quinta-feira, setembro 26, 2002


Meu coração não quer deixar
Meu corpo descansar

Legião Urbana - o Livro dos Dias


A Tempestade finalmente chegou, em Ostara. A Primavera trouxe chuva, a chuva trouxe lágrimas, as lágrimas lavaram almas.

Este é o livro das flores
Este é o livro do destino
Este é o livro de nossos dias
Este é o dia dos nossos amores


E afinal o que é a vida? O que é certo? Traidora de mim mesma, eu abri meu coração. Eu dancei a ultima dança no meio da chuva, pisei sobre as lágrimas do céu, olhei nos olhos de outra pessoa e amei, como ninguém deveria amar.

A Tempestade veio. Chegou rápido, estava se anunciando no horizonte há tempos. Desde antes do furacão. Eu lembro agora do primeiro sinal da tempestade. Uma noite quente num lugar sagrado. Eu olhei para o horizonte e, naquela noite estrelada e limpa, eu vi a tempestade vindo na linha do horizonte. Negra, pesada, nuvens carregadas. Eu não podia dizer. Implorei aos deuses naquela noite por piedade. Eles não responderam. O vento começou a soprar friamente, e entrou pela minha alma gelada.

E veio o furacão. E ainda não era a Tempestade. Porque quando ela veio, não restou nada em pé. Ela não respeitou nada nem ninguém. Quem conjurou a Tempestade, qual dos três? Ou foi essa dança louca entre nós que a trouxe sobre nossas cabeças? Não importa. Minha doce menina, minha Lyta Hall, pequenina fúria. Meu menino frio fechou as portas do seu castelo de gelo. Eu abri as portas do meu coração. Como não morrer um pouco dançando inconsequentemente com a própria Morte? Oh, fomos nós que fizemos a Tempestade. Sei apenas que doeu. Algumas mortes são necessárias. Es muss sein? Muss es sein. É isso que tenho de encarar diariamente no espelho. Meus olhos. E minha alma dentro deles.