sexta-feira, junho 04, 2004

Ok. Relatório então.

Vocês são uns chatos... Mas obrigadinha pelas demonstrações de carinho e preocupação gerALL.

Sábado fui ver O Dia Depois de Amanhã com o KLASS. Tudo normal, Mercadinho São José depois etc.
Mas domingo uma região mui delicada do meu corpo começou a doer. E inchar. "Bom, vou deixar pra me preocupar se piorar. Não acho que seja uma emergência." Era. Porque foi doendo cada vez mais forte e inchando cada vez mais até se tornar realmente insuportável.

Segunda 6:30 de uma manhã com uma noite muito mal dormida ao invés de ir pro trabalho eu estava no HCA* desesperadamente tentando manter o auto-controle enquanto esperava a minha vez de ser consultada no ambulatório, cansada demais pelo esforço de controlar a dor e a noite mal-dormida para ficar em pé, dolorida demais para conseguir ficar sentada sem me sacrificar mais ainda. A primeira coisa que levei do médico foi uma bronca, pois eu não deveria ter esperado até segunda para procurá-lo. A segunda foi uma dispensa do trabalho de dois dias, uma receita cheia de antibióticos e o anti-tudo mais potente do mercado. Como diagnóstico, uma infecção numa glândula que não ensinam para a gente a localização e a existência nos livros de biologia do colégio e eu sequer sabia que existia, mas que se deu a conhecer da forma mais dolorida possível.

Então fui acampar em casa de mamãe, que exatamente por ser extremamente chata com horários de remédios e hipocondríaca de carteirinha é a melhor pessoa pra cuidar dos outros nessas horas.

Só que... terça-feira chegou, passou e nada do Vioxx fazer efeito. Nem dos antibióticos. Foi batendo o desespero, a dor não me deixando nem dormir. Lembrei da bronca inicial e resolvi ir pra emergência do HCA. Eles são rápidos, eles são prestativos, e a médica que me atende chama o outro médico de plantão do setor e eles resolvem que têm que fazer uma intervenção... (essa é a cena em que o filme se torna preto e branco, a iluminação sombria, relâmpagos surgem nas janelas e você deve tirar as crianças da sala pois as cenas a seguir serão fortes - pelo menos para mim foram). A médica boazinha me avisa que eles só poderão anestesiar o local onde a agulha será introduzida mas a área em si NÃO. O médico de plantão surge com uma agulha grande, grossa e assustadora. Eu tenho que escolher entre esperar o inchaço aumentar até uma hora estourar ou aceitar fazer a punção sem anestesia, sentir dor naquele momento mas melhorar rápido depois. Eu opto pela segunda, CLARO. Mas nem trincar os dentes e cravar minhas unhas na palma das minhas mãos me impede de gritar. Gritar MUITO. Com a médica me segurando. E depois de extrair parte do "material" ele avisa que vai precisar fazer uma segunda punção, se eu agüento. Não, mas deixo assim mesmo. E vai por mim, a segunda vez foi MUITO, MUITO mais dolorida. Eles ficam com pena de mim e resolvem me poupar da terceira. Tem lágrimas rolando dos meus olhos e mesmo assim eu estou extremamente agradecida. A cor volta ao filme. Eles preenchem outra receita com mais uma carrada de antibiótico. Mais dois dias de dispensa do trabalho. Dessa vez eu nem reclamo. São 1:30 da manhã no relógio do carro quando eu finalmente desmaio de cansaço. A jornada de volta parece demorar três vezes mais que a da ida.

Quarta passou entre horários de antibióticos, assepsia local, muito sono, sonhos confusos e o abraço gostoso do Gabriel na volta da escola. E assim passou quinta. E voltei ao HCA, e o médico de terça me liberou para trabalhar. Mas tanto ele quanto o de segunda me deram uma notícia desagradável. Que se o problema voltar eu talvez tenha que operar o local. E aí serão vinte dias de molho em cima de uma cama... Se eu não aguento três dias imagine quase um mês!!!! Eu odeio ficar doente. E odeio ser pega de surpresa por uma doença. Quatro dias SEM TRABALHAR deitada numa cama convalescendo, sem poder sequer sentar na frente do computador e na casa dos meus pais... O moço bonito até me sugeriu aproveitar o tempo para ler. Claro. Só que na casa dos meus pais o máximo que vale a pena ser revisitado são os clássicos da literatura brasileira... Todo o resto é a vasta biblioteca de Economia, Administração e Matemática Financeira do meu pai :/

SIM, eu reli O Ateneu, o Primo Basílio e Esaú e Jacó. Era isso ou as novelas da Globo, a sessão da tarde e a Ana Maria Braga.

Estou bem agora? Não. Estou dolorida. E MUITO cansada. E cheia de remédio pra tomar. Mas tenham paciência comigo. Eu me recupero rápido ;)

*Hospital Central da Aeronáutica