Trick or treat...
Que final de semana maravilhoso... Eu precisava MUITO disso. Não consigo imaginar maneira melhor de começar o ano... Foram três dias abençoados repletos de verde, alegria, amizade e magia.
Sexta apesar do atraso (o motorista do ônibus conseguiu se perder no caminho pro hotel!) já começamos bem com o ritual de Cura. Dei graças ao meu filho Marcelo (que tem casa em Friburgo) pela dica sobre o tempo na hora de fazer as malas. Fez menos de dez graus nas duas noites que passamos lá!!!! Muito vinho, chocolate quente e chá pra esquentar...
Sábado meu relógio biológico me acordou 6 da manhã... Me xinguei um pouco e decidi não ficar fazendo hora dentro do quarto. Antes de ver qualquer outra pessoa do grupo acordada eu já havia feito um reconhecimento extensivo de território, pego meus lápis aquareláveis e começado a desenhar. O lugar me lembra um bocado meu pedacinho de floresta em Santo Aleixo, embora a cachoeira seja menor... Aos poucos as pessoas começaram a acordar e subimos para tomar café da manhã. Nunca um chocolate quentinho foi tão gostoso de tomar... Acabou que as abóboras resolveram fazer charminho para aparecer e a primeira oficina (de Jack O' Lantern) que seria de manhã acabou sendo depois do almoço paralela à de Ervas... E eu não fui em nenhuma das duas rs... Terminei entrando floresta a dentro com um amigo e indo sair em um trecho mais alto da cachoeira. Infelizmente perdi as fotos todas de sábado porque acabei escorregando e torcendo o pulso e no meio do processo a camerazinha foi ao chão :(
Deu pra voltar a tempo de pegar a palestra de Cura Prânica que acabou se extendendo pra domingo também... foi uma excelente palestra (embora eu tenha gostado mais da segunda parte no domingo hehehe). A palestra sobre Thelema com Marcos Torrigo se extendeu para um debate e tive a oportunidade de conhecer pessoalmente a Márcia Frazão. Pra quem não lê os arquivos do blog, eu me demiti da Planeta por conta do preconceito religioso da nova pseudo-diretora da agência quando ela me proibiu de entrar com livros na empresa por causa de um dos livros da Márcia (o Gozo das Feiticeiras), porque o livro tinha "o diabo na capa". Pena que não deu tempo pra conversarmos direito rs...
Entre o jantar e o sabá fiquei de ensinar a um dos meninos alguns exercícios práticos... Saí da área do hotel e entrei um pouco pela estrada com ele... A lua brilhava esplendorosamente iluminando a floresta. Expliquei a ele o que deveria fazer e dei alguns passos para não interferir... Eis que percebo que estamos sendo observados. A floresta não estava apenas viva, estávamos literalmente cercados de elementais por todos os lados, de todos os tipos... Na verdade creio que estar lá em si já foi muito intenso pelo fato de minha sensibilidade estar extraordinariamente ABERTA desde que entramos na estrada... Eu podia ver e sentir a floresta, a lua, o sol e cada movimento das pessoas ao meu redor com uma força... não que seja estranho estar aberta para isso, fico apenas pensando que deve ser o equivalente ao que sempre senti no meu cantinho do mundo com mais pessoas ao meu redor...
Com a sensibilidade à flor da pele e o fato de conhecer a força que os sabás celebrados pelo tio Mi têm, posso dizer que não me surpreendeu nem um pouquinho esta ter sido uma das mais belas cerimônias de Samhain de que já participei. Acho que todas as pessoas que tiveram a honra de fazer parte do círculo sabem do que estou falando. Uma força tal que se impregnou mesmo nas imagens das câmeras digitais, que registraram todo tipo de "efeito especial" nas fotos do sabá. Uma força tal que, traçado o círculo, pouco importou a temperatura ambiente de oito graus... O que aliás rendeu O episódio cômico da noite, porque quando a sacerdotisa abriu o círculo as pessoas ao meu redor (e eu inclusive) levaram um choque térmico... Minhas mãos congelaram com luva e tudo... Tinha gente com perna dormente, sem sentir o braço... E tome vinho depois no restaurante pra esquentar. Que delícia o clima de confraternização, todo mundo se abraçando, desejando feliz ano novo... E você pensa que acabou? Depois ainda teve apresentação de Dança do Ventre com a turma da Shadya... eu só saí de fininho e me escondi quando começaram a arrastar as mulheres que estavam assistindo pra dançar junto rs... Daí fomos para o queijos e vinhos (vinho liberado yay!) e o espaço da apresentação virou boate... Mas o DJ era MUITO ruim então admito que quase não dancei (Dito & Feito dava de dez a zero!). Teve gente que ficou dançando até 4:30... Divertido foi descobrir que a sacerdotisa que celebrou o Samhain frequenta a DDK... Mundinho pequeno... Saindo dali fui tratar de brincar de gostosura ou travessura >:)
Domingo acordei num horário mais de gente... Peguei meus lápis pra dar mais uma adiantada no desenho e talz... Mas o papo tava gostoso, o sol estava gostoso e o pessoal resolveu ir pra borda da piscina. Acabou que a segunda parte da palestra de Cura Prânica foi ali... Acabou a tempo de começar o churrasco. Perdi o filme e a palestra de Reiki porque foi batendo um soninho... Mas pelo menos acordei pro ritual cigano de prosperidade rs... Afinal, eu estou MESMO precisando. Aí chegou a hora de fazer o check-out, malas etc e depois ir pra festa de despedida... Puuutz, eu não aguentava mais COMER! Quando o ônibus chegou eu era um coelho morto de sono, de estômago estufado de tanto comer e todo ardido de sol... E muito agradecido ao tio Mi pela oportunidade...
CLARO que o encontro não foi só isso. Muita risada, muito bom humor, estar a cada segundo na companhia de pessoas com quem eu adoro conviver, pessoas a quem respeito e admiro profundamente, muita conversa jogada fora que não dá pra reproduzir aqui, muitos bons momentos e momentos de doer o estômago de tanto rir, o momento chato quando o Rafa se machucou na sauna, a porra da piscina térmica que não esquentava de jeito nenhum rs... Você precisava ter ido lá e isso aqui é meu diarinho. Não vou fazer uma crônica disso :P
E claro: a oportunidade de aprendizado. Porque cada pessoa que estava ali tinha muito a ensinar e eu admito que apenas calando a minha boca e escutando aprendi muito (como de praxe aliás). E recebi um presente inesperado dos Deuses que tornou meu final de semana ainda mais interessante e intenso. E comecei, acho, finalmente a entender como se pode viver intensamente para o momento presente.
Epílogo: Ligo o rádio do walkman no 996, voltando de Botafogo pra casa e começa a tocar essa música. Começo a gargalhar sozinha no ônibus e ninguém entende porque...
It’s a kind of magic
It’s a kind of magic
A kind of magic
One dream one soul one prize one goal
One golden glance of what should be
It’s a kind of magic
One shaft of light that shows the way
No mortal man can win this day
It’s a kind of magic
The bell that rings inside your mind
Is challenging the doors of time
It’s a kind of magic
The waiting seems eternity
The day will dawn of sanity
Is this a kind of magic
It’s a kind of magic
There can be only one
This rage that lasts a thousand years
Will soon be done
This flame that burns inside of me
I’m here in secret harmonies
It’s a kind of magic
The bell that rings inside your mind
Is challenging the doors of time
It’s a kind of magic
It’s a kind of magic
The rage that lasts a thousand years
Will soon be will soon be
Will soon be done
This is a kind of magic
There can be only one
This rage that lasts a thousand years
Will soon be done-done
Magic - it’s a kind of magic
It’s a kind of magic
Magic magic magic magic
Ha ha ha it’s magic
It’s a kind of magic
Mas a música que melhor traduz a essência do Encontro ainda é essa aqui:
Loreena Mckennitt - All Souls Night
Bonfires dot the rolling hillsides.
Figures dance around and around
to drums that pulse out echoes of darkness;
moving to the pagan sound.
Somewhere in a hidden memory
images float before my eyes
of fragrant nights of straw and of bonfires,
dancing till the next sunrise.
I can see the lights in the distance
trembling in the dark cloak of night.
Candles and lanterns are dancing, dancing
a waltz on all souls night.
Figures of cornstalks bend in the shadows
held up tall as the flames leap high.
The Green Knight holds the holly bush
to mark where the old year passes by.
I can see the lights in the distance
trembling in the dark cloak of night.
Candles and lanterns are dancing, dancing
a waltz on all souls night.
Bonfires dot the rolling hillsides.
Figures dance around and around
to drums that pulse out echoes of darkness;
moving to the pagan sound.
Standing on the bridge that crosses
the river that goes out to the sea.
The wind is full of a thousand voices;
they pass by the bridge and me.
I can see the lights in the distance
trembling in the dark cloak of night.
Candles and lanterns are dancing, dancing
a waltz on all souls night.