segunda-feira, março 08, 2004

Eu sou LOUCA. LOUCA. LOUCA de pedra como os muros da floresta. Gostaria de não ser. Gostaria de não me desfragmentar. De um transplante de cérebro. Gostaria de não precisar dos outros. Não precisar de ajuda. Gostaria que o peso do fardo que eu carrego nos ombros não afastasse as pessoas de mim, especialmente os homens que eu amo. Gostaria que a minha loucura não paralisasse nem destruísse minha vida. Gostaria de não saber que sou uma louca disfarçada caminhando ao lado das pessoas normais, guardando minha loucura em gavetinhas pra ninguém ver. Gostaria de não ser, apenas estar louca. Isso me daria esperanças de viver uma vida como as outras pessoas vivem. Eu quero casar de novo. Eu quero ter uma filhinha. Eu quero publicar na web minhas histórias em quadrinhos. Eu quero fazer parte de projetos interessantes. Seria bom que isso não fosse apenas uma fantasia, uma esperança, uma ilusão. Gostaria, daria, seria. É tão fácil para quem está de fora falar "se vira, porque você não saiu dessa ainda?". Eu não sou louca porque eu quero, ou porque eu gosto. Adoraria que fosse frescura. Vê se entende: ser louco DÓI. E não é o tipo de dor que passa com uma maldita aspirina.