quarta-feira, maio 15, 2002
Existem duas maneiras de ver a vida e muitas de se ver uma pessoa... Você pode ser uma vítima. Você pode ser um sobrevivente. Você pode também ser uma pessoa que passe pela vida sem que ela te deixe marcas. Mas eu não creio que dessas pessoas se possa dizer que tenham vivido... Eu não tenho vergonha de ser quem eu sou e ter passado pelas barras que passei... eu só odeio que me vejam como uma vítima de algo. Me recuso a ter uma postura idiotamente passiva diante da vida e jogar a responsabilidade dos meua atos nas mãos de deuses distantes e inatingíveis... é muito fácil. Você pode me ver como a garota que casou jovem demais, a garota que perdeu dois filhos, a garota que entrou duas vezes nas estatísticas silenciosas de violência contra a mulher nesta droga de país... Você pode me ver como a designer que ganha pouco mas gosta do que faz... Você pode me ver como a amiga meio maluquinha que adora falar besteira no seu ouvido... A mulher que canta no meio da rua sob a luz da lua quando está apaixonada... A bruxa, a mãe ou a mulher que um dia beijou os seus lábios e te acariciou suavemente os cabelos, olhando apaixonada nos seus olhos... Para alguns eu sou somente a mãe do Gabriel... para outros eu sou a ex-mulher do Assumpção... Outros ainda acham que eu sou só mais uma deprimida neurótica no mundo... Eu só quero que se entenda uma coisa nesta vida: eu sou TODAS essas e muito mais! Citando Sandman, cada ser humano passa pela vida sem perceber que carrega um universo dentro de sua mente... Eu não tenho a menor intenção de ser menos ou mais do que eu sou: eu quero ser tão, apenas e somente EU MESMA. Você me diz se me ama, me odeia ou se não me dá a mínima...