Estou tão cansada de tudo isso...

Viver para que? Para confirmar as certezas que me ferem ou tentar fingir que elas não existem e viver uma vida de superficialidades?

I hope you enjoy. Não pude ser blasé e fingir que não me importo. É, eu me importo sim. Não, eu não mudei nada. Mas você sabia como seria, não? Eu estou sofrendo. É problema meu. Daqui a pouco eu te esqueço de novo.