sábado, junho 15, 2002

Estou só. Passei o dia com meu filho, ele tomou a gotinha, se vestiu de anjinho para mim. Almoçamos juntos... Comemos morango com creme. Foi bom.
Mas agora voltei para casa sem ele, de novo. Estou só. Lá fora uma lua dourada no céu. Acendo um incenso. Pego minha flauta. Ela me acompanha há 23 anos. Eu não sei tocar um instrumento. Eu não sei ler cifras. Mas minha flauta eu posso tocar. Ela faz parte de mim. Os dedos deslizam sobre ela de uma forma doce e familiar. Meus lábios a tocam com suavidade. Eu fecho meus olhos e adivinho notas, deixo meu fôlego traduzir-se em sons e o som traduzir o que vai dentro de mim... Melodias antigas se insinuam nos meus ouvidos, descubro e improviso e me entrego ao momento...