Yada, yada, yada.
Eu surto, tu surtas, ele surta.
A parte chata de chorar em público hoje em dia é a maldita moda dos emos. Meus melhores amigos no momento são a Venlafaxina e o Rivotril.
Passo os dias lendo quadrinhos no computador e colecionando-os compulsivamente (pela primeira vez na vida tenho mais HQs do que já consegui ler, abençoada seja a Internerd), escrevendo, jogando no computador, lendo no computador, cuidando dos gatos (parece que sempre tem um doente, affe) e dando bronca no Gabriel para fazer o dever de casa.
Preciso ficar boa. Eu VOU ficar boa. Eu quero VIVER novamente.
Há tanto o que quero fazer... Aquele curso de HQ, meu mestrado em comunicação, terminar meu site, pagar minhas dívidas, pagar meus amigos, voltar a ir ao cinema, voltar a dançar (nossa, que FALTA que me faz dançar).
Sinto falta de mim mesma. Da pessoa que cantava alegremente pela casa, desafinando Barbra Streisand enquanto regava as plantas, cantarolava Tori Amos pelas ruas do Rio de Janeiro, que cozinhava com gosto, que comia barras de chocolate na hora do almoço metodicamente quebradas ainda dentro da embalagem assistindo sessões da Anima Mundi no intervalo do trabalho. Eu tinha uma garra... Era vaidosa, pintava as unhas de jeitos diferentes antes disso virar moda, camaleoa, gata de botas, "um personagem perfeito de histórias em quadrinhos", um misto de criança feliz e mulher sexy. Era gata vira-lata sem eira nem beira, uma noite aqui outra ali, livre e descolada.
Ainda tenho sabedoria de sobra e opiniões fortes, mas algo em mim está meio que morto. Tenho revisto muitas coisas sobre mim. Tenho tanto tempo disponível e gasto quase a totalidade dele estando doente... Mas estou aprendendo. Quieta, observando o que se passa dentro e fora de mim. "O que não me mata me faz mais forte", me diz o menino gelado. Uma hora as asas vão se abrir de novo e eu vou voltar a cantar.