quinta-feira, outubro 12, 2006

Requiem for a friend

Requiem for a friend

Esta sexta fui na Maratona do Odeon BR com James Bond e esposa.
Após o segundo filme dançamos horrores. Em dado momento, o DJ colocou uma música nonsense com apenas uma frase, algo como "dance bitch dance". James reclamou (não dá pra levar uma porra dessas a sério), eu comecei a dançar de zoação em vários ritmos, valsa, tcha-tcha-tchá, surfer rock, como Bangles em walk like an egyptian... E nessa hora eu lembrei do Fábio.

A gente costumava dançar, nos anos da minha adolescência, na falecida Rovian, a boite que surrealmente ficava em frente à igreja católica de Pachecos, em São Gonçalo. E quando tocava um dos vários ritmos que a gente não gostava (as festas, nos anos 90, tocavam um pouco de tudo, não eram segmentadas como hoje) nós nos divertíamos horrores valsando, imitando Michael Jackson ou o elenco de Grease ao som de axé, lambada e outras coisas... Morríamos de rir. Ele era minha companhia preferida na pista. Era um adolescente alto, magro, esperto, extremamente sensível. Eu achava que ele era gay, nunca pude ter certeza, nunca fez diferença. Ele era um amor de pessoa, e isso que importava. Casei, mudei, mas sempre procurei saber notícias dos amigos que deixei para trás.

Bom, hoje ele foi dançar em outros planos de existência. Uma combinação fatal de toxoplasmose com meningite. E eu estou MUITO triste. Espero que ele encontre paz no seu post-mortem. Quem sabe um dia valsaremos de novo, rindo e brincando, ao som de músicas nada a ver, quando eu for para a Terra do Verão?

Enquanto isso, a única coisa que posso fazer, meu querido, é dedicar a minha próxima dança a você. E esperar que, a cada vez que eu dance uma valsa dando gargalhadas ao som de uma música nada a ver, você possa rir também junto comigo. Seja feliz na sua passagem.