segunda-feira, outubro 27, 2003

Divided.

O fim de semana foi bom. Foi, sim. Embora tudo que eu tivesse planejado pro meu sábado, um tour de Rio a Niterói com o Gabriel dizendo "oi" pra gente que gosto, incluindo duas moças muito legais e meu outro filho preferido tenha sido resumido a ir pra casa do namorado, botar Gabriel pra ver video e explicar pra ele que a gata do Paulo *morde*, tentar jogar Master com a presença do Gabriel, comer pizza e ler Contato enquanto namorado instalava Linux a unha no micro dele...
Domingo farmácia, sacolão, mercado... e praia com Paulo e Gabriel. Simplesmente seqüestrando ele dos estudos. Pôr do sol em Piratininga. Molequinho catando conchinhas...

Mas... mas eu odeio ser Vênus em Escorpião. Eu odeio a intensidade do meu amor. Eu odeio morrer de medo de fazer planos para um futuro em comum, morrer de medo de falar sobre isso, morrer de medo de acreditar que é possível e não ser e não saber se pode ser... Eu odeio a minha carência absurda, tanto quanto eu odeio o espaço vazio na minha grande cama azul... Eu odeio dormir sozinha quanto estou apaixonada! É desesperador... Eu odeio querer mais do que tenho, me estrangular para não demonstrar o que estou sentindo, cravar as unhas na pele pra me forçar a ficar calma, zen, linda e sorridente... E me acho uma perfeita desequilibrada ao cair na tentação de vincular meus momentos de felicidade à presença de uma pessoa a meu lado, ou mesmo de ouvir sua voz ao telefone. MAS é verdade. Ele me faz uma falta danada, e sem ele eu não sou tão bonita quanto quando estou a seu lado... Tento reprimir tantas coisas, vontade de ligar o tempo todo, vontade de grudar, vontade de gritar aos quatro ventos o quanto o adoro... Tenho medo demais de pisar com força em um terreno delicado e afastá-lo de mim... não gosto da idéia de invadir o espaço que outros interesses na vida dele detém, por mais que sofra com isso. Eu sofro calada, mas não por culpa dele, se há algo a culpar aqui é a mim e a meu auto-controle imperfeito e meu romantismo idiotamente exarcebado. Será que existe lobotomia pro coração?

E sim, eu somatizo essa merda toda. Mesmo quando tinha a pílula azul da felicidade, não era suficiente para evitar o nó na garganta que somente quem vive engolindo a intensidade abrasadora dos próprios sentimentos, intensos demais para serem seguros para a sociedade, conhece bem.

E não, ele não me lê mais, acho... O que de certo modo me dá até um alívio. Confissões gritadas ao mundo que não alcançam a circunferência da minha cama...