segunda-feira, dezembro 31, 2001

Mental Disorder Bitch Parade - as músicas que não param de tocar na minha rádio mental

1 - Slow emotion Replay, do The The
2 - Sky, Sonique
3 - Por enquanto, Cássia Eller
4 - Try a Litle tenderness, Cássia Eller
5 - Renato Russo cantando "turn around, don´t wisper out my name... so close the door likely when you go... who was the one who made me feel unkind, so very well sweet love of mine..."

E o Márcio, meu primo mineiro, diz q na rádio mental dele não para de tocar Unforgiven do Metallica.
E JUIZ DE FORA também tem cybercafé! Estou postando essas linhas do ACESSA.COM, tel (32)3215-5202, o único cybercafé decente que pude achar na cidade! Então tá valendo a dica, vcs jah sabem de onde ler seus e-mails caso se percam em Minas...

domingo, dezembro 30, 2001

Oie, meus amores. Estou postando direto da terra do pão de queijo para o mundo. Perdida em Juiz de Fora para o Reveillon... E já louca pra voltar. Estou me sentindo mais sozinha no mundo. Cássia Eller morreu. Estava aqui relendo Clarice Lispector quando recebi a notícia. Clarice Lispector é o que eu quero ser quando crescer... Uma mulher que nasceu em 1925 e morreu em 77 parece ser uma das raras pessoas que, pelo seu modo de escrever, via o mundo com olhos que poderiam compreender o meu. Estou só, no meio da mediocridade do dia a dia, que parece acompanhar as pessoas comuns independente da cidade onde se esteja.

Anyway, feliz 2002

segunda-feira, dezembro 24, 2001

Vocês acharam que acabou???? Nã-Nã-Nã, tem mais... esse é um texto looongo que escrevi pouco depois do meu aniversário, que explica como me sinto e tem uma boa dose das minhas filosofices.

Vocês devem estar achando que eu sumi de novo... Mas é por uma boa causa: estou imersa, neste fim de ano, num processo de auto-avaliação radical, profundo e intenso, para gerar uma renovação aproveitando o fluxo de energias catalisadoras de mudanças típicas dessa época do ano emanadas pela alma do mundo e assim acertar minhas contas com o ano do Machado, utilizando-o como impulso para remodelar a mim mesma e expurgar tudo aquilo que no momento me impede de evoluir para a espiral seguinte. É necessário romper o ciclo de erros e coisas pendentes de forma radical (o machado corta de dois lados e seus cortes são profundos, sim, e SANGRAM porque o sofrimento nesse caso também tem dois lados: é necessário cortar fora o tecido gangrenado para que a ferida nova possa cicatrizar definitivamente e o tecido volte a crescer e se regenere) e assim poder adentrar o ano do Espelho na espiral acima, finalmente rompendo e me libertando do círculo autodestrutivo que me puxa para baixo inconscientemente, me fazendo girar a roda sem sair do lugar, prisioneira do tempo ao invés de transcendê-lo, repetindo sempre os mesmos erros e me recriminando pelas mesmas falhas, sem subir para o clico acima.
A palavra chave aqui é condicionamento. Romper com todos os padrões que foram incutidos na sua cabeça pelo meio externo e ainda resistir ao impacto que essa resistência gerará no mesmo meio, que tentará ferozmente te fazer desistir e voltar ao seu lugar. É que quando se sai da posição acomodada, há uma ruptura do equilíbrio onde as coisas foram se ajeitando até se posicionarem como agora. Só que este é um equilíbrio viciado e aparente, mais ou menos como martelar peças que não cabem num buraco até que as arestas dessas sejam desgastadas e as peças caibam, mesmo que precariamente. Quando você começa a evoluir, o ambiente rapidamente reage a você: seus amigos dizem que você está “estranho”, sua família pergunta de onde você tirou essas idéias, você se sente vazio ao perceber que os programas fúteis com que preenchia seu tempo são entediantes e não fazem sentido. Então, e aqui eu vou pegar emprestado o tio Crowley, a única forma de conseguir superar a onda esmagadora contrária, que alguns wiccanos interpretam como período da sombra e faz parte da descida ao inferno ou katábase, é se utilizando da Vontade. Isso mesmo, Thelema. Sem uma legítima Vontade de transcender esse círculo, o esforço é em vão e cai-se novamente, senão no mesmo ciclo, em outro ainda mais baixo, tendo-se que recomeçar a subida novamente. Como uma turma de recuperação: você tem que passar de novo por aquele grau, mas como já tem alguma experiência, ou você se acomoda achando que será fácil ou usa isso a seu favor para finalmente aprender a lição que faltava e desta vez conseguir ir adiante.
Pode parecer estranho ligar katábase (a descida ao inferno do iniciado) com a elevação espiritual na espiral cíclica, mas é exatamente isso: a katábase é um processo de descida “para cima”, um mergulho naquilo que há de mais essencial e puro em si mesmo e o expurgo de todos os excessos desnecessários para a subida, deixar a vida anterior para trás sem olhar para o que se deixou, porque senão como Orfeu e Eurídice você poderá começar a se apegar ao passado e assim quebrar a determinação de sua Vontade em ir adiante, ficando paralizado ou ainda caindo de volta na mesma situação de antes.
Existem dois tipos de katábase: um, o mais difícil e ao mesmo tempo mais “fácil” e rápido, é o da “iluminação” alcançado por adeptos do zen-budismo. Esse implica ao indivíduo a morte total e aniquilante do seu aspecto material anterior e renascimento em uma esfera tridimensional da qual a espiral é um mero reflexo, se tornando um indivíduo extraordinário e enxergado complexos de realidade para os quais a mente do homem comum não está preparada. É o caso da iluminação de um Buda, da ressurreição do Cristo etc. É a katábasis do Messias.
O outro tipo de katábase é múltipla: aos poucos, conforme o indivíduo vai evoluindo e ascendendo na espiral, tem que passar não por uma única morte mas pela morte de cada aspecto seu que interagia com os elementos do meio exterior que são característicos daquele ciclo que, quanto menos refinada a Vontade e a alma daquela pessoa, mais se enraízam inexoravelmente nela, prendendo-a e imobilizando-a. O tipo de pessoa que classifico como “gado”, que vive para crescer, se reproduzir e morrer, só enxergando a satisfação das necessidades básicas imediatas, os “ignorantes” por assim dizer, porque estão cegos e surdos, são o melhor exemplo disso. Essas pessoas não suportam mudanças no seu modus vivendi e nem pensamentos “avançados” sobre temas fora da sua esfera de conhecimento. Mas eles são necessários também, porque funcionam como lastro e base da sociedade. Deve-se ter menos compaixão deles (porque à sua maneira eles recebem exatamente aquilo que pedem de seus deuses) que consciência de suas limitações e assim vê-los como crianças, seus espíritos adormecidos contentam-se com o que suas vidas trazem, inclusive as pequenas tragédias pessoais. Pode-se inclusive amá-los, desde que se tenha consciência de que sua forma de amor puxará para baixo, porque o amor que conhecem é o amor-posse. Esse amor é aquele que a pessoa diz “se você não age como espero você não me ama” ou pergunta “porque você fez isso se diz que me ama”? É o amor que escraviza o objeto amado e reflete a insegurança de quem diz que ama.
A katábase múltipla é o processo mais longo e dolorido, extremamente difícil, mas é também o mais acessível ao homem comum, que dentro desta vida pode renascer e se renovar continuamente até ascender um grau onde, teoricamente, ele poderia se “iluminar”, ou seja, ambas não são excludentes e este processo de katábase múltipla pode servir como base para a iluminação definitiva.
Um dos maiores erros que o iniciado comete após adquirir algumas habilidades, como refinar sua telepatia e telecinésia, por exemplo, é ceder ao Ego e ao pensamento de que é melhor que o comum dos homens. Ao se destacar, ele erra por se excluir e se diferenciar da corrente harmônica da anima mundi. Todo orgulho desmedido é o espelho de uma insegurança não resolvida. E uma falha da superfície polida do cristal lapidado poderá esconder uma rachadura apenas esperando para, ao próximo toque do buril, quebrar o cristal em mil pedaços. É que a insegurança disfarçada em orgulho é uma falha na estruturação da verdadeira Vontade e quanto mais egocêntrico, mais cego se torna, preparando-se apenas a queda novamente na base material/mais pesada da espiral. O iniciado que está em harmonia com seu caminho escolhido não precisa dizer “eu sou”. Ele já tem consciência e segurança do que é, assim como estuda o que pode vir a ser. Todos nós temos a partícula divina em nós mesmos, mas é mais belo contemplá-la e se harmonizar para liberá-la de seu receptáculo que ficar provando a si mesmo que se tem poder.
Mas então é isso aí. Estou tentando botar meus pingos nos “i”, não sei se vou conseguir. Preciso ainda refletir sobre muita coisa e acertar muitas pontas soltas... Mas se eu conseguir deixar de cometer pelo menos um dos erros que cometo sempre, me sentirei menos frustrada se a vida me colocar de novo de “recuperação”. Anyway, o momento é propício.
E feliz Litha pra quem de Litha e feliz Natal pra quem de Natal.


Então tá, alguém me explica porque eu adoro ouvir música eletrônica às quatro horas da manhã? só que hoje estou indócil demais e os mantras indianos misturados com batidas trance não se harmonizam com minha need for speed...
Fotos de Litha em www.geocities.com/diariodeumbruxo, clique em fotos de Litha (doh!) Só me vi em uma delas, mas tá valendo
Ah, tá. Eu estava relendo agora meus posts e lembrei: fora meus pais, teve mais uma pessoa (a ú-ni-ca) que não só lembrou de me ligar como ainda por cima me deu um susto na segunda-feira, me dando de presente quase-exatamente uma das coisas que eu queria. O meu querido amigo Neir, lá do trb, que me chega na segunda munido de uma sacola do Boticário contendo um lindo perfume e um cartão mais lindo ainda, ah sei lá, tudo lindo, pronto... Incrível como ele NÃO esquece! A deo-colônia parece ter sido escolhida a dedo, "melodie parfumée", hehehe... Mas eu ainda quero o Absinto. For Men. Teimosa messsss...mo.
Como já encomendei o pentagrama, agora só falta a câmerazinha... E para o Gabriel pensei em dar um notebook que vi na C&V de outra marca, um "alfabyte" bonitinho, o bicho canta, conta junto com a criança e ensina as letrinhas... fofo.
Haha, eu fico aqui pensando: algum dia, quando ficar online em casa finalmente voltar a ser uma rotina, eu terei tempo de editar um template melhor para esse weblog e passarei a linkar os textos em separado, ao invés de sair metendo tudo assim a seco direto no weblog... Mas quer saber? É preguiça de linkar mesmo... And I swear to the Goddess, pelo menos um ou dois se dão ao trb de ler tudo o que escrevo... Bom, material é o que não falta, né?
Por onde ando navegando: será que alguém realmente se interessa por onde ando navegando? Eu fico aqui que nem uma louca sem sono postando esse MONTE de texto às duas da manhã...

neilgaiman.com. parada obrigatória de qualquer surfada na web
Dei uma boa busca por HDs virtuais gratuitos. Necas. Vc tem que gastar pelo menos umas cinco doletas ou então se sujeitar a espaços tão pequenos que é mais fácil comprar uma caixa de disquetes...
peguei um programinha pra me "ajudar a lembrar" das passwords que esqueci, se é que vocês me entendem ;-) no site de sempre.
Andei postando umas abobrinhas na "comunidade" virtual que meu druida criou para a gente, e fazendo uns uploads interessantes para ele ter o que fazer nas suas férias forçadas. cá entre nós, eu detesto a Micosofre, mas por amor a ele eu até suporto os "Mess" da vida... Mas tem jeito não, ainda prefiro o ICQ... MESMO que agora ele seja daquela empresa que tem aquele browserzinho esquisito que distribui aqueles CDs gratuitos que dão excelentes descansos de copos e matéria-prima para arte abstrata... Aquela das três letrinhas que termina com "ol"... Aquela do rock in rio... hehehehe
Encomendei um pentagrama e mais o calendario de parede da Llewellyn e o datebook (agenda) de 2002, Witches Calendar, básico, no site da Mystical Grove. No Empório Wicca que não sei porque cargas dágua fui fuçar lá, achei um pentagrama que vi sendo vendido no camelô a um real sendo vendido por três, porque estava na promoção, já que o preço "normal" era 5 paus. Wow.
Pra comprar o datebook catei tb na Amazon e no próprio site da Llewellyn, que era o mais caro. A Amazon oferecia um desconto maior que o AMG, mas o FRETE deles era absurdamente mais CAAARO! Meda. E eu q sempre fui rata de Amazon. Mas 17 dólares de frete por dois livros dá vontade de chorar...
At my time of closed-door blogging, I have write this text in October that I translate now about Decadence, more to myself as I usually do but since you're always asking about the project I guess you would find it interesting...

"At this year's May I divorced from my husband, Alexandre, after being engaged with him since 1993 into a history of love, twin souls, creativity, total envolvement, depression, pain, sex, gains and losts. There's six months I'm trying to reconstruct my life, that seems like a empty senseless nothing. I miss something that probably I have always missed.

Anyway, in 93 I created Decadence and at the first times the creativity and craziness flux that gave birth to the city was increased by my union with Alex. Soon it was being put aside for I had to dedicate my time to his projects, that became mine. Decadence passed to live only in my dreams so to say and as "the wonderfull never-to-be-realized Elaine's project that never went on". BUT the stories always haunted me in the dark of night, begging to come out, to be brought to surface, to get out of my head. At these last six apathic months living a pretty unstable depressive routine, I tried to start and put some order in Decadence and let the city live and be born again, almost ten years later. Ten years later, my autocriticy tells me that most of I have done all these years is pure garbage. BUT many things are damn good! So I decided to stop beng that fucking racional and try to make some sense of all that stuff, to let the city come out again. Just let it be. I have to finish Decadence and put it in some place, probably on the web, even if it's the unique real good thing I do in my entire life. I need to see it finished. Even if I have to die in the process of birth.

There's more or less a month a good friend, Andre, came back to my life as old friends usually do and as he's a penciler too, we started to chat. I was with the returning of Decadence bugging into my mind so we talked and spent some good hours over it and he liked it. So it seems, Decadence still worths something, even after all these years. He says he wants to work at the first story arch of plots, doing his own version. I find it cool, I don't know at this time in my life if I have enough time or force in my hands to draw it all alone. I'm too much into my highs and lows. He let it clear he'll work into HIS version of the stories, I don't have a line against it. On the decadence home-page project (that'll be a section of my site) there's a section called "Decadence Be my Guest" where I intend to put other person's particular points of view and stories based on Decadence. If I could, I would kick all my tasteless life and dedicate myself only to this project. With some luck, at 2003, when the city'll be ten years full old I'm finally have something ready to go online. It's time.

I noticed that isn't worth to develop Decadence's storyline without putting all the pieces of the puzzle at their places, and there's a lot of them just missing. A lot of precious stuff have lost itself in time. It's almost a archeological work. I'll have to create new stuff to supply all holes that the years brough and the stuff I forgot and worst, the better ideas, the tormented dreams, everything I didn't put in paper, didn't even take a note, all this I'll have to re-create. It's crazy, feverish and hard work. A life-time effort. And pretty lonesome, because there's no other person in the world who could understand how hard I need to do this.

So, that's it. I intend to work as frequently as possible to do the "ultimate" version of Decadence. I hope the Gods help me and that I don't end more mad than usual on the way..."
Dos meus tempos de ausência do blog, datado de outubro, para os que sempre me perguntam sobre Decadência

"Em maio deste ano me separei do meu marido, Alexandre, depois de me envolver com ele desde 1993 numa história de amor, almas gêmeas, muita criatividade, total envolvimento, depressão, dor, sexo, liberdade, perdas e danos. Há seis meses venho tentando reconstruir minha vida, que no fundo é uma casca vazia sem sentido. Me falta algo, talvez tenha sempre me faltado.

De qualquer forma, em 93 eu havia criado Decadência e nos primeiros momentos o fluxo de criatividade e loucura que gerou a cidade foi incrementado pela minha união com Alexandre. Aos poucos, porém, foi sendo posto de lado em favor dos projetos dele. Decadência só passou a existir nos meus devaneios e como o “projeto maravilhoso da Elaine que não foi pra frente”. Só que as historias sempre me assombraram no meio da noite, pedindo pra sair, pra fluir, pra explodir fora de mim. Nestes últimos seis meses, vivendo e vegetando numa rotina instável, depressiva e tediosa, tentei começar a ordenar Decadência e deixar a cidade nascer outra vez, quase dez anos depois. Dez anos depois, minha autocrítica me diz que muito do que fiz foi lixo, mas muito do que criei ainda me soa bom pra caramba. Então, resolvi deixar de racionalizar e tentar colocar ordem na bagunça, botar a cidade pra fora de mim outra vez. Deixar a coisa fluir. Tenho que concluir Decadência e coloca-la no ar, nem que ela seja a única coisa boa que eu faça nesta vida. Preciso vê-la pronta. Nem que eu morra tentando.

Há mais ou menos um mês, um amigo e ex-namorado, André, por acaso ressurgiu na minha vida e como ele também desenha quadrinhos, começamos a conversar. Eu estava com o embrião da volta de Decadência na minha mente, conversamos durante horas e ele achou o projeto interessante. Decadência ainda vale a pena, depois de todos estes anos. Ele quer trabalhar no primeiro ciclo de histórias, fazer sua própria versão. Eu acho isso legal, não sei se sozinha teria forças para desenhar tudo. Sou instável demais para isso. Ele deixou claro que fará a SUA versão, nada contra. Na idéia para a home-page existe até uma seção para isso, chamada Decadência Be My Guest, onde seriam publicadas histórias de outras pessoas baseadas em Decadência. Eu gostaria de chutar minha vida medíocre para o alto e me dedicar somente a este projeto, que é minha paixão. Com um pouco de sorte, em 2003, quando Decadência estiver fazendo dez anos, eu possa finalmente colocar alguma coisa no ar. Já é tempo.

Hoje noite que não adianta tentar roteirizar Decadência sem montar as peças que faltam do quebra-cabeças. Material precioso se perdeu ao longo dos anos. É um trabalho arqueológico mesmo. Vou ter que criar coisas completamente novas para preencher os buracos que os anos criaram e as coisas que esqueci ou pior, as idéias geniais que tive, os sonhos, tudo que simplesmente não coloquei no papel, soluções para diversos problemas. Terei que redescobrir tudo que criei e não anotei, terei que recriar muito. Será um mergulho intenso, louco e febril. O esforço de uma vida inteira. E solitário, porque ninguém irá compreender o quanto preciso disso.

Então é isso. A partir deste fim de semana, vou tentar separar um tempo pra botar ordem na bagunça e começar a formatar a versão definitiva de Decadência. Que os deuses me ajudem. Que eu não enlouqueça de vez no caminho."


Mas a despeito disso, LITHA, que celebrei sábado como uma boa bruxinha, foi muito bom. Dessa vez, saí da toca e ao invés de celebrar o sabá em casa, o fiz com integrantes de uma das listas de discussão que faço parte... Ainda me sinto um pouco estranha de celebrar na praia ao invés da floresta, mas como Litha é o Solstício de Verão, até que um ritual na praia me pareceu bem adequado... Para minha surpresa, no grupo havia "gente como a gente" e não aborrecentes pinks como os que pululam nesse tipo de lista. Hum, tem dias que me sinto velha...Eu preferia quando eu era a aborrecente.
Está chovendo, é meia-noite do dia 24, meu modem queimou, meu computador está à beira de ser reformatado (e é o micro mais estável que já vi!!!) e eu não lembro os passwords de duas contas de e-mail das dez que tenho... pra limpar o HD só falta isso. Meu irmão "técnico" mandou reformatar o HD quando eu disse que meu modem não estava discando (e tivemos DUAS tempestades semana passada enquanto eu estava no trb, de surpresa), mais ou menos como você dizer que está com dor de dente e o cara querer operar seu fígado... estou há horas sentada no micro da casa dos meus pais tentando baixar arquivos que poderia estar tranquilamente baixando de casa... O BB só vai liberar meu crédito de informática depois do "natal", meu cartão de crédito se partiu ao meio literalmente (nem me perguntem! Ainda não me animei a pedir outro, AINDA estou com raiva da Visa) e a bateria do meu celular literalmente pifou um dia depois do meu aniversário, TAMBÉM inexplicávelmente... Ainda tirei o cara que mais detesto na firma no amigo oculto e o meu chefe falou que vamos trabalhar amanhã de 8 às 11 e ainda por cima eles vão comemorar num churrascaria, onde vou ter que aturá-los com a cara cheia de cerveja (eles, não eu). Meu namorado teve "férias coletivas" marcadas em cima da hora e não pôde se planejar pra vir ficar comigo, só volta em janeiro. FORA a surpresinha que encontrei no meu HD e que vai ser postada a seguir. DE-FI-NI-TI-VA-MEN-TE eu estou de MAU humor...

domingo, dezembro 16, 2001

Lanika 2.6 - trilha sonora? Smashing Pumpkins, Melon colie and the infinite sadness
"o que há de errado comigo, não consigo encontrar abrigo, meu castelo é campo inimigo, você finge que vê mas não vê..." Legião Urbana - A Fonte

Me sinto assim...
O que me consola nesse negócio do blogger comer posts é que o post irremediavelmente triste, solitário e deprê que postei ontem à noite ficou relegado à privacidade da minha melancolia...

sábado, dezembro 15, 2001

Você não adora quando o blog come seus posts???

Eu tinha gasto um tempo falando pro BIX porque a adolescência é brega, mas o meu blog acionou o radar anti-brega e deletou os postos sem postar... FAzer o q... Fica só a última linha:


BIX: Brega vem do latim blergh que significa "que merda" e como todos nós temos um pé no kitsch serve como medida pra derrubar a gente do pedestal em que colocamos a nós mesmos, ok???
E só pra constar BIX, a adolescência É uma fase irremediavelmente BREGA!!!! Eu fui gatinha da Capricho, lia Querida, usava roupas rosa-choque e verde fluorescente (até aí, todos os que viveram na década de 80 tb) batom com gosto de fruta, colecionava papel de carta perfumado e suspirava pelo Tom Cruise, pelo Morten do A-Ha (uma espécie de pré-KLB norueguês...) e colecionava figurinhas dos Superstars (Mel Gibson, Keanu Reeves, Kevin Costner, Michale J Fox entre outros...)... Nos meus cadernos de música (a gente tinha a santa paciência de copiar as letras na mão mesmo, hoje é só ir no google e pesquisar as lyrics, antes isso era repassado nas salas de aula de colega pra colega) haviam pérolas do rock pop chiclete dos anos 80 como João Penca, GAng 90 e outros... BREGA, sim. E eu me divirto lembrando disso até hoje... Porque a gente leva a sério pacas quando tá vivendo essa fase, depois olha pra trás e não tem como não rolar de rir com as merdas que a gente faz...
Mas chega de falar mal dos outros, hoje é dia do meu aniversário, eu quero mais é me divertir... :-)
Eu já falei mal hoje da Internet do McDonald’s? NÃO? Então deixa eu falar de novo: É uma meeeeerrrda! História de terror de um domingo com chuva: quoi faire? Gabriel é doido por batata frita do McDonald’s e a outra opção é ficar mofando em casa. O McDonald’s é que nem prostituta velha, feia e catinguda: você vai lá, jura que nunca mais vai botar outra vez os pés naquela josta mas acaba voltando lá, na hora do desepero sempre acaba comendo lá de novo... Então toca pro McDonald’s, que meu filho, bombardeado pela propaganda massiva da TV e filho de peixe publicitário que é, adora. Instalaram uns 3 micros na filial (um deles com “cara de terminal” , um troço grande e feio...), vc com o tíquete da sua compra ganha um cartãozinho da “McInternet” que o vendedor gentilmente insere os dados no micro à sua frente... Legal, penso: posso checar meus e-mails enquanto Gabriel devora suas batatas-fritas... Passada a tela de inscrição, sou confrontada com uma versão do Netscape “para McDonald’s”, um trocinho ridiculamente feio, com uma barra vermelha em cima e que de Netscape não tinha nada, sendo a cara do browser da AOL. O tal cartão dá direito a quinze minutos de web e até você descobrir que pra navegar fora da rede interna do McDonald’s precisa clicar no ícone do Terra já se passaram uns cinco minutos de tentativa e erro, porque NADA ali te orienta quanto a isso... Então tá, vou para a página inicial do Terra, tudo corre bem. Digito http://www.hotmail.com e a barra de rolagem desaparece... Ainda tento logar na minha conta e clicar num dos meus e-mails, mas ela não volta de jeito nenhum e dos meus e-mails só consigo enxergar o cabeçalho... tentativas diversas, vai, volta, tenta o iG, a mesma merda. Só as páginas abrigadas no Terra têm barra de rolagem... ou seja, QUE MERDA NAZISTA!!!!!! Antes de completar meus quinze minutos dessa experiência de navegação medíocre, faço logoff e devolvo o micro aos mcinternautas, que devem ser uma cadeia na classe evolutiva abaixo dos usuários da AOL...

No cibercafé do grupo Severiano Ribeiro, muito pelo contrário, já havia uma barra de atalhos para os endereços de e-mail mais usados: estavam todos eles lá, a um click do mouse, num IE5 sem frescuras, o único detalhe era um timer discreto controlando o tempo de acesso.

Sabe que esse Netscape para Mcdonald’s não me desceu pela garganta até hoje? Antes da Micosofre entrar no mercado de web, o Netscape era o melhor browser do mundo... As primeiras versões do IE eram odiosas... Aí a Micosofre empurrou o IE garganta abaixo do público com o Ruindows, ou seja, todos os usuários novatos começaram a usar borwsers que vinham com o OS e a Netscape fez água. Aí a AOL comprou a Netscape e lá se foi um belo browser... Aliás, a AOL parece ter o toque de Midas ao contrário: tudo que ela toca fica estranho. O ICQ ganhou umas janelinhas que não têm nada a ver, o Netscape se tornou um browser quew atrapalha a vida do pessoal que faz design para web... Aliás, tudo em que as grandes metem a colher na Web se deteriora... Até o Hotmail ser comprado pela Micosofre, eu desconhecia o significado da palavra spam. Hoje, mesmo recusando terminantemente qualquer oferta de serviços etc por parte deles minha caixa postal é sempre inundada de spams oriundos de endereços .msn.com, alguns até espelhando meu nome de usuária, o que sempre me soa meio criminoso: quem dá direito a esses caras de usar o MEU nome de usuário para se fazer passar por mim e mandar um serviço para mim mesma? Assustador... E todo dia tenho que bloquear uns dez desses, e me considero feliz, porque as pragas se multiplicam no e-mail da minha empresa a uma taxa de uns trinta por dia.

Até aí, falando em browsers, o da AOL é o único que eu conheço que pressupõe por definição que seu usuário seja retardado. Odeio browsers e empresas que menosprezam a capacidade mental de seus usuários... Então tá: por ocasião do Rockinrio e da falência das internets grátis, passamos a analisar no meu trabalho qual a melhor saída pra voltar ao universo dos provedores... Meu chefe, na sua ingenuidade, havia se inscrito no AOL pra recuperar umas fotos que tirou durante o show, que aliás, nunca conseguiu ver. Mas já que se havia feito a inscrição neles, toca a instalar AOL na empresa. Primeiro o discador implicou com o PABX. Tivemos que ligar para lá e pegar uma configuração alternativa. Legal. Toca a navegar... e trabalhar. Mantemos 3 home-pages na empresa, o que com o AOL é simplesmente inviável... Tente salvar uma foto, por exemplo: o browser da AOL só salva em dois formatos: BMP e um formato proprietário da Aol que simplesmente NENHUM programa que lê imagens trabalha ou converte... Acesso a e-mail externo? A menina do Atendimento me informa que eles não possuem smtp nem pop, ou seja, só posso ler e enviar e-mails da conta do AOL. As outras simplesmente ficam sem acesso. Upload também dá erro... Ou seja, toda vez que eu tinha que fazer manutenção numa home-page ou recorria às grátis ou pegava emprestado o login de algum cliente com um provedor “de verdade”... A coisa é inviável... Ou você come, bebe e caga pelo jeito que a AOL manda ou você não faz nada. Se não estiver satisfeito, procure outro provedor. Adivinhe agora o que foi que eu fiz???????????????
OUTRA COISA da VISA que eu não entendo e acho imbecil: o que são aqueles comerciais sem pé, cabeça ou sentido que teoricamente oferecem pra você um ingresso em cinemas da rede Cinemax??? Os spots de rádio são medonhos e os comerciais de TV umas coisinhas chatas. Além do mais, não entendi. Esse comercial deveria me dar vontade de comprar com VISA pra ir ao cinema??? NORMALMENTE, eu aprendi isso na faculdade de Publicidade e é a nossa desculpa preferida numa hora dessas, justificamos quando o espectador não gosta do comercial ou não se identifica com ele dizendo que ele não é o target (público-alvo) daquela campanha. Mas peraí: eu tenho um cartão VISA que uso compulsivamente desde 96 e teoricamente poder de compra na faixa do que eles exigem (algo entre R$50 no VISA Electron e R$70 no cartão de crédito) então acho que sou target dessa campanha. Mas não devo ser não, porque o target dessa campanha deve ser no mínimo imbecil ou retardado... Mas deixemos de falar da campanha em si, vamos à “promoção”: então tá, eu tenho que gastar entre R$50 e R$70 e ainda por cima desembolsar R$2 a mais pra poder “ganhar” um ingresso de cinema, num total, na hipótese mais barata, de no mínimo R$52,00 “por cabeça”. Pra assistir ao Harry Potter paguei meio puta porque entre o telefonema para o “disk-cinema” do grupo Severiano e a bilheteria o preço do ingresso sofreu uma pequena inflação de valores R$12, às quartas à tarde um ingresso da promoção do mesmo grupo chega a R$4,00... o Cine-Arte UFF até há pouco tempo atrás promovia sessões às segundas que custavam R$2,00. Então eu pago R$50 ou R$70,00 e tenho que dar mais R$2,00 pra poder assistir a um filme que teoricamente posso assistir por R$4,00? E o que são esses R$2,00 a mais??? Até meu filho sabe que está óbvio que cobrem mais que o dobro das taxas e adendos do valor de custo dos ingressos... Imagine só, vc dá uma graninha pra VISA e ainda paga o custo do ingresso que eles estão “doando” pra você se divertir no valor de 3 vezes uma ida ao cinema. Mas claro, é uma excelente promoção, eu é que não entendi.
Estou **P*U*T*A** dentro das calças com a VISA! Ao mesmo tempo em que sou forçada a dar a mão à palmatória à Telemar (pelo menos até a primeira conta vir...) pela rapidez com que eles justificaram o desfalque no meu décimo-terceiro (funcionário Fernando, onde quer que você esteja, muito OBRIGADA!) o meu cartão de crédito preferido me FODEU de verde e amarelo na compra da minha webcam, que ia ser o presente que eu, teoricamente, iria me dar de aniversário... Mas tá, a culpa é minha, quem manda querer fazer compra pela Internet com cartão de crédito internacional... tsc, tsc... Liberei para eles nos últimos dois meses um valor de R$270 pra poder comprar a prazo uma webcam que custa, nos sites de leilão, à vista, cerca de R$230... PRIMEIRO que eles confundiram o parcelamento SEM JUROS da loja escolhida e me disseram que a prazo o valor da minha compra excederia o meu limite (CLARO, já que eles meteram juros da operadora simplesmente num total de mais de 50% do valor do produto que eu estava adquirindo)... SO QUE os tais juros da operadora NÃO deveriam existir numa compra SEM JUROS parcelada pelo lojista, o que (após eu putamente ter Cancelado o primeiro pedido) outra operadora do mesmo Visa fez o favor de me informar. Desfeita a confusão, já na virada de mês, eles fizeram o favor de me comer em R$40 de juros (12% ao mês num País onde teoricamente a taxa inflacionária anda na casa dos 5% ao mês...) como fazem todo mês e eu resolvi esperar meu pagamento pra liberar mais crédito pra compra da webcam. Refiz o pedido e, por via das dúvidas, MESMO SABENDO QUE A COMPRA ERA PARCELADA SEM JUROS, com metade das parcelas usadas na primeira vez. Você recebeu a camerazinha Nem EU. Ligo para a VISA pela terceira vez. Tenho que liberar mais R$250 pra poder comprar a webcam. Ah, peraí, não entendi, tenho que liberar mais o valor da câmera à vista pra poder compra-la a prazo depois de já ter pago nos últimos dois meses o valor da compra praticamente à vista uma vez, totalizando em pagamentos à VISA o valor de duas vezes a câmera que eu quero comprar apenas para poder adquiri-la pelo cartão de crédito a prazo, pagando juros de 12% ao mês??? NÃO, NÃO PODE SER, EU QUE ENTENDI ERRADO... MAS SE ALGUÉM DA VISA FOR HIPÓCRITA O SUFICIENTE PARA ME LIGAR OU MANDAR E-MAIL DESEJANDO FELIZ ANIVERSÁRIO, CREIO QUE VOCÊS JÁ SABEM QUAL SERÁ MINHA RESPOSTA...

Então tá, se tudo der certo, esse vai ser o primeiro post feito diretamente da minha casa...

quinta-feira, dezembro 13, 2001

ATENÇÃO PADRINHOS, AVÓS E AMIGOS DO GABRIEL:

GIFTLIST DE NATAL DO GABRIEL

- Um "super notebook" da Gemini Brinquedos (tem no Shoptime e Submarino)
- Action figures de Power Rangers (ele gosta do preto) e de Dragon Ball Z
- Um abajour (Gabriel está com medo do escuro)

- Conjunto de pintura com tinta guache (grande), cola colorida e giz de cera (grande)
- Livro de histórias do Harry Potter (de preferência o da Pedra Filosofal)
- Fita de vídeo e/ou CD do Sítio do Pica-Pau Amarelo, que ele simplesmente ADORA!!!!
Um presente em especial eu vou estar deixando de receber, e é uma das coisas que eu mais queria... mas como ele mesmo diz, "tudo que me é destinado mais cedo ou mais tarde vem parar em minhas mãos..."

Então estou fazendo 26 este sábado... Aqui vai minha giftlist de aniversário (sonhar não custa nada)

- Um perfume novo (provavelmente Absinto for Men da Água de Cheiro (menos doce) ou qualquer um que tenha notas de jasmin e orquídea)
- Uma web cam 3 em 1 "pen cam" (que está a caminho, mas ainda NÃO chegou!!!!)
- um pingente pentagrama novo, já que o meu sumiu no mercado desde aquela época e agora só tenho o anel...

Agenda pra sábado até o momento:

- De manhã, casa e vídeo pra comprar/ganhar ( essa vida de filhinha de papai às vezes tem suas vantagens) um tel com secretária eletrônica.
- De tarde, comprinhas básicas, o ritual de todo ano, roupa, lingerie, sapato (minha sandália de tirinhas de camurça preta pediu aposentadoria por tempo indeterminado)...
- De noite, não sei... jantar? Cinema? Sinto falta de comemorar com os amigos, mas este ano ainda estou meio no meu canto, depois da separação. Talvez ano que vem eu junte uma galera
que nem aquela vez no Amarelinho, pra tomar "porradinha", encher a cara de chopp e caipirinha e se divertir por algumas boas horas...

Pessoal que quiser meu novo telefone, peçam para o meu e-mail, lainecosta@hotmail.com ou mandem msg pelo ICQ (UIN 4915573). A partir de sábado, vai estar funcionando o "siga-me", ou seja, ligações feitas lá pra casa
são encaminhadas para meu celular se eu não estiver em casa... :-)

Estou contente, adoro esse mês, mais uma vez o universo está conspirando a meu favor e eu estou recebendo muitos presentes e alegrias da Deusa e do Deus pra compensar o ano difícil...
Tenho a dupla dinâmica, Sunriser e Nightcloud, correndo pela casa, finalmente instalaram meu telefone, o que quer dizer voltar a trabalhar online e conseguir fazer update na minha HP,
meu espaço no mundo está começando a ficar do jeito que eu quero e agora só preciso trabalhar um pouco mais a mim mesma para conseguir cumpror minhas metas.
MILAGRE!!! Antes que eu pudesse falar mal da Telemar mais uma vez, eles me surpreenderam, logo estou falando bem. Tendo recebido a cartinha da habilitação na sexta, desfalquei o décimo-terceiro e mandei ver os R$70,00 no dia mesmo. Liguei para eles perguntando quando instalariam a linha e uma menina muito antipática disse que eu ainda deveria esperar alguém entrar
em contato... que meu telefone seria instalado até janeiro... Balde de água fria básico. Aí, pra minha surpresa, esta terça me liga o Fernando da Telemar dizendo que está indo para a minha casa instalar a linha! Quase caio pra trás, nem acredito! E não é que instalou mesmo??? Só que o único aparelho que tenho por enquanto é um daqueles bons e velhos telefones analógicos com disco dos meus tempos de adolescente, com adesivo de coraçãozinho e tudo... :-)
Mas enfim, foi um belo presente de aniversário
Meu querido amigo Henrique, padrinho do meu filho, fez 30 anos este sábado. Como o Josimar (pai do Bruno, o outro afilhado do Henrique, da mesma idade do Gabriel) disse, ele agora está fazendo o seu upgrade pra sua versão 3.0, revista e melhorada. Só estou preocupada com ele, porque resolveu me dar um susto e vai precisar operar a garganta em janeiro...
Já falei sobre o Henrique aqui nesse blog, na época em que nos encontramos na Bienal, quando ele simplesmente "caiu de páraquedas" no meio do dia de autógrafos do tio Neil Gaiman (só o Henrique mesmo!!! :-) Esse finde estava parando pra lembrar como foi que conheci ele.
Eu tinha dezessete anos recém-completos e havia entrado na faculdade de publicidade da UFF. Na Comunicação, os trotes se alternam com a Semana aCalourada, com várias atividades, palestras, workshops, exposições e tal. Em 93, a coisa estava mais ou menos embrionária, mas quando cheguei à faculdade aquela semana, estava rolando uma exposição de ilustrações, inclusive quadrinhos, no DA (diretório acadêmico) do IACS.
Dentre os trabalhos expostos, umas pranchas tamanho A2 muito legais. Alguém que eu realmente esqueci quem seja ao ser perguntado sobre os autores dos trabalhos apontou um sujeito moreno de óculos num canto do DA e falou: esses aqui quem fez foi o nosso amigo Henrique, vou te apresentar a ele", me jogou na frente do Henrique e se mandou. Começamos a conversar e tal, falamos muito sobre vários tipos de quadrinhos e tal e acabamos ficando amigos.
O Henrique sempre que me via tinha o hábito de perguntar como eu estava. E eu NUNCA sabia o que responder... Porque esse negócio de "eu vou bem" é tão falso... Uma das hipocrisias da vida moderna. E quando você está passando por tantas coisas diferentes ao mesmo tempo na sua vida, feliz porque está amando alguém mas preocupado porque seu filho está doente, afinal como você vai? Bem ou mal? Eu NUNCA sabia o que dizer, e tentava explicar isso pra ele.
Ele ria e começava a me analisar. Eu achava engraçado e a gente continuava a conversar. Ele é um daqueles amigos pra quem eu sempre abri o que vai no fundo da minha alma... E acho que um dos únicos que sempre esteve ali pra me ouvir. Vai fazer dez anos, né, Henrique? Você tinha 22 e eu tinha 17...Agora temos respectivamente 30 e 25 quase 26...
Henrique também curte RPG além de quadrinhos e andava com uma turma de amigos tão diferente quanto ele ou eu mesma, que se reuniam para ir ao falecido Basement em Copacabana, ao suspeitíssimo Vollúpia em São Domingos, Niterói, quando o Bart tocava e promover partidas do famoso "GURPS Henrique" na casa/colégio da mãe do Josimar em Copa :-))
Ele também é doido por Dragon Ball Z e foi o culpado por eu ter parado pra prestar atenção na trilha sonora de Judgment Night, além de ter colaborado com pérolas da música gótica pra minha coleção particular e tb gostar de Iron Maiden, além de outras coisas. Pra completar, ele casou com a Cristina, e os dois simplesmente são um daqueles casais que "tudo a ver"...

terça-feira, dezembro 11, 2001

Eles são radicalmente diferentes: um preto com luvinhas brancas, vira-lata, olhos amarelos e arregalados, esperto e aventureiro; o outro, de raça (siamês), olhos azuis, meio vesguinho, calmo, doce, carinhoso e caseiro. Eles vieram para dar um pouco de alegria e aproveitar para ajudar a bagunçar ainda mais a casa! Cada um a seu modo e com uma personalidade marcante mas todos dois especiais, embora diferentes como a noite do dia. E ambos destinados para a mesma função: gatekeepers, ou sejam guardiões de nossa casa. Um tem dois meses, o outro três. Os nomes? Sunriser e Nightcloud. Precisa dizer quem é quem?

We have kittens again! One black with white socks, another a beautiful siamese, my sweet young gatekeepers, may Bast bless you both! Their names? Sunriser and Nighcloud. Kind of pretty clear who is who, don't?

sábado, dezembro 08, 2001

por onde ando navegando hoje:

http://www.grant-morrison.com
http://www.neilgaiman.com
http://www.toscographics.com.br
http://www.comicbookresources.com

e a coluna da Cora Ronái no Globo.com
não tem jeito, estou sempre voltando pra casa
Aliás, essa coluna da tia Márcia está dez!

http://www.bruxas.com.br/centro.php?pagina=colunistas&login=frazao
Então tá, pra quem tiver curiosidade de conhecer um pouco mais sobre o negócio sem aquele ranço de esquisoterismo pink que grassa na Internet brasileira, visite http://www.bruxas.org. Ecologia, colunas sérias, colunas nem tão sérias assim... :-)

Pra quem fala inglês, vale a visita no http://www.paganparenting.net, pra pais e mães que não sabem como explicar pros seus pimpolhos que bruxas não são velhas feias com verrugas no nariz e http://www.witchvox.com, o Witches Voice, completíssimo de informação.
Acima do Sol
Samuel Rosa/ Chico Amaral

Assim ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer

Sim , eu sei que ela só vai
Achar alguém pra vida inteira
Como você não quis

Tão fácil perceber
Que a sorte escolheu você
E você cego nem nota

Quando tudo ainda é nada
Quando o dia é madrugada
Você gastou sua cota

Não posso te ajudar
Esse caminho não há outro
Que por você faça

Eu queria insistir
Mas o caminho só existe
Quando você passa

Quando muito ainda pouco
Você quer infantil e louco
Um sol acima do sol

Mas quando sempre e sempre nunca
Quando ao lado ainda e muito mais longe
Que qualquer lugar

Um dia ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer

Sim , eu sei que ela só vai
Achar alguém pra vida inteira
Como você não quis

Se a sorte lhe sorriu
Porque não sorrir de volta
Você nunca olha a sua volta

Não quero estar sendo mal
Moralista ou banal
Aqui está o que me afligia

Que pena ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer

Sim , eu sei que ela só vai
Achar alguém pra vida inteira
Como você não quis

É um dia lindo de sol e eu não tenho nada pra fazer nesse sabadão... Eu tinha cinco coisas a fazer e todas abriram...
Essa música parece uma síntese do meu mood nos últimos seis meses... Eu estava devendo a letra.

sexta-feira, dezembro 07, 2001

Hoje não dá, está chovendo lá fora, "vou consertar a minha asa quebrada e descansar..."
A pior das prisões e a pior das gaiolas são aquelas nas quais nos prendemos de bom grado achando que estamos fazendo um bom negócio e depois ficamos nos debatendo ao percebermos que não conseguimos sair da teia que tecemos ao nosso redor...

Mas isso não me vale de consolo ou esperança, afinal de que me vale ver os fios que prendem as pessoas às suas escolhas erradas como marionetes desesperadas? Eu também me debato tentando arrancar de mim os fios que foram forçados, centímetro a centímetro ao longo dos anos, em mãos, pés, pernas e braços mas sobretudo no coração!
Bring me my love
Just for one day
Even for one night
Time has past
For suffering

But if he's not the one
Let him go before I cry
I'm not fond of illusion
I've had it too many times

Open his beloved wings
Show him his cage
Free him to fly
Time has past
to more longing

But if he won't step
Outside the opened door
of a prison built by his hands
It'll be my turn to fly away

I'm not fond of eternal wait
I've had it too many times...
This text too is dedicated to my druid

I chant this song to the man I'm learning to love, for he gives me light with his smile of sun and he shines high with his hair of silver gold. For he gives me life, because the path I walk he already did and when I'm feeling old he remembers me that I'm child within. And I love him too for the roads he traveled and the stories he lived and the steps he took; and the lines of his face are there to my fingers to touch and say how blessed are the days that brough him to me, so now I can kiss his learned and beautiful lips.
Inside his eyes of green with glimpses of blue I find a calm lake but it fires, too. And on his afternoon I have made my time, and into his arms I have built my shelter from past and pain and into his lionheart I found finally a place to stay.
And as he knows the light I have known the dark, I have lived to the moon and now he makes day rise. And if I fear my way he gives me peace to walk for he already were where now I stand, and if this much I learn more he has to give and so I fall in love with his body, soul and lips.
For he's the man I'm learning to love he's now the man in my dreams and if I passed my life in black he brings me now white, gold and deep sea. For now I know a new name to waves and tides and the moonlight is even sweeter as she reflects to me the sunlight my love will bring to me, because I have made peace with the day after long time no see.
I'm child to night but I arise in his arms, fire to fire, outside and within, for with his words he makes me woman, he makes me sweet, he makes me dream with the day my fingers will run through his body, reading the stories he lived in every inch, and so I chant and so I sing.

quarta-feira, dezembro 05, 2001

Bom, pra quem não sabe, estamos a dez dias do meu aniversário então estou começando uma contagem regressiva até a famigerada data. Sobre o dia em si, ainda não sei o que pensar. Quando fiz 25, estava fazendo meus anos de prata. 2001, ano de soma 3, meu número de sorte par excellence. 25, soma sete, número de grandes mudanças. O ano do machado também foi o ano da minha libertação. Ainda está sangrando. Anos de prata para uma filha da lua, idade abençoada. Mas agora estarei fazendo 26. Soma oito. E 2002, o ano do espelho. Oito e quatro, bem ou mal, doze, soma três. O oito não deixa de ser um espelho, o dobro do próprio quatro, que o doze triplica...
Quatro... Depois do afã da criatividade, o período de assentamento, da poeira baixar, as raízes se firmam no chão, a casa está erguida e suas paredes são fortes. Então 2002 para mim será um ano de consolidação dos atos iniciados em 2001, de colocar um cataplasma sobre a chaga aberta do rompimento radical com uma vida anterior, de fazer um balanço total entre as coisas por vir e as coisas que já se foram. Este ano, ao mesmo tempo em que rompia com as bases do ciclo de sete anos onde me perdi, comemorei os dez anos da entrada no caminho que escolhi, dez anos em que aconteceram fatos e foram feitas escolhas que lançaram as pedras iniciais de tudo o que sou hoje - mesmo que seja e continue sendo, mais do que nunca, a soma de tudo e todos que conheci e cujas vidas tocaram a minha ao longo da estrada.

If I never told u, we're ten days to my birthday, so I'm kind of counting the time until day 15. But I still don't know very well what to think about this. When I made 25, it was my silver age year. 2001, adds 3, my lucky number par excellence. 25, adds 7, number of greatest changes. 2001 was the year of the axis, necessary cuts, the axe cuts both ways, what was unfinished had to end in any fashion, good or bad, but had to end. It was my freedom year. Still bleeds. Silver year for a duaghter of the moon, blessed age. But now I do 26. Adds 8. And 2002 will be the year of the mirror. 8 and 4 makes 12, adds 3. 8 still is a mirror, doubles 4, which 12 has three times inside...
Four... after the impulse of creation, expansion, freedom, time to consolidate, the house is already built, her walls are strong and it stands. 2002 will be time to consolidate all actions I have started in 2001, healing the wounds now still open from my radical change of life, of balancing what will come with what came before. This year, as I cuted the knots that enslaved me in a seven year chain, I was proud to greet the ten years of my début at the path I chose to my life, ten years after facts happened and choices made, launching the fundamental rocks to build everything I'm proud to be today - even if what I am is, after all and still today the addition of everything and everyone whose lives touched mine all over the road and through the years.
This last posts were dedicated to the guy who's giving a new light to my life. I guess I'm in love again. After seven years living and loving under the hands of my black messiah, ctonian god with dark soul (it was beautiful but painful too and no katabasis at all can endure for ever without destroying one), after my little love for the girlfriend's boyfriend, so normal and narrowminded, a love in need of an archetypical basis to make a stand, finally I've met the opposite side, the sunlighted one, my lionheart druid, sun's trustful guardian, sunshine brighting into the light of the day. He knows my heart, who can't be kept captive, gift of the world as I truly am, but in knowing me and loving me for what I am, he makes me specially his every day to pass... So let's see how the wheel may spin...
"Algo em mim renasce, de ti nasce
O sorriso que de meus lábios escapa
Tenho medo de sonhar, mas devaneio
Em minha mente dançam sempre tuas palavras

Na face do mundo acaricio teu reflexo
Na minha noite escura nasce agora tua alvorada
Em minha floresta uma árvore tem teu nome
Em meus sonhos caminho para tua estrada

A roda gira e no verde da Deusa
Vejo o brilho dos teus olhos, água fresca
Lago profundo, límpido e misterioso
Onde pálida a lua se reflete
Ela também de ti enamorada..."
So you think
there's no one
that look at the world
with your eyes
Look at me
I'm far away
but close within
My soul can fly
ten thousand miles
Into my dreams
To let a kiss
gentle and sweet
over your lips

Então estou apaixonada novamente... depois da minha catábase de sete anos sofrendo e amando um messias negro, um deus ctônio, depois meu amor de transição pelo namorado da namorada e sua doce e limitada normalidade sem arquétipos aos quais me agarrar (talvez o Lancelot de MZB em Brumas de Avalon) hoje me lanço em direção ao polo oposto, druida de coração de leão, guardião do sol, raio brilhante em plena luz do dia. Estou tomando a liberdade de publicar aqui poesias fresquinhas colhidas diretamente do meu coração, esse velho vagabundo sem paradeiro. Mas meu druida me conhece, ele sabe quem eu sou além da corrente transitória do tempo, e sabe que eu sou do mundo, e sendo do mundo sou, nestes dias especialmente, mais do que tudo, dele. Deixemos a roda girar...
2001 foi o ano do machado.

2002 será o ano do espelho.



O machado afiado de dois lados, os cortes necessários, a época do julgamento. Tudo o que estava pendente, que até então era uma questão de escolha, deve ser terminado agora , por nós ou por forças maiores que nós.



O ano do espelho será o da introspecção, sincronicidade, gnosis, conheça a ti mesmo. Ver as coisas refletidas sobre a superfície de Maya e perceber que são apenas reflexos. Concentração, aprendizado interno. O universo se dobrando sobre si mesmo, dejá vus, opostos. Ver o mundo exterior refletindo sua aparência real, não suas ilusões.



2003 será o ano do nascimento, do crescimento, da criação, do ímpeto de avançar, de novos projetos, de começar do zero, não começar de novo. Evoluir, expandir, brilhar, desafios e metas traçados, o passo seguro de quem concluiu seu acerto de contar e conheceu a si mesmo.



2004 será o ano da construção.



2005 será o ano da Deusa.

Estou publicando isso aqui a pedidos... Eu estava num lugar especial, cercada de verde numa manhã da última primavera, a presença da deusa estava em cada pequeno detalhe, a aragem fresca me envolvia e me embalava e aquela rara compreensão do universo que só se possui naqueles momentos em que se entrega de coração à presença dos deuses me levou a escrever compulsivamente. Só quando terminei de escrever pude ver o que essas palavras aí em cima significavam para mim.

terça-feira, dezembro 04, 2001

Por aqui, estou em clima de mudança, tudo novo... e uma nostalgia do passado
É que finalmente pude terminar de desencaixotar um bocado de coisa que estava guardada há pelo menos uns seis meses...
Engraçado parar pra pensar nas coisas que vc encontra quando é obrigado a olhar para a quinquilharia que vc guarda depois de alguns anos...

Eu tenho posteres de todo tipo, filmes, bienal de quadrinhos, bienal do livro, ediçoes de sandman e morte, que nunca pendurei na parede...
No meio das coisas, um estoque de papel de várias qualdiades e formatos, canson, couchet, cartão, que provavelmente nunca mais vou usar na minha vida depois do advento da arte digital :-)) Quem sabe, quando eu ficar velha e me mudar para o interior, eu recomece a pintar? Sei lá...
E Letraset!!! Alguém aí se lembra disso? Eu já fiz muito layout usando isso... :-)

Também achei um bocado de coisa da minha adolescência... já cheguei a uma conclusão: adolescência é uma fase brega por definição... Diários, cadernos de música (dois: um nacional e um internacional, in english), agendas, caderninhos com aqueles questionários que você passava para os seus colegas no fim do ano...

Cadernos de faculdade que com certeza devem ter muitos textos e poesias, alguns muito bons, escondidos nas suas páginas...
Ou seja: vou ter que tirar um tempo para garimpar o que há de bom e ruim no meio disso tudo.

Mas é uma volta a uma época da minha vida que estava meio fora dos meus pensamentos, então é interessante... Manter um pé no presente, os olhos no futuro e as raízes no passado

domingo, dezembro 02, 2001

Hey, diferente do McDonalds, o cybercafé do grupo SEVERIANO RIBEIRO funciona, e muito bem!!!!!!
Estou escrevendo estas mal traçadas linhas do mesmo, a quinze minutos da sessão para o Harry Potter...
A única queixa é que mudaram o preço do ingresso na última hora...
FACADA!!!!!!!!!
Mas a alegria no rosto do Gabriel vale a pena...
Funny... when I started this journal it was just a way to keep thoughts and news and share it with friends... So "blogging" became fashion and lots of people did blogs to show themselves and live by the counter hits... there's blogs fashioned to be discussion groups and people who seem to never get enough so keeps more blogs one can even read :-)) I'll NEVER get myself used with person that lives to say their blogs received "xxx" hits a day... And NOW there's blogs just to criticize blogs... There's a "weblog" comunity so to say whose lives are all about this! I'll never get used... Gonna die thinking its just... weird. Eek. And I still prefer to spend my time living outside the web, caring about my kid, kissing, dancing, anything and keep this space to tell my dear ones a little about me and a little about what I'm thinking these days... And IF someday you see something likely a counter at this page, shoot to kill! It's not me! It's an alien evil clone!!!!
Esquisito... quando comecei com essa coisa de diário virtual, era apenas uma maneira legal de falar algumas abobrinhas e dividir pensamentos com meus amigos. Aí começou o "boom" da coisa, reportagem em jornal, milhares de blogs pipocando por aí, blog com cara de lista de discussão, gente com mais de 3 blogs... Eu NUNCA vou me acostumar com blog com contador de visitas e arrotando vaidade por receber "xxx" visitas por dia... Mas mais estraño que isso pra mim é ver blogs que apenas servem para... criticar blogs! Tem gente que usa blog pra aparecer e se autopromover e tem gente que vive pra dizer o quanto esses caras são ridículos... Tem toda uma "comunidade bloger" ou sei lá como eles se chamam girando em torno disso... É o que mais me espanta quando clico nos links da página do Eletrokaos... UGH. Eu ainda prefiro perder o meu precioso tempo vivendo além de ficar na frente do computador e continuar usando esse espaço para falar um pouco do que eu penso e como eu ando para os meus amigos...
E se vocês um dia virem um counter nesta página, NÃO tenham dúvidas: É VIRUS!!!!!!!!!
Ah, tá: beijo pro BIXCOITO, que montou o blog dele e ainda se deu ao trabalho de citar este blog mesmo desatualizado.
Visitem www.bixcoito.blogspot.com
Saudades: Da Cris e do Henrique (me liga, padrinho do Gabriel!!!), do Cyrne (assinem o Balaio!!! peçam para o e-mail mcirne@imagelink.com.br, um pouco de CULTURA faz bem pra pele!), Ana Marta sumiu (vamos levar adiante a home-page da Justiça Feminina?), Jim Morrison vendeu o celular pelo visto, André Taffarelo continua arrebentando em www.eletrokaos.blogspot.com, o outro Henrique tomou vergonha, saiu da AZ e achou um trabalho de verdade :-), André Corrêa já está solo outra vez, com projeto de outra agência de publicidade. Antônio não me diz se voltou de SP ou continua por lá... Alfredo, não me esqueci de você, sou enrolada messsmo... Koalinha, koalinha, o que seria de mim sem você? Visitem www.koalix.net... Nicholas está brincando de ping-pong entre Floripa e o RJ e até agora a gente não conseguiu se ver... Outro que está brincando com fotos digitais. Um dos melhores blogs que já vi: www.nonlinear.art.br

And LAST BUT NOT LEAST, a BIG HUG to my dear friends Anders and Paul. You know how you're important to me :-)
And all that stuff above is just to say I miss some dear brazilian friends of mine :-) Please come by more times, I'll try to keep this blog in english and portuguese, as ever since u asked me :-)

And my dear druid, Sidney, está devendo a sua home-page... Casa de ferreiro, espeto de pau. Que nem eu :-) Somos perfeccionistas demais, pelo visto...
Eu voltei... Agora vocês vão ter que me aturar de novo... ou não, sei lá. Basta não ler as besteiras que escrevo :-)
O mais estraño é que estou voltando a pedidos... Sim, por incrível que pareça, pra minha surpresa, com tanto blog no mundo tem gente que pára pra ler essa porcaria :-)))) Como estamos em dezembro, tenho uma vaga esperança de que algo surreal aconteça e a Telemerda resolva que vale a pena finalmente instalar uma linha telefônica na minha casa, mas por enquanto essa novela ainda não acabou...

Poucas coisas aconteceram nestes dois meses...

- Gabriel agora é um viciado em Sítio do Pica Pau Amarelo (eu não caibo em mim mesma de orgulho)
- Lanika descobre o amor on da web e arruma um namorado virtual (me sinto a própria Lili Online)
- A namorada do namorado saiu de campo e o mais engraçado que agora que o território está livre eu já não me importo mais... Já era tempo, foram DOIS anos pastando... :-))
- Algumas coisas continuam as mesmas: Continuo trabalhando na Planeta e ganhando mal (mas um pouquinho mais agora); A política no meu trabalho está sendo de arroxo e repressão, o que me deixa com mais vontade ainda do que antes de sartar fora do barco, mas a minha curiosidade pra ver onde essa campanha política vai dar ainda me atrela ao job...; A telemerda AINDA não instalou meu telefone; O meu ex-marido AINDA não compareceu em nenhuma audiência da separação...; E eu AINDA não vejo nenhum sentido na guerra do Afeganistão :-) Ah, tá, também continuo sem um pingo de vergonha na cara.

Criei um novo preconceito: NUNCA MAIS saio com caras que trabalhem/sejam donos de restaurante/buffet para eventos.. PRINCIPALMENTE se tiverem pinta de bom moço. NUNCA mais!!!! Chegou perto, falou o nome, é bonitinho e tal, trabalha com quê? Buffet, restaurante etc... Eu SAIO correndooo!!! E não, não vou contar porquê :-)

Ah, tá, e encomendei uma WEBCAM. Vou ficar insuportável de câmera digital na mão, com tantas idéias na cabeça...

quarta-feira, outubro 24, 2001

Este blog se encontra temporariamente desligado ou fora da área de cobertura. Tente mais tarde. Obrigada!

Decidi que não dá pra ficar atualizando a página sem um telefone em casa. Definitivamente preciso de um telefone em casa. Enquanto isso, paciência. A boa notícia é que "parece" que a Telemar finalmente resolveu instalar a minha linha. Mas isso só deve acontecer, SE acontecer, em dezembro.

Claaaaaaaaaro que quando eu voltar a ter telefone em casa, vcs nunca mais vão se ver livres de mim, rárárá!!!!!

domingo, setembro 23, 2001

Só pra dizer que eu não comentei sobre o assunto

A infâmia se propaga pela rede:

Subject: Fw: Rapidinhas - WTC



1- O que uma torre disse pra outra?
- BOEING !!!!

2- Como estah o site do pentagono?
- Site under construction !!!

3-Qual o novo slogan da American Airlines?
- Pegamos voce no seu escritorio !!!!

4- Qual o novo slogan (2) da United Airlines?
- Se voce perder o primeiro aviao, 18 minutos depois a gente te pega !!!

5-O que eh a ultima moda em NY?
- Chegar de aviao no escritorio !!!!!

segunda-feira, setembro 10, 2001


Tenham paciência e leiam tudinho que postei, vale pra semana toda :P

PROLIXA, como sempre.

Estou colecionando Andrés neste blog! Chegou mais um! Bem-vindo, André Correia. Boa sorte com sua futura agência!
E continuem lendo o blog do outro andré http://www.eletrokaos.blogspot.com/
E um beijo pro andré sumido, aliás, os dois sumidos...
Eh bien, deixa eu parar por aqui. Isso tá brega demais até pra mim.
Eternal

Eternal perdido em águas sem sentido
O que esperavas de mim, doce sonho?
O descaso de outrora agora avante ultraja
A poesia que faço sem demora nasce

Este mar sentido em águas perdidas
Que sonho de mim esperava, ó doce?
O avante agora descaso ultraja outrora
A demora que faço nasce poesia

Sentidos perdidos em águas eternas
Que doce espera sonhavas de mim?
O agora ultraja outrora: avante o descaso
O nascer demora a fazer-se poesia

94

O corretor ortográfico
Não sabe o que é poesia
O corretor gramatical
Não sabe o que cabe no poema
O assistente da máquina
Se oferece sem entender
Para transformar verso em prosa
Quão frio é o coração
Dos homens que criam a máquina!

8/01

Esses dois são pro meu grande amigo e professor Moacy Cirne, meu orientador na faculdade, que comemora o Balaio Incomum por estes dias comemora 15 ANOS DE BALAIO! Ele devia se chamar Balaio Invencível.

"O panfleto Balaio, xerografado, está completando hoje exatos 15 anos, com uma tiragem acumulada de 265.300 cópias em 1436 números. Já este Balaio Porret@, que agora se inicia (a ser atualizado aos sábados, com eventuais edições extras), pretende ser o ponto de partida para a futura págin@ do nosso jornalzine. Houve, inclusive, no decorrer de 2000, uma experiência inaugural através da desenhista Elaine Costa, ex-aluna de Comunicação da UFF. No momento, entendemos a presente “viagem” como uma panfletagem eletrônica, dentro do espírito libertário do próprio Balaio impresso, com sua libertinagem criadora, a favor da poesia e do imaginário em transe..." PARABÉNS FESSOR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.
Pagan Man

Eyes like stars
Firing like a wolf’s
His skin smells like oak trees
And his lips taste like moon

He knows the ways of the forest
He knows the secrets of night
He’s child of the triple goddess
Would he be god to mine?

Will you cross my way
Make love with me
On the beltane’s fires
Pagan child, pagan man
Be the horned god to me

Dark long hair curls
Silver star shining
Over his beautiful body
He bears her blessing mark

He knows the dagger and the circle
He hears the song of ancient times
He feels the moon in his veins
Would he be the god in my arms?

Come and cross my way
Make love with me
On the beltane’s fires
Pagan child, pagan man
Be the horned god to me

Este é pagão mesmo... Dedicado a Dionísio, pourquoi pas?
This one is dedicated to the god Dioniso
I dedicate these ones to Jim Morrisom, wherever he is.
Este são para Jim, onde quer que ele tenha se escondido. Boas noites de luar são difíceis de encontrar.
The wake

In a hopeless night
Without moon in the sky
Singer found its way
Through the ancient party

She went with him
For unstoppable hours

He came to her, in undulating waves
And she told him mysteries
He said you’ve been looking
In the wrong direction
Any history starts here
And the other pages you drew
Are from a book already departed

She caressed him
For a little moment

Waning moon turns to new in the sky
It’s time to wake, pretty child
Dance through the night old songs
Sweet child, all alone, so lost
Where will you go?
If the night denies her mysteries
Will ya open to the world?
Would you risk body and soul
Just to not be alone?
Is it too much pain
To survive one more time?
Let the time pass by itself
Turn your back way home
Sit on computer and write a song
But she still asks for a miracle
In times she just doesn’t know
A stranger in the crowd
Depression, cigarettes, some cold
And if the answer is finally yes
Will you dare the next step
Just to run from loneliness?
For if I loose myself tonight
Will I ever find the edge again?
Am I doing it again
Loosing myself for someone to find?
I seek the poetry of night
On the lost poet’s eyes
But only find bodies with young empty minds
“Will you be to me king of night?”
Kings of night, princes for one time
Easing pain pills to trick loneliness
Meaningless histories just to kill time
Like keeping same old vices
Until the next morning rises
Brainwashed blog to satisfy the masses

Hoje eu acordei cedinho, tomei meu café da manhã bonitinho que era um pãozinho, uma mariola e um toddinho e depois fui tomar um banho gostoso pra ir para o meu trabalho. Lá fora os passarinhos piavam os carrinhos buzinavam e as crianças brincavam. Escovei meus dentões, coloquei meus óculos , peguei minha bolsinha e fui alegre e contente para minha rotina de professorinha primária. Um homem feio falou uma coisa feia para mim. Então delicadamente pedi a ele que fosse mais bem educado e segui meu caminho.

Se eu um dia começar a viver assim, me façam um favor: me matem!
Pô, diário virtual Não é coluninha de fofocas. Eu escrevo online o que eu escrevia offline, minhas viagens na maionese e tal. Escrevo pra mim e pra quem gosta do que eu escrevo, não pra ser analisada por um bando de gente ridícula querendo classificar o que sinto e o que penso em gênero, número e grau. Fizeram isso com meu amigo Nick, se fizessem comigo eu jogava uma bomba no site deles. Eu escrevo para mim e para os meus amigos, Nick, Sidney, Anders, Cirne, Aninha, os Henriques, a Cris, os Andrés, Antônio e agora talvez até o Koalinha (que não posso deixar de sacanear, engordou vinte quilos – vc achou os kilos que eu perdi, santa?). Daqui a pouco vou ter quase tantos leitores quanto o Agamenon Mendes Pedreira.
Hehe, estava pensando nas conseqüências de um dos meus posts.. tem gente que se vê o que eu escrevi sobre aquela sexta vai cair pra trás: ué, mas você fuma? Você bebe? Eu NUNCA vi vc fazendo nada disso... Logo Vc! Sim, é verdade. No dia a dia vc não vai me ver por aí com um cigarro na mão ou tomando chope no bar da esquina. A mãe do Gabriel não fuma nem bebe. Não é hipocrisia; é uma questão de escolha. Quando estou com meu filho, quero me dedicar integralmente a ele, de corpo e alma. Qualquer substância que interfira na minha percepção está fora do roteiro. Meu amor por ele é maior que qualquer egoísmo, e manter um vício perto de uma criança é o extremo do egoísmo. Outro ponto importante é que eu jamais me permiti viciar em nada: tenho ojeriza a qualquer coisa que me prenda. Isso inclui substâncias químicas. Não entendo gente que precisa fumar unzinho pra escrever, cheirar pra ter coragem, pra que usar muletas pra fazer o que qualquer pessoa pode fazer com um pouco mais de determinação? Fuga da realidade também é uma coisa idiota, vira bola de neve. Já fumei muito beck na faculdade, mas nunca quando estava deprimida e nunca quando sentia que precisava. Já cheguei ao chão por causa de depressão mas nunca afoguei minhas mágoas numa garrafa. Minha realidade podre eu sempre traduzi desesperadamente em desenho, prosa, música e verso. Nunca precisei de algo de fora pra viajar nas ondas mais loucas, minha loucura eu faço a partir do que está dentro de mim. Agora: odeio moralismo barato. Fiz minha escolha, mas me recuso a viver uma vida inodora, insípida e incolor. Não fumo, mas de vez em quando acendo um cigarro. Não bebo, mas de vez em quando tomo um vinhozinho. Vivo para meu filho, mas de vez em quando tiro uma noite para mim. Porque? Para me lembrar de que há vida além da minha vida, para sentir o que está além de mim, para aprender com meus erros e para me humanizar. Andar na linha tênue entre minhas escolhas, olhar para o abismo e sorrir para ele, saber que você poderia estar do outro lado do espelho. Ou talvez seja apenas meu gosto por contradizer o que as pessoas – incluindo eu mesma – pensam a meu respeito. Como no Quereres do Caetano.

Ah sim, e eu continuo me esforçando pra tentar achar um defeito e odiar a namorada do namorado. Ou pelo menos, achar um jeito de odiar a ele, mas quanto mais tento odiá-lo mais fundo eu caio... :-)

A página de abertura das minhas fotos e do Gabriel tá prontinha. Estou formatando as seqüências de fotos no Fireworks/Dreamweaver, mas agora é pra breve. Vou uploadear para ouvir opiniões, antes de colocar os links.
Estive pensando no que um amigo disse ontem após ler as besteiras que posto... E de novo Admirável Mundo Novo me vem à baila... A famosa cena em que uma ilha era oferecida às pessoas que gostavam de “pensar diferente”, onde se encontraria tudo que eles necessitavam. Huxley teria pensado em Avalon, na Ilha dos Bem-Aventurados, o “céu” dos católicos, qual delas? Todas? Comum a todas é a idéia de “provas” terrenas preparando o caráter do “herói” para ir viver num lugarzinho melhor, perfeito, livre de todas as suas penas, recompensado por todas as aporrinhações que teve nesta vida. De qualquer forma, “rebeldia” na Internet soa mesmo como um novo tipo de conformismo, uma fuga da realidade. A verdade é que, no dia-a-dia, isso não me satisfaz nem me consola. Estou longe, muito longe disso. Gostaria de ser, não sou, sinto muito. Não consigo me conceber abandonando uma noite de lua para ficar horas teclando na frente do computador ou deixar de sentir o calor do sol. Esses pequenos idílios me fazem sentir viva. A vida passa muito depressa e a minha é solitária por excelência. Nascemos sós e morremos sós, verdade, ninguém pode penetrar nossas mentes e nossas almas. Mas talvez alguns dentre nós se sintam mais solitários que os outros. Andei procurando os consolos que a sociedade oferece a gente como eu, de bom grado, até. Mas não encontrei até agora lugares onde as pessoas tocassem no que vai na alma. São lugares para ajudar as pessoas a olharem para a superfície dos erros que cometem, o que busco é algo que possa curar a ferida feita a punhal em minha alma. E normalmente as pessoas têm um véu sobre os olhos, talvez até por questão de sobrevivência, fazendo com que seus problemas as tornem cegas e egoístas: “o meu problema é o pior do mundo; todo mundo têm problemas”, frases que me irritam. Conheci pessoas que achavam que uma dor de cabeça que sentissem era mais grave do que a dor que você sentia após ter perdido um filho. Egoísmo, quando não é questão de preservação, me irrita profundamente. Só que isto vem da mesma mente que acha que viver uma vida se privando e cedendo sempre aos outros é uma merda. Ah, minhas pequenas contradições. E volto a dizer que melhor do que equilíbrio, a resposta para estas questões é sincronicidade.

Andei pensando naquela história das ovelhas. Por isso que política no Brasil é esta merda. Numa sociedade em que os únicos líderes que são ouvidos ensinam às massas populares que elas devem gostar de ser “ovelhas” pois só sendo comandadas por alguém (mesmo que seja Jeová ou Jesus ou o pastor bonitão, afinal pastor é um padre que come sem transformar ninguém em mula-sem-cabeça, muito mais apetecível) elas podem querer ser felizes e almejar o reino dos céus... Quanto mais aumenta o número de comandados por essa turma, mais despontam candidatos políticos evangélicos. Com um argumento como esse, com uma massa de miseráveis dizendo “amém” às suas lavagens cerebrais diárias, eles até eu estão demorando. Até agora só elegeram um governador (que eu saiba, não sei de outros estados). O que vai ser quando eles finalmente conseguirem conquistar toda a massa de miseráveis, desesperados e oprimidos? Muitos espertos já se “converteram”, porque sabem que o futuro está ali. Até já posso ver uma nova Inquisição, em Maricá uma vez disseram ao “rapaz bonzinho que ajudava com as bolsas” sem saber quem ele era (meu ex)que iriam se reunir para exorcizar a “casa do diabo” que tinha o símbolo do demônio (um pentagrama) sobre o batente da porta (por acaso a nossa casa). Dois ou três mais agressivos já vieram ME perguntar se eu sabia o que era a estrela que EU carrego no peito. EU me pergunto se essas pobres ovelhas sabem que as coisas nesta vida vão além das vendas que elas colocaram nos olhos por vontade(?) própria. Mas há dias em que fico preocupada: já vi gente inteligente, capaz de raciocínio, de repente ao se tocar numa palavrinha mágica (digamos, uma discussão sobre a Bíblia) simplesmente deixar de raciocinar, de EXISTIR e dar lugar a um discurso inflamado e fanático que não parece sequer estar saindo de sua boca; essas pessoas viram uma espécie de autômatos, “possuídos” por uma programação mental fortíssima, repetindo a ferro e fogo palavras que já ouvi saírem iguais, exatas, nas mesmas palavras, das bocas de outros “crentes”. E eu, que sou louca assumida, conheço melhor do que ninguém aquele brilho sinistro no olhar deles, aquela fúria, que sempre me assusta. Nessas horas as “ovelhas” viram soldados de Cristo. O que esses caras estão planejando? Já não basta perpetuar preconceitos e tabus. Algo ainda vai acontecer.

Aí direis: mas e você? Você não é a mesma que vai lá, dançar nas boates com eles a música alienante de letras imbecis? Sim, mas eu uso a música das ovelhas para fazer mágica, seu espaço profano para promover minha katabasis. Além do mais, não é privilégio dos lobos beijar bem. Eu fico com ovelhas, sim, por vezes até vou para a cama com elas, só que elas não sabem se despir de seus preconceitos e dos seus medos. Agora, amar e namorar de verdade, não apenas me apaixonar por achar bonitinho e ficar junto por um tempo, só consigo realmente pelos lobos. É que limitações me irritam. Até aí, conheci lobos que no fundo queriam ser ovelhas. Hehe, talvez fossem apenas ovelhas revoltadas. Ovelhas em pele de lobo, há! Mas existem.

Às vezes me sinto como na história do Patinho Feio, só que numa versão mais psicodélica. Eu fui criada ouvindo de crianças no colégio em que estudei que eu era maluca por ser inteligente demais. Eu era uma coisinha dentuça, de óculos (que eram constantemente quebrados pelos meus “amiguinhos”), rabo de cavalo (não gostava de pentear o cabelo desde pequena) e roupas maiores do que o meu tamanho, “pra economizar porque criança cresce rápido”(deve ser por isso que fico com raiva quando dão roupas pro meu filho para uma criança com o dobro da idade dele, trauma :-)). Hoje sou considerada não apenas inteligente, como descobri que posso ser bonita. Ainda lembro dos meus quinze anos, quando empombei com a minha mãe querendo comprar a centésima calça semi-bag para o colégio e comprei uma jeans justíssima, do tipo que mostra até a marca da calcinha na bunda. Passei a andar sem os óculos também, já querendo trocá-los por lentes. E de batom. O pessoal no colégio caiu pra trás. Eu me lembro, divertida, disso até hoje. Foi estranhíssimo! Os meninos, que até então costumavam me seguir pra gritar que eu era maluca passaram a me seguir porque descobriram que eu tinha bunda :-)

Uma das coisas que me entedia hoje em dia é que os filhos dos homens que deitaram com Leila Diniz são tão ou mais preconceituosos que os homens daquela época. Fizeram a revolução sexual para minha geração conhecer o sexo com camisinha, mas as cabecinhas (de cima) continuam com mentalidade de idade das pedras. (A de baixo continua se metendo em qualquer coisa que aparece na frente, desde que seja úmida e quentinha) Parece que vivemos no seriado Caras e Caretas, só que os Caretas hoje se fazem de “cool”. Não importa a maquiagem que eles vestem, se são maconheiros hippies ou mauricinhos evangélicos, no fundo todos pensam igual a seus avós. Ugh.

Dúvida cruel: Ipanema ou Monjolos? Marisa Monte ou “Entornáveis”? Por via da dúvidas, e embora Ipanema não seja Botafogo, pra ambos os lugares não levarei celular, documento ou bolsa, muito mal o dinheiro da passagem. Sabe lá? Viver sem o tijolão da Ericsson já foi difícil, como vou viver sem o meu Talkabout lindinho?

Aparentar futilidade é um dos melhores disfarces para a subversão.

Falar em camisinha, taí uma coisa que me irrita com a invenção da AIDS: a obrigatoriedade que minha geração sente em usar camisinha. O contato mais íntimo que possa existir entre dois seres humanos, na verdade é roubado. Sua pele na minha, sua semente no meu corpo, pode me matar. E logo eu, que sou “bicho dadeiro”, fui nascer pra ser mulher depois da década de 90... Claro que não quero me matar em troca de um pouco de prazer a mais, mas bem que podiam liberar logo a cura pra essa doença maldita ao invés de ficarem aí, fazendo jogo de que não existe cura pra lucrar mais com isso... Remédio caro, controle de natalidade, um certo tom dramático, controle dos hábitos sexuais de toda uma população, verba para pesquisas medicinais... Realmente é lucrativo demais para liberarem a cura, não? Os heróis do Cazuza morreram de overdose, os meus, alguém soropositivo bem posicionado matou. Pagamos o preço de nossa fragilidade, de nossa solidão. Somos tão fáceis de manipular...


Engraçado, ultimamente Acima do Sol do Skank parece que tem sido escrita pra mim. História da minha vida. Mas será que existe alguém assim?

Alguém aí lembra de um filme com a Goldie Hawn e o Stevie Martin em que ela vive uma mentirosa contumaz que simplesmente decide ir morar na casa que ele construiu para a mulher com quem queria se casar e ele se vê envolvido com todas aquelas mentiras, mas acaba se apaixonando e pra provar que a ama, quando ela vai embora, ele começa a mentir também para ficar com ela? Eu vivi sete anos assim, sem saber o que era real ou inventado na pessoa com quem eu vivi. Onde começava o homem, onde terminava o escritor? Chegou a um ponto em que até mesmo a maneira com que ele me traiu virou mais uma história, sem se distinguir os detalhes reais e imaginários. Porque não se pode apenas pegar a realidade nua e crua e contá-la de forma interessante? Uma vez ele começou a contar um fato que eu tinha presenciado, com detalhes absurdos, e ainda pediu minha confirmação. Sorri amarelo. Porque inventar, se a história era legal? Será que ele um dia soube que muitos amigos dele riam pelas costas dos detalhes inventados de suas histórias, que consideravam aquilo coisa de quem está desesperado pra chamar a atenção? Irônico, porque se eu falasse sobre isso, ele diria que saiu da minha boca. Irônico, porque ele dizia que EU era louca pra chamar a atenção. Toda vez que ainda ouço alguém falar isso, me parte o coração. Ah, será que essas coisas um dia vão mudar?
Será que EU vou conseguir me transformar em alguém melhor?

domingo, setembro 02, 2001

Tb tem muitas pessoas escrevendo em blogs "de grupo", que cada vez mais parecem com listas de discussão. Até aí, mais uma pro museu de grandes novidades: a galera está fazendo hoje por e-mail e blog a mesmíssima coisa que a galera dos tempos de BBS fazia com seus "newsgroups". Engraçado pensar que o pessoal q entrou depois do "boom" da popularização dos micros como distração para a classe média (videogames de luxo ao invés de ferramentas de trb) nem sabe o que é a USENET. A única vantagem das novas listas é se adaptar a protocolos já consagrados e dispensar o velho protocolo "news", tornando a coisa mais abrangente...
Estou assustada com a quantidade de pessoas que conheço que escrevem mais de um blog. Eu não consigo me conceber trb que nem uma louca, cuidando do GAbriel, mantendo uma HP, lendo cerca de 600 mails por dia e ainda escrevendo em 3 blogs! Até aí, depois que meu telefone chegar, é bem capaz disto acontecer... Afinal, dormir pra quê, né?
Desisti de me organizar. O caos faz mesmo parte da minha vida. Ruim pra quem convive comigo :-)
Até aí, cada vez mais percebo que a solução para o caos não é seu contraponto, a ordem, e sim sincronicidade. Sincronizar acontecimentos caóticos, esta é a chave.
Este blog se assume definitivamente coom um blog mala, fruto de uma pessoa completamente mala. Sem alça. E tenho dito!
Sou eu ou de repente em todo lugar que ue vou esbarro em alguém pagão?
Pior que perdi meu pentagrama hoje, no mercado... Será que alguma alma caridosa vai entregá-lo nos achados e perdidos? odeio isso, me sinto nua sem ele. Não que nudez seja realmente um problema ou que eu me sinta menos pagã sem ele, mas eu adorava aquele pentagrama e estou me sentindo esquisita...
Estive relendo meus posts e acho que ando muito chata. Vamos voltar aos posts divertidos de sempre. Ando me levando muito a sério

quarta-feira, agosto 29, 2001

De vez em quando eu me torturo e leio blog de ex... Eu ainda acho ele um excelente escritor e não tiro um cent da sua capacidade como artista. Apenas as coisas na nossa vida particular não funcionaram como deviam. Eu tb tenho meus ressentimentos e minhas feridas pra lamber. Ele continua cultivando sua mitologia e eu começo a criar a minha. No momento em que nosso relacionamento acabou, eu nasci de novo. Mas críticas são legais: são a medida do quanto vc não é o que pensa. Aprendendo com as críticas, já sei que não sou bonita(ou sou menos bonita do que se esperava), que esse blog é um blog idiota e que escrevo textos mala. Como estou me sentindo mais bonita esses dias que a minha vida inteira, nunca me comprometi com a platéia sobre a qualidade do que escrevo, nem posso fugir do que sou nem do que fui, vou continuar postando textos malas e desenvolvendo idéias idiotas. Mas ainda te acho um puta escritor e preferia ser sua amiga. Fiz um filho com você, amo você profundamente, só não quero mais na minha vida os paradigmas que criamos ao longo de quase dez anos. Não quero mais ser a lua, refletindo sua visão de mim ou mesmo a forma como você me amava. Quero ser eu mesma, mesmo que eu seja medíocre ou mala. Pelo menos sou uma pessoa, não uma versão sua de saias. Temos estilos diferentes, mas no fundo ainda somos filhos do mesmo elemento. Ou vc não percebe quanto de mim seus textos ainda trazem?

domingo, agosto 26, 2001

Boa notícia, meninos e meninas. As coisas por aki estão cada vez melhores. Estou até me iludindo achando que vou conseguir colocar material novo na home-page em breve.

Onde será que se meteu a Ana Marta?
E Jim Morrison morreu ou continua vivo por aí?

Mistérios...
Sexta à noite, me dei algumas horas pra fazer uma coisa que não fazia há muito tempo: botei a mochila nas costas, vesti minhas lentes de contato de cores desiguais e atravessei a ponte. Precisava andar pelas ruas da cidade. Precisava sentir seu cheiro, caminhar pelas esquinas, ver o cristo iluminado de qualquer ponto da cidade, saber se os lugares que conheci estavam vivos ou mortos, que tipo de pessoas andam por minha cidade, se as ruas onde morei ainda guardam pedaços de mim. Passei por todos os lugares. TODOS. Eu estive lá. Era aquela garota estranha, de mochila nas costas e cigarro na mão, que tomou um chope sozinha naquela mesa de bar onde você também estava, fazendo versos ou escrevendo histórias, e quando você olhou de novo já tinha ido embora. É que ontem à noite, tudo era saudade. Acho que eu estava precisando disso, esse momento de solidão vadia. Outras noites, talvez, serão para mergulhar na multidão. A catarse, nesta sexta, foi outra: foi uma entrega apaixonada à alma da cidade que mora no meu coração, espalhando meus reais em chopes pelos bares. Talvez nossos personagens entrem um pouco dentro de nossas almas: andando pelas ruas da cidade, me lembrei de como surgiu Gabriel, o poeta-profeta de Decadência, que traduz o que vai na alma da cidade ao passar por suas ruas. Eu também tenho um amor impossível. Como diz um amigo: “it fits you well” Até aí, eu devia saber. NUNCA confie em paixões que nascem na lua minguante. NADA que começa sob o signo da lua minguante pode durar. Eu não poderia me enganar, no entanto: nada de bom poderia sair do encontro de som e luz, água e fogo. Eu odeio princesas louras virgens, boas meninas e namoradas perfeitas. Não é justo... é como no “Casamento do Meu Melhor Amigo”. Ela TINHA que ser tão legal que não posso achar um defeito? E eu nem tenho um amigo gay bonitão pra cantar “a little prayer” for me e dançar comigo no final do filme... Enfim, lamúrias. Anyway, estou voltando às origens... Viver não tem porto seguro e eu estou adiando meu “début” de propósito, estou amadurecendo perspectivas, quebrando velhos paradigmas, me dando um tempo. Mergulhando na cidade, eu me dei ao luxo de me abrir para ela. A superfície mudou, a essência permanece a mesma. Quantos anos se passaram desde que andei pela última vez na Cobal do Humaitá, fazendo compra de sacolão chapada de LSD? Qual a última vez em que beijei uma menina num Halloween do extinto Jumping Jack? Copacabana continua a mesma, há sempre um lugar para ir e dançar, os estilos musicais mudaram, os cabelos mudaram, mas Copacabana continua lá. Os bares do Flamengo e as ruas do Leblon também continuam lá, meio maurícios meio ok. Tenho alergia a gente certinha, me dá nos nervos, mas o carinho que tenho por aquelas ruas me faz esquecer. No meio de tanta gente vazia, sempre tem um ou outro com uma boa história pra contar. Esses, por sua vez, valem por uma noite inteira. E a cidade me deu, de presente, inspiração e determinação para continuar. Às duas da manhã, ela se converteu numa mistura de chorinho, roda de samba e rock das antigas e ganhou o cheiro e o gosto da Lapa, loucamente cheia de uma multitude de todas as tribos, de uma lado Legião Urbana, do outro funk e hip hop, mais um pouco e o insuportável pagode mauricinho. Minha Lapa, de onde o maldito prefeito maluquinho arrancou o Circo em troca de mais um factóide no jornal, que ainda tem a Fundição Progresso e os barzinhos com sinuca, salvou a minha noite e me fez vez a luz do dia por trás dos Arcos. Para abençoar minha noite e encerrar minha busca, já com o sol brilhando sobre minha cabeça, tomei café da manhã na Cruz Vermelha e meditei caminhando pelo Campo de Santana. Que a Senhora dos Caminhos sempre abençoe esta cidade. Quando o tempo chegar, estarei de volta a ela.

Friday night, I gave myself some hours to cross the bridge and come to the city. Wearing my unmatching colour contact lenses and my “city explorer” bag, I came. I needed to walk her streets once more. Feel its smell, cross its corners, see the christ shining upon every part of the city, to know if the places I lived were dead or still alive, see what kind of people was walking these same streets, the ones I lived, discover if they still guard some memory of my dwell. I went EVERY place. You didn’t see me? I was that strange girl with a cigarette in hands and a bag on my back, sitting alone in that same street bar you were, drawing something or writing histories and poetry, and when you looked again, wasn’t there anymore. Giggle, I wasn’t in the mood of staying much time at one place. Friday night, everything was (oh-ohw, THAT word we don’t know how to say in english… solidão, soledad, solitude, pick your choice. I MISSED living in the city with body and soul). I needed this, this bohemian loneliness, wandering alone in Rio. Maybe the characters we create crawl a little into our souls. I couldn’t help myself about remembering how I created Gabriel, the poet-prophet from Decadence, translating his city’s soul declaming poetry while walking on the streets. I have an impossible passion too. NEVER never never believe in passion borned after the sign of waning moon. I should know… nothing good can be brought mixing sound and light, fire and water. I hate blonde princesses, good girls and perfect girlfriends. It’s like “My Best Friend’s Wedding” without a nice gay friend to sing “A Little Prayer” for me and dance with me at the happy end. Isn’t fair. Oh, well, anyway, I’m coming back to my origins… Living is unsafe and crazy enough. I’m giving myself some time to mature new perspectives of life.

quinta-feira, agosto 23, 2001

Eu tinha escrevinhado um monte de coisa pra uploadear hoje, mas o blogger comeu tudinho entre uma desconexão forçada e o famoso "generating page". Me sinto o próprio Neil Gaiman: eu tb jurei nunca mais escrever direto nesta LACRAIA.
Nicholas (sempre me vem à cabeça aquele sotaque delicioso daquela vampira daquele seriado que passou pouco tempo na TV a cabo... Ni-cho-lah...) de volta pro RJ, vai pra Bunker e nem me chama :PPP
Gostei da idéia da lista, mas qual é a diferença entre "desenvolvedores" de quadrinhos e roteiristas, desenhistas e o crew todo? Ela seria restrita só aos "multi"? Existem listas de discussão pra apresentar a galera e criarem novos fanzines, mas todo desenhista que conheço (inclusive eu) sofre do mesmo mal: ninguém tem tempo e ningúem cumpre prazo..
Jim: melhor que "covers" fidedignas são versões que acrescentem alguma coisa ao original. Set your world on fire!!!
Hey Julian

folhas caem dentro de seus olhos
as páginas passam viradas ao vento
outras histórias escrita no ar
não há mais tempo

94
Se Houver um Tempo

Desperte, amor, a noite já chegou
Vamos brindar uma vez mais o fim das esperanças
Não há rotas a seguir, nenhum caminho
Há um velha e conhecida solidão no ar

Neste momento algo em mim está morto
Talvez a juventude chegue tarde demais
Talvez o fim seja inevitável
Nenhum de nós dois sabe do que é capaz
Nem se importa por ser um não-ser

Mas a velha chama da paixão ainda não apagou
ainda somos marginais no nosso amor
Fugindo dos limites de qualquer intimidade
Crianças da noite esquecendo o que não têm

Então vamos viver enquando ainda é tempo
Vamos apenas viver enquanto ainda é tempo
Antes que as flores murchem
Antes que o dia raie novamente
Não posso imaginar momento melhor que agora
Para ter você em meus braços mentindo o amor
Não admitindo que o que sentimos é mais forte que a dor
Veremos anoitecer fazendo amor sob a lua
Sem ter certeza de que haverá um depois
Esquecendo os erros em nossos caminhos
Apenas vivendo um último momento
Como se este fosse o primeiro
Fazendo já não poder existir adeus
Vindo de seus trêmulos lábios vazios
cálidos e amados lábios vazios
exalando melancolia em cada gemido
Não há coração inocente em nossos peitos abandonados
Mas juntamos alguns restos, colamos alguns pedaços
Uma vez senti um sopro de vida passar por mim
Quando olhei em seus olhos procurando me esconder

Quem sabe o amor seja algo assim
Uma história sem começo, nenhum nexo
Esqueça tudo, me dê outro beijo
Não quero pensar por esta noite inteira
Quero viver apenas mais algum tempo
Apenas para ver onde eu posso chegar

3-93
enquanto pego o já amarelecido cahier de poesie, acho algumas pérolas no meio da confusão da minha aborrescência (às vezes acho que minha vida se divide entre antes de 95 e depois de 2000...)
Este é mais um daqueles posts perdidos de quem não tem Internet em casa... agora nem no trb... ô repressão...
Ando finalmente conseguindo me forçar a ter tempo pra começar a preparar material pra minha HP sair do "placeholder
"
Continuo chegando atrasada no trb e tô me fodendo pra isso. Larguei de mão desde antes de quebrar a perna...
Bom, boas notícias sobre a HP:
Estou atualizando o traço e o character design dos personagens de Kika, a última das virgens, criada pelo Alexandre. meu ex. Falando nisso, estou escrevendo a continuação de Agnus Dei, que está bem fiel ao estilo de criação utilizado em Sinchronicity, mas publicar Agnus Dei no site ainda depende do Alexandre aprovar sua publicação, já que os personagens são dele.
Virtual Allie, o mangá-hentai em dois níveis de leitura que criei ao concluir o projeto experimental sobre Quadrinhos Virtuais começa a ser roteirizado
Fotos atualizadas minhas e do Gabriel já foram escaneadas e estou trb elas no Fireworks. Lanika adolescente e Gabriel recém-nascido entre elas :-)) Estou pensando em fazer um ensaio com meu look atual, além da já conhecida "egotrip do banheiro". De repente até rola um erotismo soft, foda é arrumar um fotógrafo legal. Viagens, viagens...
Minhas poesias tb vão pro ar em breve, junto com os contos que estou devendo. A maioria já foi digitada, só falta escolher o formato em que vão pro ar. Provavelmente, com um linkezinho pra contar "histórias de bastidores". Espero que fique interessante, rezo pra não ficar "over" mas refino e debugo no meio do caminho.
Comecei a organizar a cronologia das histórias de Decadência (ainda não coloquei o Tales from). Até o momento, são por alto mais de 60 histórias, fechadas em cinco arcos, até o final explosivo :-))
Faço ou não faço uma sessão de esboços de desenhos? Hmmmm...
Henriques e cia, e-mail me ou me liguem, o aniversário do GABRIEL é DIA 4 DE SETEMBRO AGORA!!!!!!

segunda-feira, agosto 20, 2001

Awake.
Shake your hair from your dreams,
my sweet child, my dear one.
First thing you see…

Há seis meses eu estava morta.
Como uma planta sufocada, seca, sem sol e sem água, eu morri. Minha catábase foi lenta e dolorosa: eu vinha morrendo aos poucos, ao longo dos anos, vendo tudo que amava e acreditava sendo pisado e destruído dentro de mim. Há seis meses atrás eu era uma sombra, pouco mais que um eidolon vagando no Hades. Muito pouco restava em mim. Mas é preciso morrer para renascer e, de algum jeito, quanto mais eu me feria, no ponto em que estava mais fraca, em que minha dor era mais profunda e eu estava mais frágil, eu descobri um ponto de luz. Me olhei no espelho além da sombra refletida: me fiz mulher, me fiz bonita e me fiz livre, subitamente, sem ter tempo de olhar para trás.
Minhas raízes eram fortes; eu renasci aos pouquinhos, de minhas próprias cinzas. Descobri que estava morta e agora tenho muito a aprender, sobre a vida e sobre mim mesma. Perdi dez anos da minha vida. Quando olho para trás, não sei como pude sofrer tanto, uma coisa tão sem sentido, e acreditar que não havia vida possível além daquela morte-vida. Mas agora! Tantas coisas que eu nem sonhava conhecer! Tanto a aprender! Aprender sobre tudo a viver: tudo o que me nomeava me foi tirado, e tendo que viver além dos rótulos e ilusões em que eu acreditava, reconquistando o que faz de mim quem sou apenas com minhas mãos nuas, traçando novos caminhos e retomando velhos projetos e antigas ambições, estou me preparando: estou aprendendo, concluindo e encerrando velhos projetos, ganhando segurança e perdendo o receio. Estou me recriando e descobrindo dentro de mim uma nova mulher.
Estou renascendo, e como um bebê não sei dizer ainda o que sou, quem sou e que nome dar às coisas ao meu redor. Estou me despindo de antigos véus, estou nua e em breve terei direito às minhas armas, e saberei o meu nome. Não sei ainda nada sobre mim, mas sei que já respiro. Eu estava morta e abri meus olhos para uma vida diferente. Gostaria de ter podido estender minha mão a meu algoz e tê-lo feito enxergar o mundo com outros olhos. Gostaria de ter tocado seu coração. Laços demais pesam dentro dele. Tanto que ele não percebe que, de formas diferentes, falamos e buscamos a mesma coisa; ainda somos filhos da mesma estrela.



Uma coisa que me irrita sobre os evangélicos: eu tive a paciência de um dia desses parar para ler um daqueles livrinhos, em que o homem num discurso inflamado defendia que o ser humano era como uma ovelha, que não sabia se defender desgarrada do rebanho e que só era feliz guiada por seu pastor. Sinceramente? Eu não estou nem aí para ser uma ovelha. Eu nunca fui com o rebanho e até onde sei, eu fico doente se alguém me prender em algum lugar. Também estou me lixando para o pastor. E se eu tivesse que escolher, também não seria um deles. Prefiro mil vezes correr com os lobos. Prefiro meus olhos bem abertos. Eu só tenho um guia: meu coração. E o que cometo são erros, não “pecados”. O caminho da ovelha é pura castração.

Nas últimas luas tenho dançado a dança de cadeiras invisíveis no palco do meu coração. É uma busca estranha de mim mesma, nos reflexos úmidos dentro dos olhos de estranhos que cruzam meus caminhos, beijando lábios que vêm e se vão, sem que nenhum toque minha alma, minha alma aflita, sem que nenhum momento me traga mais paz do que medo. Esse terror de me entregar me faz como o vento. Sopro à noite por paragens boêmias, e ao amanhecer retorno ao vazio, sem nada trazer nem nada levar. Apenas o tempo, inexorável, me assusta e me marca. Meu espírito vagueia pela anima mundi, tocando suavemente pontos luminosos conhecidos: qual deles cruzará o meu caminho? Quando meu animus virá até mim? As luas passam como ondas na praia e eu ainda estou aqui, e tudo que tenho agora são novas histórias para contar. Talvez as histórias sejam o que fica, depois que o coração já se foi.

Há mais ou menos uma semana, um rapaz de 16 anos sentou a meu lado no ônibus:
“Dá licença, tia”.
Eu ri:
“Não sei se tenho idade para ser chamada de tia”.
Foi a vez dele rir:
“É? E quantos anos você acha que tem?”.
Não sei. Mas sei que não me sinto, de jeito nenhum, um dia sequer mais velha que há dez anos atrás, quando EU tinha quinze. Tem dias que acho que minha idade é contabilizada pelas marcas que a vida deixou no meu corpo e na minha alma. Sou uma criança no amor, ingênua e sem defesas. Para as responsabilidades da vida, me faço mulher. E há dias em que não sou ninguém, apenas deixo o tempo passar.

Porque será que, quando digo que não sou ninguém, as pessoas não conseguem entender? :-)