Tem gosto de sangue na minha boca e o sangue é meu. Gostaria de ser uma deusa e imaginar que ele pingaria dos meus lábios e se transformaria em flores vermelhas e que minhas lágrimas seriam água fresca para dar vida a essas flores... Mas meus olhos estão secos. Minha boca está seca.
Me sinto meio nua sem o Palm... Pior: em algum lugar por aí alguém deve estar sabendo demais sobre a minha vida, lendo meus diários, fraquezas, poesias... ou não.
Preciso descansar... Sinto falta de minha cachoeira, quero sumir no meio da floresta... Como me sinto viva no meu santuário, como me sinto sufocada longe do meu idílio!...
Me pergunto quando vou poder descansar mesmo... Estou cansada de sofrer. E de ser só. E de só ser, rs.
Ataque romântico-piegas-desesperado: Fico sonhando com o dia em que ele finalmente virá, e olhará dentro dos meus olhos e lerá neles toda a minha dor, tristeza e solidão. E eu lerei nos seus olhos sua compreensão. Então ele me abraçará como se eu fosse uma criança assustada e eu saberei, na segurança dos seus braços, que posso descansar... Que encontrei um porto seguro, alguém em quem confiar, alguém para onde voltar... Que esse sentimento de estar me debatendo inutilmente num mar bravio acabou, que posso me deitar nas areias da praia e respirar sob a luz do sol... Porque é isso que me falta, isso que procuro. Estou cansada de ter medo de me ferir, de desconfiar, de não poder me dar... Me sinto um bicho que foi ferido e agora olha desconfiado para qualquer um que tente se aproximar, mas estou cansada, perdi muito sangue e muita coisa. Preciso de alguém que cuide de mim, que seja minha base, minha segurança, minha fortaleza... Oh sim, aprendi a ser forte sozinha, mesmo me achando fraca. Mas sou uma criança forçada a lutar numa guerra, eu quero ir para casa... Me pergunto todas as noites se algum dia ele irá chegar... ou será que meu derradeiro alívio só virá no dia em que depois de tanta luta meus olhos se fecharem e não houver mais outro lugar para repousar que no ventre da Mãe?