Sans voix
Pelo menos uma vez ao ano eu pego um resfriado que me deixa afônica.
Se não fosse por quase sufocar por não conseguir respirar direito, pelas crises de tosse extremamente dolorosas e a dor no pulmão, eu não me importaria.
Por alguns dias, eu não preciso falar.
Existe uma bênção preciosa no silêncio.
Nestes momentos eu posso apenas viver, observar, contemplar, sem ser obrigada a interagir. Posso apreciar a beleza do mundo e a burrice das pessoas. Não sou obrigada a dar a minha opinião sobre qualquer coisa, explicar, discordar. Eu gosto da minha calma, paz, quietude. Ficar sem voz me permite a doçura de guardar minhas verdades para mim.
Só há uma coisa que me entristece nestes dias: não poder cantar. Mas as músicas moram dentro de mim. A garganta pode esperar :)