quinta-feira, janeiro 31, 2002

Mastigo tua imagem
Te devoro inteiro
Me embriago no teu sorriso
Me afogo em meu desejo
A chuva que cai esta noite
Reflete o meu desespero
Mas não alivia o ardor
No qual me queimo e me perco
Morpheus não quis os meus olhos
Que velam por ti com zelo
Anseio pelos raios dourados
Onde só nuvens se desfazem
E emolduro tua imagem
Dentre minhas pupilas
Porque a noite calmamente vira dia
Onde a chuva quente vira lágrimas
Que meus olhos de vigília
Guardam em segredo
Porque por ti não sangro
E de ti pouco ou nada temo
Mas tua ausência me marca a pele
Sinto falta do teu cheiro
E como explicar essa saudade
Onde já não existe o tempo?
E se me embebebo em sua imagem
Nada aplaca nem acalma
Essa vontade louca de tê-lo
Vem, vem para meus braços
Toma enfim o que te dou de bom grado
Não me faças estrangeira em minha terra
Não me deixes sem palavras, nessa tristeza
Que cada gota desta chuva seja leito
Onde gozes do meu corpo lentamente
Sob as carícias e auspícios da aurora

(fiz esse para meu druida na véspera de Natal, não lembro se enviei ou publiquei na época)