Hoje foi a primeira aula de natação do Gabriel. Cheguei atrasada. Isso me fez mal.
De lá fui comprar material escolar para ele e aproveitei para comprar diversas coisas que estavam me fazendo falta, coisas pequenas mesmo, de mulher. E TINTA. E pincel. É definitivo, agora. Quero voltar a pintar.
Ontem saí com a pequena fúria pela cidade. Ela me levou pelos rumos do meu coração. E eu fiz coisas que, há não menos de três dias atrás, eu havia dito que nunca mais iria fazer. Eu lembro do tio Mi me falando uma vez, numa das minhas fases mais desesperadas e negras: separe o que é você falando e o que é a dor em você falando. Ah, minha alma cigana... por que lugares você não me leva, todas as vezes que tento fugir do que está em meu coração?
Fiz algumas escolhas simples. Tenho saído demais de casa. Gastei um dinheiro que não tenho com isso. Gastei um tempo que queria ter gasto comigo mesma com isso. Pessoas maravilhosas, lugares maravilhosos. Mas festas, restaurantes, saídas e eventos de uma forma geral não são um meio, mas um fim em si mesmos. Sempre haverá a próxima festa, o próximo evento. Hoje tem Tributo a Jim Morrison, no bar do Blues, hoje tem festa Blog it! na Spin. Amanhã há mais quinze coisas legais para se fazer. E depois de amanhã também. O que resta é a constatação simples de que essa vida, no momento, não é a minha. Eu quero ficar em casa. Desenhando. Escrevendo. A demanda dos outros não pode se tornar a minha demanda. Eu tenho coisas a fazer e criar. E ninguém pode fazer isso por mim.
Eu hoje deveria estar em um lugar com uma pessoa. E eu estaria feliz e me sentindo em casa, com pessoas que conheço há dez anos. MAS não é o meu momento. Naturalmente a vaga à esquerda no edredon ainda está aqui.