quarta-feira, julho 11, 2001

ANTES E DEPOIS – parte 2

Dois dias depois de botar o gesso, ligam do trabalho dizendo que contrataram um frila pra me substituir nessas duas semanas. Poxa, eles que até então não tinham ninguém pra botar no meu lugar rapidinho tiraram um coelho da manga... Porque eu acho que isso é o começo do fim? Mas eu parei de esquentar a cabeça. Eu tinha me programado pra trabalhar na próxima semana, me dispensaram? Ótimo! Vou usar minhas férias forçadas pra finalizar meu CD-portfolio e me dedicar a finalmente começar a transportar meu material pra web (só assim arrumei tempo!) O tal do Eduardo ta todo enrolado no meu lugar, mas até aí, é o que eu falei com um amigo ontem no telefone (meus pais estão ficando loucos, o telefone da casa deles não pára, hehe! Eu tô adorando! Liguem mais, adoro vocês!), feijão com arroz todo mundo faz, se eles se contentarem com isso vou fazer minha lasanha e meu estrogonofe em outro lugar :-) e por um preço melhor tb. A velha discussão entre ganhar mal e me estressar menos ou ganhar bem mas viver estressada perdeu o sentido a partir do momento em que ganho mal e me estresso... É chegada a hora de partir pra próxima. Aceito sugestões.
Minha semana ANTES: Domingo, dia do acidente: fazer compras com Gabriel em Alcântara, chegar em casa, fazer um almoço tranqüilo, brincar com meu filho a tarde toda. Segunda, psi de manhã, trb de tarde. Terça, seminário da Macromedia no Rio (já tinha confirmado presença e enchido o saco do meu chefe). Corre-corre no trb a semana toda por ser fechamento de quinzena. Sexta, meu “dia de folga de ser mãe”, dar aquela saidinha básica pra night já que tinha recebido o salário. Sábado, prova oral de francês e despedida da minha professora, Andréia, que vai lecionar no Rio, e da turma, que vai entrar de férias (modéstia à parte, a nossa é a turma mais ativa, bagunceira e criativa da Alliance Française de SG).
Minha semana DEPOIS: Domingo: Ir de Os em OS pra descolar um ortopedista, conseguir no máximo enfaixar a perna e ter que procurar um ortopedista particular durante a semana. Ao invés de ficar com meu filho, ter que ir ficar de molho na casa dos meus pais. Segunda: cancelei a psi até tirar o gesso. Manhã no ortopedista. À tarde, meu chefe desesperado me liga dizendo que precisa de mim no trb. Desloca um carro pra me levar pro trb e tal, mas eu fico cansada pacas. Nunca a cobra do Leonardo foi tão atenciosa, ele está tão feliz... Feliz demais, se é que vcs me entendem. Quando esse cara fica feliz, eu fico doente. Quer dizer que ele está aprontando alguma. Odeio gente que só fica feliz quando destrói a vida alheia. Tenho NOJO de gente falsa, me revolta o estômago, dá ânsia de vômito. Mas enfim, eles precisaram ver que eu tava com o pé engessado mesmo. Terça, perdi o seminário por motivos óbvios e enjoei de tanto ver TV. Hoje: tomei coragem de subir as escadas pra chegar até o computador (pode rir, vai) SENTADA nos degraus. É, to descendo e subindo a escada de bunda. Eu mesma acho graça. Ruim é o medo de me desequilibrar e me estabacar lá embaixo. Estamos testando o recém-adquirido gravador de CDs (um LG) e só pra variar, a única pessoa que se entendeu com o bichinho fui eu (é chato ser gostosa, pior é ser CDF gostosa! :-) Taí, to querendo tirar fotos novas, alguém se candidata?). O bichinho funciona bem, mas configurar gravador de CD é um pooooorreeee!!! De resto, o remédio que eu tou tomando por causa do pé ta me dopando. Nunca dormi tanto!!!! Pior que não tenho um sonho que preste. Logo eu, que só tenho sonho super complexo, elaborado, etc. Deve ser esse remédio: do meu subconsciente não salta nada que preste...
A prova no sábado ainda tá de pé (ui...) mas já vi que almoço de confraternização vai ser difícil.

Depois do episódio do namorado da namorada (o Nicholas sabe do que estou falando) e de ter brincado de anjo por algum tempo, alguma coisa acontece ao meu redor. Começou semana retrasada, em que me descobri de volta à velha rotina de levar cantadas de gente conhecida. Fiquei até meio deprê, sabe, tinha me esquecido como era isso, nos tempos pré-casamento rolava direto. Mas que é chato, é: você ta naquela de amizade, quer ter um amigo legal pra conversar com vc, vcs falam de um tudo e tal e lá pelas tantas o cara solta umas pérolas tipo “essa sua meia-calça é uma coisa de louco” e fica olhando descaradamente pras suas pernas. Como é que vc fala, sem perder a amizade, que vc prefere ficar pendurada de cabeça pra baixo no vão central da ponte Rio-Niterói do que ficar com ele e as chances de vc se assumir lésbica são infinitamente maiores(principalmente no meu caso, hehe) do que vc, mesmo desesperada por sexo, dar pra ele? Tem cara legal, sim, mas que simplesmente NÃO ROLA!!! É amigo, e pronto. Até porque, quando eu estou interessada num cara e a gente fica “amigo”, a gente nunca fica “amigo”, sempre rola um olhar diferente. Claaaaaro que, com esse meu jeitinho meio despachado (o Henrique diz que sou “coquete”) tem muita gente que confunde. Mas eu sempre dou os sinais de que rola ou que não rola. E sou cara de pau, mesmo. Se eu realmente estiver a fim de um cara, eu digo pra ele (de maneira sutil, dando os sinais certos, numa insinuação ao pé do ouvido, direto, direto tb não). Se eu fico enrolando, pode esquecer. Vc discou o número errado. Eu “brinco” muito com o assunto, mas quando quero mesmo, ajo diferente. Deixo a “coqueterie” de lado, sou romântica e ‘paixonada, intensa. Mas prezo muito a minha liberdade, e a alheia: se vc está comigo, vc está “com-migo”, eu não sou sua propriedade nem vc é a minha, vc tinha uma vida antes de me conhecer e eu tb tenho minha vida e mais o que fazer. Quando estou com vc, sou sua. Quando estou sozinha, sou minha e de mais ninguém. Não me importo em ser fiel, mas fidelidade pressupõe um compromisso. Se valer a pena, tudo bem. Mas então ta, ando me decepcionando com velhos amigos que usam o famoso “se colar colou”. Que foi? É porque estou separada? Por acaso ta escrito na testa “doida pra dar”?