quarta-feira, abril 30, 2003

Parei para refletir na hora do almoço, sozinha num daqueles meus lugares especiais... pensar em quem tenho sido, quem eu gostaria de ser e principalmente, no que eu quero pra minha vida, no momento. E cheguei a umas conclusões interessantes: essa vida está me matando. Quem tenho sido está me matando. Também descobri o que devo pedir para os deuses, no coração da floresta. E sinceramente, não olharei para trás no processo, caso receba o que pedi.

O que eu quero, mais do que tudo nesse momento e não consigo, aquilo que me faz sentir como se eu estivesse morrendo de sede(de água limpa e fresca) ao mesmo tempo que me debatendo num mar de águas salgadas, é tempo para ficar sozinha comigo mesma. Tempo para cuidar de mim. Tempo saudável para poder criar, desenhar, estudar, voltar a fazer web design, aprender mais action script, tirar a ferrugem do francês, enfim... Eu amo amigos, namorado, filho e família MAS estou sufocando e me tornando extremamente deprimida... nada tem restado de mim mesma, a não ser o cansaço e a dispersão. Chego do trabalho cansada, não há tempo para criar. Finais de semana existe a obrigação de me dedicar aos outros, e isso não é ruim mas não é nada produtivo e acaba se tornando um fim em si mesmo... Eu preciso me renovar se quiser voltar a trabalhar com o que eu gosto, é uma questão de sobrevivência mental... eu estou levando uma vidinha chata demais. Grana faltando é um problema, mas tempo e dinheiro ambos vêm se consumindo na mesma direção. Eu nunca digo não. A demanda dos outros, como sempre, é maior que a minha.

Mas tenho que aprender a ser diferente, se não quiser continuar definhando lentamente dentro da minha alma... a minha demanda precisa ser maior do que aquela dos que eu amo. E se me interpretarem mal, se me julgarem egoísta ou qualquer dos adjetivos que tanto temo dentro de mim, eu que aprenda a entender que então não gostavam de mim tanto assim... porque estou me sentindo vampirizada, sugada, exaurida e preciso de ar fresco e tempo para me renovar...

Não, eu não gosto de ficar sozinha. Há um tipo de solidão que me deprime e me enlouquece. Mas existe uma grande diferença entre a solidão-abandono e a solidão-processo criativo. A questão aqui é aprender a viver o meio-termo. E a ceder menos, e a me amar mais sobre todas as outras coisas...

...e se estou me repetindo, é porque falhei da outra vez, não? Mas ser babaca não vai mudar a minha vida.