segunda-feira, agosto 11, 2003

Doçura. Estou descobrindo que amar alguém pode ser doce, simplesmente. Nada de amargos e azedos. Estou descobrindo, como se pela primeira vez fizesse sentido, com os olhos de uma menina que respira fundo ar fresco nos pulmões, pela primeira vez, que posso crer num futuro ao lado de alguém. E ser feliz a seu lado. E ah, é aterrorizante, assustador mesmo. Porque eu sei que não passo de um coelho assustado e de repente alguém pacientemente me pega no seu colo e fica fazendo carinho até que eu me sinta segura. E aos poucos tento vencer o receio de ter e ser de alguém novamente em minha vida... e tento vencer o pior medo de todos, das mudanças que vêm com o tempo, da intimidade que mata o romance e culmina em perda do respeito... eu quero a doçura de sentir seu perfume e seu calor na minha cama todas as noites e acordar todas as manhãs em seus braços... Mas carrego ainda fresca demais a lembrança azeda de que viver com alguém todos os dias é muito mais do que isso, e de como o diabo reside nos detalhes, como um castelo sem bases sólidas pode facilmente ruir... Aí eu dou uma patada na minha própria cara medrosa de coelho carente e fico esperando com um brilho ansioso no olhar o fim de semana trazer meu amor só pra sentir seu abraço mais uma vez e sentir, daquele jeito que não se traduz em palavras, que temos a vida inteira pela frente, e que amar alguém como ele é bom, e que me torno mais feliz a cada momento que passo a seu lado.