quinta-feira, abril 03, 2003

Ok, então tá... Na hora do almoço eu vou ali, no Av. Central, analisar umas provas de impressão no bureau aqui pro trb... Depois de aprovado, a menina simpática me diz que os prints ficam prontos em 15 minutos. Ok, vou comer alguma coisa e volto. De repente me bate uma vontade louca de passar direto pelas lojas de suco e pelo Bob's e ir comer um x-tudo de umréal naquelas barraquinhas simpáticas ali perto. No Largo da Carioca um coroa cercado por menos gente que tinha em volta da barraquinha toca afinadíssimo diversos blues... Naturalmente em menos de cinco minutos de espera passa correndo um garoto de mochila nas costas, uns dez, onze anos de idade e logo atrás uns dez guardas municipais com capacete, escudo e cassetete aos gritos de "pega ele, pega ele", seguidos por mais uns outros seis... Justíssimo isso... As pessoas ao meu redor se tornam um inconsciente coletivo muito parecido com os pombos do Largo do Machado e ficam revoando histericamente para lá e para cá desviando dos lugares em que o menino tenta passar pra fugir dos guardas. Uma vez pego e arrastado para algum ponto do largo fora do meu alcance de visão, a turba achou simpático gritar "lincha, lincha" enquanto a prestativa guarda municipal convertia o garoto numa poça de sangue e ele era levado sei lá para onde. Segundos depois, pombos ciscando e pessoas passando e meia dúzia de gente em volta do guitarrista de blues... Dou um pulo na Bárbaras Magias, poucas novidades, fico namorando o Idoru de Mr. Gibson e o livro do Alan Moore, que acabarei comprando se não descolar um pdf pirata. Desço, pego os prints e desço a Rio Branco paralizada por uma manifestação de "Fora Rosinha", guardinhas desviando o trânsito e quetais... Eu ADORO trabalhar no centro do Rio, onde tudo que pode acontecer acontece... Mas às vezes a capacidade que todo mundo aqui tem de se tornar indiferente ao caos, inclusive a minha pessoa, me espanta... Tempo demais olhando pro abismo, talvez?