Dizem que sou louca... Sou louca, sim. Suicida, apaixonada e criança. Desequilibrada, descontrolada. Intensa, teimosa, incoerente, irritante, ilógica. Já estive aqui antes. Já senti esse vento frio antes. E palavras cortantes. Oras, mas fui eu que olhei para trás e vi você ali. Estátuas de sal derretem na chuva? Acho que ambos vamos ter que descobrir. Talvez seja dessa matéria que seja feito o mar. Tori Amos canta "these tears I've cried, a thousand oceans" e eu fico olhando da minha janela o mar... Você vem, você vai, você sempre diz que nunca volta... eu não crio esperanças, esperança é um bichinho verde que entra pela janela à noite parecido com um pequeno grilo e que eu não me importo em matar, até porque eles picam. Mas sempre entra outro se você esquece a janela aberta.
Palavras cortantes de uma raiva tipicamente ariana ecoam nos meus ouvidos and I do keep myself smiling. Incorrigível. Não tenho jeito. E ainda assim estou sorrindo. Louca. Mas o que posso fazer? Dessa vez não havia nada para perder que não estivesse já perdido há muito. E eu ainda tenho fresca nos meus lábios a lembrança de cada momento que foi bom justamente por ter sido inesperado. Porque eu não esperava ter nada, tudo que tive já foi muito. Eu já chorei todos os oceanos de lágrimas que podia. E não espero nada. E continuo sim, teimosamente amando. Porque existe algo nesse alguém, algo especial, que faz com que eu o ame.