quarta-feira, setembro 29, 2004

***Life has no save game***

Eu sempre intuí que voltar a Niterói me faria muito bem. Que minha vida mudaria de forma significativa. Velhos laços seriam reconstruídos, novas possibilidades se abririam. O bom e velho labirinto se reconfigurando... Também imaginava que começaria tão rápido que eu ficaria chocada com a velocidade que as coisas aconteceriam. Meu único erro de cálculo: estou calma, em paz, quase zen e certa do que vejo ao meu redor. Há ainda uma velha questão a cicatrizar, de estar fisicamente perto de alguém que, por todos os meios, me esforço para me manter afastada. Não quero o que ele quer que eu seja para ele. Não quero as coisas que ele projeta sobre e espera de mim. Não quero o mal que ele me faz... Prefiro lembrar do bem que me fez. E amo, como às vezes acho que só eu sei amar. Isso é triste mais c'est la vie. Tu me fais mal et je te veux bien. Não morri por causa disso e o horizonte é mais belo do que nunca à minha frente. Estou mais forte, talvez. Mais comedida e mais sábia talvez.

Um passarinho veio pousar no meu colo sexta e voou de novo para sua cidade. O que ela quer de mim eu não posso dar. Acho que fui sutil demais então vamos lá: você não pode tirar de mim o que eu não dei a você. Pensei que meu silêncio fosse o suficiente, amor... eu não vou te ligar, MUITO menos se for para onde pretendo em outubro. Há algo especial preparado para mim lá desde Samhain e definitivamente não o que você tem a me oferecer. Não preciso disso, nem espero nada de você a não ser talvez, a foda eventual nº 418. Prometo que até compro um vinho melhor para a ocasião.


De todas as coisas que eu poderia esperar da DDK [a presença da Lila (minha "marida" né Picolé?), a visita do belo Lúcifer de Recife, reencontrar pessoas queridas, jogar mais uma partida de xadrez...] definitivamente o passado batendo à minha porta não foi a mais agradável. Franchement, eu NÃO preciso de alguém me relembrando do meu ex-marido no meio da DDK. Não fui lá para isso. Seis anos sem me ver e esse é o único assunto que se há para falar?! Além do mais eu estava jogando xadrez com peças novas. Not fair. Odeio quando bagunçam meu tabuleiro. Mesmo.

E aí hoje no meio da Av.Rio Branco, fugida do Festival do Rio, uma parte muito... digamos assim... gostosa dos meus tempos de faculdade se apresenta diante de mim. E foi a melhor coisa que aconteceu no meu dia. E eu lembro exatamente porque era tão bom e tão belo. Porque era livre.

Absolument sem saco para pessoas e seus tentáculos astrais projetando suas necessidades em cima de mim. Sem saco para ser compreensiva, mesmo que eu entenda não quero representar o papel que me oferecem, não encaixa, não entra nem estou a fim de me forçar a ser o que VOCÊ espera que eu seja para você. Seja você quem for.