segunda-feira, junho 09, 2003

Às vezes demora a cair a ficha. Alan Moore é um filho da puta, rs. Sendo 5, em latim V, o símbolo do pentagrama e número do homem, e mais do que isso, da Vontade humana (thelema, thelema, thelema...), quando ele nomeia sua história V (de Vingança) ele sintetiza nessa única letra toda a premissa argumentativa que permeia a história toda e as motivações do personagem principal. Eve quando se torna V, nada mais faz que descobrir que através da Vontade o ser humano é senhor de seu destino e se liberta das ilusões de um sistema viciado, falido e ilusório. Aliás, pobre Eve*. No caminho para a perda de suas ilusões e descondicionamento, ela perde *tudo* e transcende através do sofrimento. Neo apenas precisou tomar uma pilulazinha para obter o mesmo efeito...

V 5 vezes gera um pentagrama perfeito. Interpretando-se V de cima para baixo se obtém um símbolo da emanação do poder equilibrado (imagine uma pessoa exercendo sua Vontade com os braços erguidos sobre a cabeça). Interpretando-se V de baixo para cima se obtém um símbolo de concentração de poder e símbolo fálico par excellence, de fecundação telúrica. Atribua a energia específica de cada elemento a cada uma das extremidades de um pentagrama entrelaçado e ative-a de forma a que a energia potencial passe através delas adquirindo suas vibrações características como eletricidade num circuito. Conseguiu enxergar a potencialidade da coisa? Pois é.

E eu estou com preguiça de ficar desenvolvendo aqui os significados do correspondente em hebraico da letra V e sua significação em termos como EVE e IEVE...

*Foneticamente em inglês "v" se pronuncia "vee". "eve" se torna "vee". O equilíbrio passivo se torna transformação ativa. Como eu disse, Alan Moore é um filho da puta. E eu vou parar pra reler V de Vingança hoje quando chegar em casa. Malditos livros sobre cabala. Eu agora estou com tesão de retomar meus estudos de latim... :P