Sinto falta de um pequeno milagre. Em uma noite como essa, há alguns anos atrás, quando tudo estava perdido, ele apareceu na minha vida. Tocou violão para mim no telefone, conversou horas a fio...
Onde, baby, onde estão os meninos como você? Meninos sensíveis de esqueletos no armário, minhas almas gêmeas, os únicos capazes de entender e consolar as minhas dores? Eu bem sei que hoje você está, como todos os outros meninos sensíveis, na companhia da sua menina, fazendo o olhar dela brilhar, trocando beijos e presentes como bichinhos de pelúcia e cartões bonitinhos e todas essas coisas que eu nunca ganhei na vida (nem de você). Mas eu estou aqui sentindo falta do violão e pensando, sabe, em todas aquelas coisas fofinhas a que eu nunca tive direito e que eu gostaria de ter alguém para me dar pelo menos
uma vez na vida... Eu também ando cansada amor, do preconceito. Seja porque eu tenho filho ou porque eu não me escondo dentro do armário, tem sempre um motivo para alguém não querer ficar a meu lado. Porque é tão difícil alguém me amar sem impor condições absurdas pra isso? Eu não posso fingir que não tenho filho... E já ouvi cada coisa por conta disso que dá vontade de chorar...
"Quem está vencendo?" perguntou Katchoo para Francine "Eles estão." ela disse.
Sim, eles estão vencendo. Preciso de um pequeno milagre.
E engraçado como meu namorado mais carinhoso foi uma menina. A única pessoa que sabia que para me fazer feliz é preciso realmente muito pouco. Sinto falta da minha Francine... O pouco que ela me deu teve mais valor que o nada que todos os outros me deram.