segunda-feira, julho 11, 2005

Prólogo

Sábado, oito horas da manhã. A festa julina da escola do Gabriel foi cancelada.
I.e. = Oba! Aproveitar o finde e ir pra FLIP!

- Alô, Pai do Gabriel? Você vai pegar o menino dez horas que nem combinamos?
- !$!@$! $!%@#% @$¨%@¨@$$¨sua @#$%@% @%@%@%@ %#%@¨# &$¨@ $@$@!!!!!
- Ok, então estou levando ele pra Paraty comigo.
- !@$@ %@%@#% @#%@% @%@#%@%@ #%@ %@%@% @@%@#%!!!
- Tchau.

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On the road

E é assim que começa. Ela, eu e ele (meu filho) vamos para a Rodoviária. Lá, descubro que esqueci a Certidão de Nascimento do molequinho em casa. @$%@#$@! digo eu. Volto em casa com o filhote só para pegar a bendita, Ela segue na frente. Nem demora tanto assim, estamos no ônibus, Gabriel repetindo sem parar que aquela era a primeira viagem dele, yay, e depois de meia hora, naturalmente, começou com "já estamos em Paraty? Quanto tempo falta pra chegar em Paraty? Aqui já é Paraty?" Normal.

I've got a secret for you

Meu celular toca anormalmente para um sábado à tarde. Parece que todo mundo lembrou de me ligar justo quando resolvo viajar. Só boas notícias, só pequenos segredos. Fiquei contente pelos envolvidos. Paremos por aqui :)

Quilômetros rodados

Chegamos lá, Ela nos esperando. Saímos da rodoviária direto pra FLIP. Descubro que devo dar razão ao Josemar (que um dia mostrou uma foto minha na web pros colegas de trabalho e descobriu que dois me conheciam e um já tinha até sido apaixonado por mim rs), pois eu vou pra Paraty, no rabo do Estado, cinco horas de viagem do Rio e a primeira coisa que descubro é que não tem apenas UM, mas DOIS ex meus na cidade. Um deles levando um CARRINHO DE BEBÊ. Bom, levando-se em conta que eu levava pela mão um menino de seis anos me chamando de mamãe, rs...

O homem-bomba e a mulher-cachaça

Paraty é... muito bonito. Lindo, mesmo. Quero voltar com calma. Há um Albergue da Juventude lindinho na cidade. A noite de sábado foi biritar batidinhas e cachaça e ver minha espousa beber até apagar no colo do Gabriel e vice-versa (ele apagou de cansaço mesmo, duh). Acho que poderia ter curtido mais a viagem SE Gabriel não tivesse adquirido uma nova fixação na praça da cidade: Bombinhas. O pequeno aprendiz de Bin Laden não quis saber de barraca de livros, stand da FLIP, off-FLIP, peça de teatro, teatro de bonecos, andar a cavalo, passear de barco nem dar uma volta na praia. Trocou tudo por um pack de bombinhas e ficar correndo atrás da molecada na praça. Eu me senti meio como aquela mãe que dá um puta brinquedo eletrônico cheio de brica-braques, luzes e controle remoto pro filho e vê ele preferir brincar com a CAIXA em que veio o brinquedo :/

Dream a little dream mon amour

E eu não posso evitar de pensar, de lembrar, de tentar capturar um traço que seja, um cheiro, um pouco, qualquer coisa que fosse, dele. Ele esteve no Brasil. Ele esteve em Paraty. Mas as ruas não têm seu cheiro, ou a culpa é minha mesma, que não conheço o perfume da sua pele? Como é estranho pensar em pisar naquelas ruas sem sequer saber se foi por elas que Ele andou. Mas não há nada, nada. A chuva, o tempo, o que foi que lavou seus rastros do ar? E o que eu não daria para estar ao lado dele naqueles instantes... Quando a noite veio, no entanto, ele também veio, em meus sonhos. Dormimos abraçados, como dissemos tantas vezes que faríamos. E na manhã de domingo, quando acordei em Paraty ao lado do meu filho, o frio deu lugar ao sol e por alguns momentos, à tarde naquela praça vendo o moleque brincar, tomando sorvete e andando pelas ruas à procura de um presente para o velho Leão, eu até esqueci que estou doente e triste. Dentre MINHAS nuvens de chuva, Paraty me trouxe um raio de sol, afinal.