sábado, novembro 13, 2004

Se olhos verdes me lessem a face oculta e eu não soubesse que sou improvável e intocável da parte de seu olhar, ah, a poeira deste canto eu até espanaria, enfeitaria com palavras gentis e delicadezas este meu espaço, só para que o verde desses olhos aqui pudesse se espalhar... Me comportaria talvez com um pouco mais de estilo, daria o melhor de mim só para conseguir um sorriso, sem sequer saber se lhe encanta o meu lirismo ou se me acha apenas um ser estranho, indecifrável, esquisito e desajeitado. Porque a gente quer sempre fazer bonito e mostrar a melhor faceta do cristal, mesmo se esquecendo sequer de fazer sentido e cometendo o erro de forever and ever to wish impossible things. É a lua nova no meu sangue, talvez. Eu sei o que as estrelas disseram, elas disseram NÃO e eu respeito, não tenho mais desejo de dor do que já tive das outras vezes mas estou triste, tão triste por sequer poder tentar e saber que insistir em experimentar o fruto proibido só vai me machucar. A menina em mim queria dançar iluminada pelo verde desse olhar sob a luz do luar. Eu baixei os olhos tímida mas você não poderia saber disso já que olhava em outra direção. Foi a última vez. Ninguém me permitiu que te escolhesse. Eu tenho fome de musos, aconteceu, posso alimentar meus delírios com tudo que me sabe proibido e o de profundis daquele primeiro olhar me basta. Se olhos verdes me lessem, até o fim eu negaria que é para eles que eu me mostro mais bonita na minha face exposta ou tola ou criança ou desajeitada, tento fazer pose e me vejo tropeçando na calçada ou rimando rimas fáceis em AR. Mas eu não preciso me preocupar, far away they are, far away they'll keep. Descobri que sou encrenca para ti. Pelo menos uma novidade na minha vida, já que normalmente eu atraio encrenca para mim.