quarta-feira, julho 11, 2001

ANTES E DEPOIS – parte 1

De patinha quebrada e férias forçadas por 15 dias, vocês vão ter que me aturar! É que com um dia em casa fiquei com nojo de TV aberta e não consegui me arrastar até o quarto do meu irmão, onde rola uma TV a cabo básica (mas vou tomar coragem, afinal de contas, dá até pra ver alguma reprise de Friends). Cá estou eu na casa dos meus pais. É esquisiiiiito... Eu tinha tanta coisa pra fazer essa semana... Já que TV é um castigo doloroso e insuportável (principalmente à tarde!!!!!) vamos de Internet e quetais.

Ontem no Sem Censura tive a oportunidade de ver mais uma dakelas discussões idiotas sobre namoro pela Internet. O que esse bando de “desbravadores” parecem esquecer é que não é prerrogativa da Internet o namoro entre pessoas que se conheceram por cartas! Ah, me poupem! O que a Internet fez foi popularizar a coisa, mas desde que a escrita existe, existe a troca de missivas apaixonadas. Já deu até filme que foi regravado pra era da Internet (que me desculpe “You’ve got mail” mas eu prefiro o original, tão romântico, aiai...). Não vou nem citar as heloísas da vida, mas na minha própria família tenho uma história de loveletters marcante pra contar: meus avós maternos se conheceram na época da segunda guerra. Ambos mineiros, se conheceram em férias no Rio e ficaram apaixonadíssimos, depois voltaram para Minas, cada um pra sua cidade. Meu avô foi convocado e durante muito tempo a única forma que os dois encontraram para externar sua paixão eram as cartas que hoje minha mãe guarda, amareladinhas de tempo mas ainda tão apaixonadas... De volta da guerra, trataram logo de se casar. Meu ex mesmo, quando ainda éramos amigos, tinha seus penpals, inclusive uma amiga que sofria as conseqüências de viver numa União Soviética às beiras da dissolução e que depois parou de escrever deixando a ele e a mim curiosos sobre seu destino. Exemplos marcantes na literatura? Já pensaram Liaisions Dangereuses (Ligações Perigosas) sendo realizado por troca de e-mails? Sinceramente, os desbravadores do “museu de grandes novidades” me irritam.