domingo, agosto 24, 2003

E afinal qual a pior dor? A dor de estar sozinha ou a dor de ser deixada sozinha? A culpa é minha, não tenho defesas e me entrego e acredito, ah como me entrego, como acredito! Quantos dias e noites, quantas lágrimas ainda restam pela frente? Quantas esperanças vãs e tentativas de acreditar que desta ver vai ser diferente porque tem de ser diferente? Me sinto tão frágil, mal toquei os pés no chão achando que poderia confiar e percebi que estou pisando, ainda, em gelo muito muito fino... Porque, afinal porque tenho de ficar aqui e chorar nesta noite quente de domingo, meu filho longe, meu filho doente e eu esperando algo que não vai acontecer? É simples. Sou insegura sim, e carente e mais todas as palavrinhas feias que você puder achar no dicionário pra me definir. Não confio em ninguém, não gosto de pessoas (elas machucam!) mas se você disser que me ama eu primeiro vou te olhar desconfiada de cima a baixo mas depois vou acreditar com toda a força do meu coração. Preciso acreditar. "I as a boy I believed the saying that the cure for pain is love" diz Hide in your Shell, do Supertramp. E eu acredito nisso. E espero por alguém que me cante esta canção. Que alguém me pegue pela mão, me deite em seu colo e me faça descansar. Que olhe nos meus olhos e diga "eu estou aqui, acabou, não precisa ser assim." Sou arisca sim, fico insegura sim ao primeiro sinal de que algo está errado. Volto pra concha SIM porque já me machuquei tanto, tanto, tanto, que estou de saco cheio mesmo de pessoas me machucando dizendo que me amam. É difícil confiar e acreditar que não é mais do mesmo. Mas é desesperador esse MEDO de que seja mais do mesmo. Merda. Estou cansada. Quero colo. E todos os celulares que interessam estão desligados esta noite... Nascemos e morremos sós, no fim, não?