quinta-feira, janeiro 17, 2002

Notícias do Front:
Finalmente quando saio de férias meu computador me recepcionou com uma enxurrada de badblocks no meu HD... Depois de umas dez ou doze horas tentando um exame de superfície que conseguiu apontar uma média de 60% de bbs por clusters intactos, joguei a toalha e me rendi ao fato de que coitado, ele até que resistiu bastante, mas acabou morrendo de velhice.

E SÓ porque ainda não fiz o cacete da aula prática no curso de montagem não me atrevi ainda a pegar o outro HD e abrir a máquina sozinha e me meter a gata-mestre. Isso na prática quer dizer que dependo da boa vontade do meu querido irmãozinho pentelho (que tem 23 anos e quase 2 metros de altura mas ainda é meu irmãozinho pentelho)... Mas não posso reclamar muito, afinal ele me DEU o novo HD.

Me deu a louca, vontade de aloprar geral, comecei cortando o cabelo curtinho... Estou i-rre-co-nhe-cí-vel. O corte ficou lindo, superfashion, um misto de asa delta com channel repicado. Pra completar, estou pensando em variar o bom e velho vermelho super intenso fazendo umas luzes ruivas por cima, uma coisa meio ton sur ton. Isso, ou encher ele de Aspa Color rosa de novo ou pintar ele de azul escuro (ia ficar massa, uma coisa bem anime... até que combina!). Mas acho que fazer mechas rosas já fica bem legal pra variar. São Gonçalo é uma cidade estranha... Se a menina da loja achou esquisito eu querer comprar tinta azul, porque @#$#^^$%&$$ eles vendem a tinta então?!

CLARO que mudança de cabelo também tem que ser acompanhada por mudança de guarda-roupa. BÁSICO. Mas estou numas mais de reformular o antigo que de incorporar elementos novos.

E essa demora irritante no conserto da minha máquina põe água no meu projeto de digitalizar uma miríade de textos, idéias e ilustrações que venho guardando no fundo do armário pegando poeira e amarelando há dez anos. Uma coisa legal de estar remexendo assim no passado é que hoje de manhã eu acordei com um puta tesão de voltar a pintar... é como andar de bicicleta, jamais se esquece o prazer indescritível e frenético das cores sendo passadas sobre o papel, a catarse do cheiro da tinta sob seus dedos, a incerteza febril do processo de criar intuitivo, sem saber o que vai surgir no final, de trabalhar um quadro sob uma inspiração indefinida, uma necessidade sôfrega, transbordando nas curvas e cores toda uma miríade de músicas e paixões, imprimindo na tela memórias e detalhes que nenhuma outra pessoa na face da terra poderá compreender, encerrar nessas linhas uma escrita misteriosa, uma confissão de si para si mesmo, tão íntima e intransferível que até mesmo você, após o passar dos anos, em se tornando outra pessoa jamais conseguirá ler o que quiz dizer a você mesmo...