segunda-feira, abril 19, 2004

Reflexões

Hoje conversando com um amigo aprendi um termo novo para uma prática sexual que, para mim, não era exatamente uma novidade. Mas ele estava entre chocado, abismado e enojado. Mais ainda pelo fato de que, para mim, não havia absolutamente nada demais no que ele fazia tanto alarde. E fiquei cá, matutando com meus botões a respeito disso.

Mamãe vacilou em muitas coisas, mas nesse ponto ela foi legal. Desde cedo me ensinou que, quando a gente ama uma pessoa, não deve ter nojo dela. Como eu poderia dizer que gosto de uma pessoa, que gosto de fazer sexo com ela e ter nojo de seus fluidos corporais diretamente ligados a isso como saliva, esperma ou fluidos vaginais? Francamente, eu considero esse "nojinho" um resquício da pré-adolescência, aquela fase em que tudo é descoberta, tudo é constrangedor e difícil. Eu no início da adolescência tinha nojo dos pêlos nas pernas e no peito dos meus namorados. Imagine o resto! Mas essa fase deveria passar, não? Tem homem que tem nojo de transar com mulher menstruada. Acho que nesse ponto tenho sorte, a maioria dos meus namorados sabe que isso "faz parte do pacote" e é bastante evoluído para não compartilhar dos preconceitos da maioria da população brasileira nesses e em outros setores.

Surely, eu espero que ninguém seja tão idiota a ponto de achar que não ter nojo de fluidos corporais naturalmente ligados ao sexo signifique extender isso à escatologia. E nada também desse papo de entrar no banheiro para urinar enquanto o outro estiver tomando banho ou escovando os dentes. Mamãe também me ensinou que o excesso de intimidade mata o romance.

E antes que eu me esqueça, do ponto de vista religioso eu também considero que, a partir do momento em que o homem e a mulher foram feitos à imagem e semelhança do Deus e da Deusa o sexo é sagrado porque celebra a união do feminino e do masculino, o corpo também é sagrado etc etc e eu já detalhei isso em algum post lá nos arquivos de 2001. E aí se torna ainda mais difícil entender as travas judaico-cristãs para complicar uma das coisas mais gostosas e simples da vida. Mesmo. Mas ainda me dou ao luxo de achar engraçado. E lembrar que tenho sorte, MUITA sorte ;)