terça-feira, outubro 14, 2003

Every time I drown myself in futility I feel despair crossing my mind... Empty days, empty life, time stolen from creating in surviving...

Hoje conversando com uma psicóloga, lembrei do que costumava dizer quando era criança e alguém elogiava minha inteligência: ser inteligente é uma bênção e uma maldição. Uma bênção por nos dar mais compreensão do mundo e uma maldição porque justamente por isso, sofremos. O ignorante pode ser feliz com sua vida cotidiana, uma rotina burguesa o satisfaz, viver para existir tão somente como o parente que seus netos um dia enterrarão. E o que é feito de nós, que temos a ambição na adolescência de mudar o mundo, que questionamos interminavelmente cada ramo que permeia o trato social, que nada aceitamos com facilidade? Ou acabamos loucos e suicidas, eternos inconformados, ou sonhamos com uma lobotomia.

A primeira vez que encontrei o eco perfeito dessa frase acima em outro blog, fiquei surpresa. Hoje em dia, fico menos. Todas as vezes que vejo que as palavras que escrevo aqui fazem sentido para tantas pessoas tão estranhas a mim, tão diferentes, eu lembro de uma conversa que tive com o menino gelado há algum tempo atrás. A web é o reduto das almas sensíveis com esqueletos no armário.